Narrador
— A vivi acabou de dormir. Eu já terminei tudo e já estou indo embora. Você quer que eu vá embora? — Ele negou com a cabeça e ela suspirou, se sentando ao lado dele. — Jungkook, você não fala nada há horas. Eu preciso que converse comigo — pediu, preocupada e viu o homem levantar os ombros, sem saber o que dizer.
O que ele poderia dizer, afinal? Que vida desgraçada que ele tinha!
— Venha cá. Eu não vou embora hoje. Vou ficar com quem eu amo — avisou, abrindo os braços, onde Jeon se aconchegou, inseguro e fechou os olhos para tentar descansar.
E se relembrou dos primeiros dias de Genevieve.
Ela gritava e chorava tanto que ele não sabia o que fazer para acalmá-lo e já pensou em colocar o travesseiro em cima dela para fazer ela ficar em silêncio. E se culpou por ter pensado em fazer isso.
No dia seguinte, Jeon estranhou ao não ver Genevieve correndo em sua direção, animada com o café. Ela costumava acordar bem alegre.
— A Vivi ainda está dormindo?
— Ao que parece sim — respondeu, Amélia.
— Eu vou lá chamar ela — falou, se levantando e indo ao quarto de Vivi e viu que ela estava acordada, olhando para o teto. — Meu amor? Vamos levantar? Eu já fiz o café pra você comer. — Ele sentou na cama da sua filha, mas ela parecia desligada demais.
— Papai? Você está aqui? Eu não estou vendo — falou, assustada e suas mãos procuraram a de seu pai. — Papai! Cadê você?
— Eu estou aqui, meu amor — falou, segurando as mãos da sua bebê. — O que aconteceu, filha? — falou, começando a se desesperar e arrumar a criança na cama para que ela ficasse confortável.
Genevieve não respondeu. Ela estava de olhos abertos, mas não estava consciente. A garotinha revirou os olhos e começou a convulsionar. O que deixou o pai preocupado que chamou a Amélia e como a mulher estava melhor na consciência conseguiu chamar a ambulância.
Ele passou boas horas no hospital, enquanto os médicos tentavam descobrir o que a garotinha tinha. Eles já a conheciam e sabiam dos problemas de saúde dela. Amélia não podia ficar a madrugada no hospital por não ter parentesco com a menina, mas no dia seguinte e no horário de visitas, ela apareceu.
— Jungkook — falou, quando encontrou ele no corredor e correu para abraçá-lo. — Como ela está?
— Eu não a vi ainda. Ela passou a madrugada fazendo exames. Eu não sei o que está acontecendo — avisou, apertando o abraço e beijando os cachinhos dela.
— Você é o pai da Genevieve? — perguntou, uma doutora e ele concordou, afoito. — Vamos ao quarto dela e eu vou explicar o que está acontecendo. Ela está dormindo. — Ela os guiou até o quarto da garotinha e Jungkook correu até a menininha, a abraçando, mesmo que ela estivesse desacordada.
A sua menininha parecia tão vulnerável naquele momento. Ela não merecia passar por isso. Jungkook já havia aceitado que a sua vida estava em uma maré de azar, desde que nasceu, mas Genevieve não merecia passar por isso. Ela merecia uma vida cheia de alegrias, merecia sorrir e estar feliz o tempo todo. Era isso que ela merecia.
— Fizemos vários exames na sua filha durante essa madrugada e conseguimos o diagnóstico. Ela tem um meningioma. É um tumor cerebral. — O cérebro do Jungkook parou e o coração quase foi junto. — Por sorte, é um tumor benigno, totalmente tratável e operável. Arrisco dizer que é até curável.
Curável...
Outro tumor...
— Ela... Ela já tem... Ela não pode... Ela não merece... — Depois de mais algumas explicações, a médica os deixou sozinhos com a criança. — Quando ela era pequena, não gostava de comer legumes, nem frutas... e ela precisava ir pra escola. Eu cortava as frutas bem pequenas e colocava olhinhos em cada uma pra ela se divertir comendo. Passava a madrugada preparando o lanche dela, fazendo com que... fazendo com que ela conseguisse comer saudável. Eu fiz dela uma menina forte. Eu fiz dela uma garota saudável e pronta pra vida. O universo devia me responder com mais gratidão. Não por mim, por ela. Minha garotinha merece mais. Eu aprendi a cozinhar por ela, eu aprendi a costurar por ela, eu aprendi tudo só pra vê-la feliz e por minha culpa, ela vai morrer. — Amélia o olhou, incrédula e negou.
— Não é culpa sua que sua filha está doente!
— Câncer. É genético. Minha mãe tinha meningioma. Não pôde se tratar porque meu pai não deixou. Minha vó morreu de leucemia e a mãe dela de câncer de mama. Então, me diga: como a culpa não é minha? O mundo funcionaria bem melhor se eu não tivesse nascido. Talvez, eu dê um jeito nisso.
— Não! Você não vai dar um jeito em nada. Genevieve pode ser tudo que você tem, mas já parou pra pensar que você é tudo que a Vivi tem? Você é o mundo dela! Você é tudo o que ela tem.
— Ela vai ter que rever as opções dela. Eu devia ter... Eu devia ter entregado ela pros avós. Ela teria tido uma infância mais tranquila, mas eu queria ela. Fui egoísta. E a detonei por isso — desabafou e a Amélia teve vontade de socar aquele rosto bonito.
— Não é culpa sua, Jungkook! Sua filha vai melhorar e vai ficar bem. Ela é a sua bebê e vai ficar bem.
— Eu quero acreditar nisso.
Quando a filha de Jeon acordou, eles conversaram muito e ele a explicou como estava a situação dela e claro que Jungkook tentou. Tentou muito não chorar com a situação, mas pela primeira vez, desabou em cima de sua criança e começou a chorar.
— Me desculpa! Me perdoa, Vivi! — pediu em lágrimas e deitou em cima da barriguinha dela, desabando em lágrimas. — Eu queria tanto que você não passasse por isso.
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PAPAI, VOCÊ É O MELHOR! || JJK
Fanfic🧸 • {x CONCLUÍDO x} • 🧸 Vamos falar sobre a vida de Jeon Jungkook. Pai solteiro. Trabalha numa empresa no setor de administração. Sua linda menina era Genevieve de seis anos e onze meses. Morava na Coreia do Sul, até se mudar para Londres, onde co...