PAPAI, VOCÊ É O MELHOR! || JJK

🧸 | Aniversário do horror

Narrador

Jungkook corria pela casa, organizando todos os enfeites pelo aniversário de sua garotinha, Genevieve. Amélia ajudava como podia, colocando os balões, arrumados na mesa. Já se passava dois meses desde que Jungkook desabafou com sua menina pela última vez. Estranhamente, sua filha, parecia mais compreensiva agora.

— Conseguiu arrumar tudo? — perguntou, Jungkook, se encostando na parede, cansado.

A babá acabou rindo da situação dele. Ele vestia um avental de flores por estar preocupado em fazer os doces, o cabelo cheio de farinha por se atrapalhar no meio do caminho. Suas roupas estavam folgadas demais para o corpo e os pés descalços pareciam gelados.

— Já arrumei tudo. Já você devia se arrumar. Não vai querer que os convidados te vejam... assim. — Jeon olhou a si mesmo e concordou, se sentindo ridículo.

— Tem razão, eu vou me arrumar. Pode ajudar a Genevieve a arrumar o cabelo? — A mulher concordou e foi para o quarto da garotinha, abrindo a porta e vendo-a já vestida e com o cabelo desarrumado, mas seu semblante não estava nada feliz.

— O que aconteceu? — perguntou, se sentando ao lado da loirinha.

— Ouvi papai chorando hoje.

— Como? Por quê? Eu tenho certeza que ele chorava de felicidade — confortou, a abraçando de lado e percebendo que ela segurava a foto de sua mamãe. — Minha querida...

— Hoje foi o dia que eu nasci e a minha mamãe morreu — confessou, a encarando com os olhinhos brilhando. — Papai chora toda manhã do meu aniversário, depois ele vem me encher de beijos e abraços. Amo o meu papai, mas sei que ele não chora de emoção como ele diz.

— Ele deve sentir falta da mamãe — arriscou, Amélia.

— Ele sente, então... me sinto triste por não amá-la como ele ama. Não consigo amá-la. Eu nunca vi a mamãe. Só a vi por fotos e pelo que ele me fala. Não consigo amar a mamãe por um pedaço de papel!

— Não pode se obrigar a sentir algo que não consegue sentir, Genevieve — contou, então a criança concordou. — Vem, deixa eu arrumar o seu cabelo. — A garota virou, concordando com a cabeça e ficou quietinha, esperando a babá terminar de fazer um lindo penteado em seus cabelos loiros.

Jungkook apareceu na porta e sorriu ao ver sua criança conversando com Amélia sobre algum assunto que ela considerava interessante. Era incrível sobre como Genevieve criou um vínculo incrível com a babá.

— Minha princesa já está pronta? — perguntou, se aproximando e se ajoelhando na frente da filha. A garotinha sorriu e concordou, abaixando a cabeça para mostrar o penteado de seus cabelos loiros.

— Estou pronta pro meu aniversário! — comemorou, pulando do colo da babá e sorrindo para o pai, tentando se mostrar animada como nunca.

— Seus amigos vão chegar daqui a pouco. Vamos pra sala — pediu, estendendo a mão e ela concordou, segurando a enorme mão de seu pai com a sua que era tão pequenininha. — Não conta pra ninguém — pediu, quando a entregou um docinho da mesa e ela riu.

Quando seus amigos chegaram, elas começaram a correr pela casa, brincando com os diversos brinquedos que havia pela sala. Genevieve, apresentou a Amélia para as amiguinhas e todas começaram a brincar, isso até a campainha tocar. Mais uma havia chegado.

— Boa tarde — falou, Jeon, assim que abriu a porta e a mulher do outro lado, sorriu e apontando para a menininha que era sua filha. — Pode entrar, Aninha. Genevieve está no sofá.

— Ela estava muito animada pra vir a essa festa. Elas gostam muito daqui — respondeu, mordendo os lábios e Jungkook concordou, orgulhoso, não percebendo as investidas da Victoria, mãe de Ana.

— Você pode vir buscá-la às oito. Já terá dado tempo de cortarmos o bolo — avisou e o sorriso da moça murchou um pouco.

Por que ele nunca percebe nada?

— Jungkook! As meninas querem pegar o jogo de tabuleiro, sabe onde está? — perguntou, Amélia, aparecendo do lado dele e Victoria franziu o cenho, mas acenou com a cabeça, quando a mulher de cabelos crespos se virou para ela.

— Eles estão em cima do meu guarda-roupa. Você consegue achar?

— Claro que sim, não se preocupe. — Ela foi até o cômodo dito, enquanto as crianças gritavam e comemoravam alguma coisa.

— Então, eu venho buscar a Ana às oito — falou, então deu as costas, voltando para o elevador e saindo do prédio.

O dia se passou cheio de brincadeiras e risadas. Eles cortaram o bolo e as meninas foram embora dez horas, porque depois que suas mães e pais vieram buscá-las, elas não quiseram deixar o apartamento de Genevieve e do titio Goo.

Assim que Amélia colocou a garotinha na cama, Jeon sorriu ao ver o tamanho cuidado que ela tinha e ele se despediu da babá, indo dormir também. Na madrugada, Jungkook ouviu barulhos estranhos no quarto de sua filha e se levantou, indo até a fonte do barulho, ligando a luz e vendo Genevieve com dificuldades para respirar e seu nariz sangrando como nunca.

— Vivi? O que está acontecendo? — A menina não respondeu, só se agarrou ao pai, buscando carinho e ele a abraçou. — Papai vai te ajudar, tá bom? Papai vai te ajudar. — Ele a levou no hospital e a menininha teve que ser internada para descobrirem o problema da garotinha.

— Papai... — Ele a olhou, preocupado e mexeu nos cabelos lourinhos da garotinha. — Quero ver mais vídeos da mamãe. — A voz fraca da garotinha e o implorou aquilo e ele não pode recusar.

— Olha... Amanhã, a tia Amy vai vir ficar com você, então eu vou pra casa buscar os vídeos da mamãe, pode ser? — Ela concordou e fechou os olhos. — Vai dormir agora, vai. — O homem beijou a testa da garotinha e respirou fundo, tentando segurar as lágrimas para se manter forte pelos dois.

Ele seria forte, afinal.

Ele seria forte como um rinoceronte.

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Cenas dos próximos capítulos:

— Papai... — Sua voz se interrompeu com uma tosse e ele a encarou, curioso, se desencostando da poltrona ao lado da maca. — Me desculpa.

— Desculpa pelo o quê, meu amor?

— Desculpa por ter matado a mamãe.