Tudo indo do mesmo jeito, cadê as emoções?

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As seis horas da tarde a campainha é tocada, Antônio vai logo atender, era Gustavo.

-- Eai, Tonho. O Durvas tá aí? -- Questiona o rapaz

-- Tá sim, Gustavo, já vou chamar ele.

Prontamente o mordomo vai chamar Durval em seu quarto que desce já arrumado

-- Vamos? -- Pergunta Gustavo

-- Vamo.

Eles pegam um táxi e seguem em direção a um shopping muito bem frequentado da área sul de São Paulo. Ao chegar lá eles se dirigem ao cinema onde veriam um filme de terror. Eles comentaram o filme inteiro entre si, o que deixou todos irritados, porém eles não ligavam. Após passar uma hora e meia eles saem da sessão, ainda com medo do que aconteceu no final do filme.

-- Ui, que calafrios, credo. -- Comenta Gustavo

-- Né...

Andando pelo shopping eles veem uma estrutura no meio da área de exposição do local, e chegam mais perto para ver do que se trata, era uma exposição de robótica.

-- Vamo entrar só pra ver qual que é? -- Segure Gustavo

-- Vamo, né. -- Concorda Durval

Eles compram os ingressos e entram na exposição. Robôs, circuitos elétricos, choques térmicos, nada fugia disso, eles passam tempos e tempos nessa exposição, havia muitos produtos sendo apresentados até que eles trombam com César e Richard

-- Oi, oi. Vocês por aqui? Que coincidência. -- Diz Gustavo surpreso

-- Pois é, o César gosta muito de robótica e vocês? O que fazem aqui?

-- A gente tava de bobeira e decidiu vir. São bem bacanas os produtos apresentados, né? Amei um circuito amarelo que vi lá atrás.

-- Gostei muito desse também. -- Comenta César

Eles se despedem e cada um segue seu rumo

-- Que estranho, ele ainda sai de casa com o pai pra vir no shopping... eu em. -- Comenta Gustavo com Durval

-- Deixa o menino, Gustavo, ele gosta do pai, ué. -- Afirma Durval

-- Nossa, tá bom, puritano, não tá mais aqui quem falou. -- Diz Gustavo irônico

Os meninos seguem vendo a exposição enquanto César e Richard iam tomar um café

Na mansão 242, Marcelo havia acabado de acordar, toma um banho pra tirar o suor do corpo e se veste com uma roupa casual, ele coloca os fones de ouvido e sua playlist começa a tocar enquanto distraía os pés com uma bola de futebol. Música era uma das únicas coisas que fazia bem ao menino além do cafune da mãe.

Passam-se horas e já estava na hora do jantar na mansão 242, todos estavam na mesa, eles começam a se servir. César e Richard ficam conversando sobre a exposição, foi algo realmente interessante, Marcelo jantava discretamente com o fone de ouvido, não queria segurar as lágrimas na frente do pai de novo, então preferia não ouvir o que ele dizia.

Na mansão D'Ávila, Luísa e Alice estavam comendo brigadeiro junto com Antônio conversando de sobre o que havia acontecido no primeiro dia de aula delas quando Gustavo e Durval chegam pela porta dos fundos dando de cara com os presentes ali.

-- Brigadeiro? Chegamos em boa hora. -- Comenta Durval se aproximando e roubando o brigadeiro da colher de Luísa

-- Tá cheio de colher ali, pega uma, poxa. -- Diz irritada

-- Que foi, tem nojo de mim? -- Pergunta Durval provocando a irmã

-- Tenho, muito. -- Retruca

-- Beleza, então. -- Diz enquanto deixava um beijo molhado na bochecha da irmã

-- Durval! -- Diz enquanto limpava a baba do irmão. -- Eu te odeio!

-- Eu também te odeio, lindinha.

Gustavo e Durval riem e seguem pro quarto do mais velho. Gustavo coloca o colchão no chão de Durval e se deita nele

-- Acho que vou ficar aqui essa noite em. -- Diz Gustavo se mexendo no colchão de maneira confortável

-- Pode ficar, tem um pijama seu no guarda-roupa da Ali.

-- Vou ficar então. Partiu corrida de cards no escritório?

-- Partiu.

Gustavo e Durval descem no escritório e começam a jogar no vídeo game o jogo mais disputado entre eles. As meninas após perceberem eles lá entram e fecham a porta

-- Vai ter volta, tá? -- Provoca Luísa

-- Tá bom, maninha, tá bom. -- Diz Durval irônico

As meninas se sentam no tapete com almofadas no chão e começam a conversar. Elas se entendiam muito bem, se davam mais bem uma com a outra do que com a própria mãe, a conexão entre elas era inegável, mesmo sendo totalmente opostas.

Depois do jantar os meninos foram até a sala de TV, Otto ficou vendo um filme enquanto Marcelo lia uma HQ. Marcelo só estava ali por gostar da presença do irmão, ele nunca sentiu raiva dele pela maneira de como o pai o tratava, sabia que o irmão sempre tentava fazer o pai mudar a posição dele.

-- Como foi seu primeiro dia? -- Pergunta Marcelo afim de quebrar o silêncio

Otto desliga a TV e se vira pro irmão

-- Foi até que razoável, eles tem uma boa biblioteca. -- Afirma César. -- E o seu, como foi?

-- Foi legal, fiz várias colegas.

-- Como se sua intenção fosse só essa, né? -- Pergunta de maneira irônica

Marcelo solta um risinho

-- Pena que a mais bonita não me deu confiança.

-- Quem?

-- A Luísa.

-- A filha do Manoel?

-- É.

César ri

-- Marcelo... se você quer menina chique tem que subir o nível né, maninho.

-- Nível? Tá me chamando de mendigo, César?

-- Em outras palavras... sim.

-- Olha que abusado esse nerdola.

Eles voltam a conversar, eles também se davam bem, porém as atitudes do pai muitas das vezes afastava eles um do outro

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