Capítulo 35

46 5 0
                                    

Letícia

DIAS DEPOIS

As coisas continuavam voltadas para os preparativos do show, mas ainda assim seguíamos cumprindo nossos compromissos individuais, tanto que naquele dia, minha mãe foi chamada para participar de um programa matinal na televisão e saiu de casa muito cedo para gravar. Como eu ainda estava de licença maternidade e Santiago e ela estavam trabalhando, eu decidi dar a voltinha que sempre dava com Raquel na casa do meu pai, onde Jos e Lucerito ajudavam na organização do show. Para a nossa surpresa, os dois estavam animados com o projeto.

− Filha, que surpresa boa! Entre. – meu pai falou ao abrir a porta depois que toquei a campainha e me abraçou. – Como vai a princesinha do vovô? – ele se abaixou para cumprimentar Raquel que estava no carrinho.

− Enjoadinha, acabou de se acordar. – eu ri.

− Ah, mas com o vovô, ela vai se animar, não é, meu amor? – meu pai falou, já tirando Raquel do carrinho e a balançando no colo.

Lucerito e Jos vieram me cumprimentar e foi como meu pai disse, bastou os três começarem a brincar com Raquel que o mau humor dela passou em um instante e ela já gargalhava com eles.

− O que vocês estão fazendo? – eu perguntei, me aproximando da mesa de centro e vendo vários papéis espalhados.

− Seus irmãos estão me ajudando com o repertório. – meu pai explicou.

− Dá uma olhada. – Jos me entregou uma das folhas.

Eu dei uma lida rápida e a verdade era que eu não entendia muito de escolha de repertório, mas como fã, eu reconheci que meus pais só cantariam as melhores das carreiras de ambos e outras que sempre costumavam cantar em festinhas de família e que com certeza o público ia amar ver.

− Olha, isso está muito bom, parabéns. – eu sorri, colocando a folha em cima da mesa novamente.

− Bem, ainda falta a sua mãe aprovar, mas a beba me garantiu que essas são as preferidas dela. – meu pai falou, se sentando no sofá e tirando um brinquedo de dentro da bolsa de Raquel para entregá-la.

− É, ela ama mesmo, acho que já está aprovado. – eu sorri para Lucerito.

− Leti, por que você não canta também? – Lucerito perguntou de repente.

− Verdade, seria uma ótima ideia. – meu pai me encarou com expectativa.

Eu ergui a sobrancelha. Eu era grande apreciadora de músicas, mas diferente dos meus irmãos, eu não havia herdado aquele talento dos nossos pais.

− Não, gente, como cantora, eu sou uma ótima psicóloga. – eu dei um risinho nervoso.

− Ah, deixa disso, maninha. Você já cantou nos karaokês em casa e mandou super bem. – Jos comentou.

− Mas a gente fez na brincadeira, é muito diferente fazer algo para todo o mundo ver. – eu também me sentei no sofá, colocando o cabelo atrás da orelha.

− Só que a ideia é que a gente se confraternize em família e os seus irmãos vão homenagear a mãe cantando e tocando, acho que você não deveria ficar de fora porque ainda temos muito tempo para ensaiar e com certeza ela se surpreenderia bastante por não esperar que você cante para ela assim. – meu pai falou.

Nesse ponto, meu pai tinha razão. Não existia melhor homenagem para minha mãe do que ser através da sua paixão e eu era capaz de tudo para vê-la feliz, até me arriscar como cantora.

− Está bem, mas se vocês passarem vergonha com a parte sem talento da família, não é culpa minha. – eu falei e os três riram.

− Não seja boba, nós temos muito é orgulho de você. – meu pai me abraçou de lado e beijou minha cabeça.

Segredos Revelados (2ª Temporada)Onde histórias criam vida. Descubra agora