Segredos Revelados (2ª Temporada)

Capítulo 38 (FINAL)

ANOS DEPOIS

Depois de alguns meses namorando com meu pai, minha mãe aceitou seu pedido para se casarem novamente, mas como não havia separação perante a igreja, ela decidiu fazer apenas uma bênção do padre na nova fase deles sem precisarem passar por todos os trâmites do casamento civil outra vez e ainda assim poder morar juntos e voltar a usar aliança. Meus pais se casaram em uma cerimônia íntima, em casa mesmo, e sem vestido branco de acordo com minha mãe que decidiu usar um longo vestido salmão com buquê de orquídeas, obviamente, suas flores favoritas, e desde então eles moravam na casa que era da minha mãe que ela comprou com alegria, onde nós iniciamos a nova fase das nossas vidas quando eu voltei para a família. Eu também estava feliz, Santiago era realmente o príncipe que mostrava no namoro, meu trabalho continuava indo muito bem e Raquel era a menina mais linda do mundo, cheia de saúde, esperteza e amor pela avó, como eu sempre disse que seria. Tudo ia muito bem, Lucerito finalmente terminou a escola e recebeu permissão para estrelar o tão sonhado musical, que sempre era motivo para minha mãe se derramar em lágrimas a cada apresentação, Jos terminava sua faculdade de música sendo o melhor aluno da sua turma e para a nossa surpresa, por estarem juntos cuidando de Micho, Michel e sua ex mulher também reataram o compromisso. Eu não sabia se ele havia curado seus problemas psicológicos antes de começar outro relacionamento, mas desejava que ele não fizesse com minha sogra as maldades que fez com minha mãe. No geral, era como antes, o pouco contato que ele tinha com a minha família não passava de pequenos cumprimentos em festas sociais e estávamos bem assim. Era dia de domingo, minha mãe havia convidado Santiago, Raquel e eu para almoçarmos em família e na hora marcada, ela já nos esperava no jardim.

− Raquel, espera, filha! – eu falei alto enquanto tirava a bolsa e a sobremesa de dentro do carro antes de tirar Raquel do cinto e colocá-la no chão, mas ela fez isso sozinha, ansiosa para abraçar minha mãe.

Minha mãe abriu um grande sorriso, abrindo os braços para receber Raquel e a abraçando com força enquanto ela metia as mãos nos cachinhos da avó dela. Desde sempre, ela era apaixonada pelo cabelo da minha mãe, vivia dizendo que quando crescesse, queria que o dela fosse igual e isso não seria tão difícil, já que era bem parecido, assim como o meu.

− Como você está, meu amor? – minha mãe encarou Raquel, sorrindo.

− Bem. Eu acordei a mamãe bem cedo para vir logo.

− É? Eu também acordei a sua mamãe bem cedo, só porque estava com saudades de vocês. – minha mãe olhou para mim, rindo sapeca.

Eu ri, também dando um forte abraço na minha mãe. Realmente no início do dia, um pouco antes de Raquel entrar no quarto e pular em mim e em Santiago, minha mãe me ligou para perguntar se eu já estava me aprontando para vir à casa dela, o que claramente era um pretexto para me fazer chegar cedo. Ela nunca havia perdido a mania de me ligar o dia inteiro e às vezes até adormecer em chamada, o que eu não reclamava, pois amava conversar com ela sobre tudo.

− Vocês ainda vão me enlouquecer. – eu falei rindo, beijando o rosto da minha mãe após soltá-la.

− Ei, só tem beijo para a vovó e nada para o vovô? – meu pai perguntou já lá fora com Jos e Lucerito, cruzando os braços.

Todos rimos e minha mãe colocou Raquel, que correu para o avô, no chão. Meu pai também beijou e abraçou a neta e depois dos demais cumprimentos, nós entramos em casa e passamos um bom tempo conversando na sala mesmo até o almoço ser servido e fomos para a sala de jantar, ocupando a enorme mesa que minha mãe tinha orgulho de encher com a família completa.

− E o teatro, como anda, maninha? – eu perguntei para Lucerito.

− Ah, perfeito, um sonho. – Lucerito suspirou animada e todos sorrimos. – Você vai levar a Raquel no sábado, não é? É que abrimos um horário mais cedo especialmente para as crianças e eu pensei mais nela.