Nova amizade

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Na sala do segundo ano estava havendo um sorteio de grupos para um debate ideológico, eram cinco grupos de cinco pessoas, alguns alunos não iriam participar por optar fazer atividade extra. Já foram sorteados dois grupos, agora seria o terceiro. Durval, primeiro nome, Alice, segundo nome, Ruth, terceiro nome, Daniel, quarto nome e César, quinto nome. A maioria ds sala grita marmelada ao verem Durval, Alice e Ruth juntos.

-- Dá próxima vez vocês tem mais sorte. -- Provoca Ruth

Na sala do primeiro ano Luísa e Gustavo estavam em dupla para fazer uma redação em conjunto na aula de português. Eles mais estavam conversando do que fazendo, normal. Marcelo estava sentado com uma menina que tinha gostado dele.

Depois de todos terminarem a redação eles voltam pro lugar e Marcelo chama Gustavo que estava quase do seu lado

-- Cara, você sabe me dizer se tem time oficial de futebol da escola? -- Pergunta sussurrando

-- Tem, tem sim. Inclusive eu participo. Por que?

-- Eu queria entrar, jogava na minha outra escola. Como eu faço?

-- No recreio a gente vai lá falar com o técnico, tamo precisando de zagueiro, você joga?

-- Eu sou atacante, mas tanto faz.

-- Beleza.

Na hora do recreio Gustavo e Marcelo seguem até a sala do técnico e ficam esperando ele voltar de uma reunião com a coordenadora

-- Você não gosta de robótica? -- Pergunta Gustavo

-- Eu? Não, por que? -- Pergunta estranhando o questionamento

-- É que eu vi seu pai e o César em uma exposição de robótica, aí você não tava, estranhei. -- Afirma Gustavo

-- Ah sim... realmente, eu não gosto muito.

Depois de um tempo o técnico chega e eles conversam com ele, Marcelo demonstra um pouco de domínio de bola na própria sala e já é aceito, eles realmente estavam precisando.

Aquela manhã de aula se passa e novamente Luísa e César ficavam até mais tarde na escola. Depois de Luísa se irritar por não ter criatividade alguma ela sai e vai até o bebedouro onde encontra César.

-- Oi. Você fica sempre até mais tarde? -- Pergunta enquanto enchia um copo

-- Ah, oi, Luísa. Eu geralmente fico, gosto desse tempo. -- Responde

-- A sim, entendi. O que faz nesse tempo?

-- Leio e você?

-- Pinto.

-- Você tem algum quadro pronto? Eu amaria ver.

-- Pior que tenho. Ele tá aqui na escola. Vem.

A moça puxa o rapaz pela mão e o leva até um canto da sala de artes. O quadro era azul, tratava-se de uma paisagem, algumas violetas, a lua... era como um quadro de sonho. A menina classificava ele como o melhor, ela o deu de presente pro seu professor de artes que ensinou tudo o que ela sabia.

-- Uau! É mesmo incrível, quantos anos de treino? -- Pergunta boquiaberto

-- Desde que eu me entendo por gente desenho, sempre gostei de desenhar e principalmente de pintar.

-- Não é todo mundo que tem esse dom. Parabéns.

-- Obrigada, mas e você? O seu dom é conversar sobre dinheiro com um bando de velho?

César solta um risinho

-- Parece que sim.

-- Ah não, você tem algo a mais não tem? O que você gosta além disso?

-- Eu gosto muito de robótica.

-- Ah sim, robótica, eu já vi algumas apresentações, mas nunca me interessei muito, tenho medo, vai que do nada eu coloco meu dedo no 220.

César solta outro riso

-- É... pode acontecer...

-- Tá vendo? Não mexo nisso nem...

Eles ficam conversando e falando sobre o quadro por um bom tempo

-- Acho que deu minha hora. -- Diz a menina se levantando. -- Já são três horas.

-- Quer companhia? Já que nós somos vizinhos.

-- Ah, pode ser.

Os dois seguem em direção suas casas

Na escola, Gustavo e Marcelo estavam no treino. Marcelo apresentava ser muito bom de bola, dominava como ninguém, o único que era melhor que ele era Gustavo. Vendo isso o treinador tirou um dos atacantes e colocou Marcelo no seu posto.

Passa-se uma semana, tudo normal, a única novidade é que César e Luísa estavam mais próximos que o normal, todos os dias após a aula eles ficavam conversando ou na biblioteca ou na sala de artes, qualquer dúvida que Luísa tinha sobre exatas César explicava pra ela. Eles estavam virando bons colegas.

No café da manhã na mansão 242 Marcelo estava sorrindo mais que o comum

-- Que cara é essa, Marcelo? -- Questiona Richard

-- Nada, não, senhor. -- Diz fechando o semblante

-- Fala o que foi.

-- O time de futebol me aceitou recentemente e em menos de uma semana eu já vou disputar um interclasse pequeno.

-- Eu já não disse pra você parar com isso de futebol? Por que você não foca em matéria importante igual o seu irmão?

-- É só um hobbie, nada de mais.

-- E por que seu hobbie não pode ser ler, tocar algum instrumento clássico? Só foca em coisa que não te agrega nada, tinha que ser você né, Marcelo.

Glória coloca a mão sobre a do marido

-- Amor, não precisa disso. Tá tudo bem, o treino é só duas vezes na semana.

-- São duas horas na semana que ele poderia estar fazendo algo de útil.

-- Mas o filho do Raul também joga.

-- O Gustavo é o Gustavo, você é você. Que foi? Você não cansa de dar desgosto pra mim não? Primeiro é esse boletim horroroso em extas e linguagens, depois atividades fúteis?

-- O treinador gostou de mim, pai.

-- Senhor, Marcelo. E outra, eu não quero mais saber, não vai jogar, entendeu?

-- Mas eu gosto. Por que eu não posso fazer?

-- Aprende a gostar de coisa boa, moleque.

-- Mas... - -- Ele é interrompido

-- Não vai mais jogar! Entendeu?!

-- Entendi sim. -- Diz de cabeça baixa

Depois de um tempo os meninos saem em direção a escola

-- Eu sinto muito, Marcelo.

-- Sente? César, eu não quero descontar o que eu tô sentindo em você, então por favor não fala comigo.

César não responde nada

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