Se protegam da noite, crianças

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Passaram mais duas horas na mata, a sarça do meio dia só se aproximava. Realmente estava muito quente e a trilha não acabava nunca.

Na parte oeste da mata, Tomás conversava com Alice sobre qualquer coisa para passar o tédio de andar e andar novamente.

— Não aguento mais esses dois falando! Cala a merda da boca vocês! — Exclama Thiago

— Calma aí, pra que isso? — Pergunta Alice risonha

— Cala a boca, D'Ávila! Se não eu vou aí calar. — Exclama

— Que foi, quer um beijo é? — Questiona Alice debochando

Thiago não gostou da brincadeira da moça, estava extramamente fadigado por causa do percurso, e em um movimento brusco solta o cantil e vai até a Alice. Ficando cara a cara com a mesma.

— Fica quieta, Alice! Que merda!!

— Tá maluco, Thiago? Sai pra lá! — Exclama Tomás puxando Alice pra trás. — Talvez um hospício te queira.

— Como é que é? — Pergunta serrando o punho

— Thiago, fica na sua! Eu não quero ter que brigar com ninguém. — Responde Tomás se afastando

— Ei, ei! Chega vocês dois. Vamo continuar. — Diz Alice tentando apaziguar

— Eu também acho. Mas esse Thiago tá esquisito desde quando as férias começaram, credo. Parece nem o mesmo. — Diz Tomás

— Tá, tá. Depois a gente ver isso. Só não façam um derramamento de sangue agora. — Diz Alice afastando Thiago e se pondo no meio dos dois

— Tá certo. — Afirma Thiago voltando para guia, onde César estava

***

Marcelo e Luísa estavam na frente tentando achar um lugar para descansar, já havia se passado um bom tempo e o sol estava se pondo.

— Dá pra ajudar aqui não? — Irritada diz Luísa ao casal de amigos um pouco atrás

— Eu não, se eu for aí é capaz de você me expulsar no chute. — Comenta Clara

Luísa faz um som de deboche e continua andando em passos largos.

Passam-se trinta minutos, a floresta estava totalmente escura. A equipe dois, a de Luísa, já estavam próximos a um tronco de árvore e com uma barraca armada. A barraca não era das melhores, era, na verdade, a pior do mercado. O que salvou foi as habilidades dos moços com galhos e troncos.

Luísa termina de ajeitar as bolsas e se encolhe no fundo da barraca com frio, muito frio.

Marcelo tentava fazer uma fogueira mas o vento extramamente gelado não deixava. Gustavo forrava o chão e depois de aconchega em baixo de um protótipo de coberta.

—  Sem fogueira, pessoal. Não consegui. — Diz Marcelo cabisbaixo

— Sem problemas. — Afirma Clara que tentava se esquentar ao máximo perto da amiga

Marcelo fecha a barraca e tira sua jaqueta extra, dá para as moças e se deita perto de Gustavo.

Na equipe três, o abrigo estava bem melhor. Conseguiram armar uma boa barraca e a fogueira parecia de São João. Ruth estava com a cabeça apoiada em Durval e ele com a cabeça apoiada na dela. Os outros dois estavam sentados entorno da fogueira também.

— Fiquei com medo de não dá certo, mas olha aí, parece até festa junina. — Diz Rebeca

— Na minha opinião só falta uma música e uma quadrilha. — Comenta Ruth rindo

— Não seja por isso. — Fala William enquanto tira um cavaquinho da mochila. — Fala uma aí, Rê.

— Ah, sei lá. Pode ser "a do xôdo lá".

— Pra já.

O rapaz começa a tocar e cantar a música nordestina. Rebeca que estava desanimada logo se levanta para uma marmotice, um arrasta pé bem São João.

— Tá animada aí em, Rê. — Comenta Ruth descontraída e se afastando de Durval.

— Meu recesso né. — Brinca. — D'Ávila, puxa a guria aí pra dançar, seu frouxo. — Se dirige a Durval

Durval como que vencido estende a mão para Ruth e ambos começam um forró a par.

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⏰ Última atualização: Jun 18 ⏰

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