PRÓLOGO

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• Agorafobia | s
Medo de lugares e situações que possam causar pânico, impotência ou constrangimento.
Agorafobia é um transtorno de ansiedade que muitas vezes se desenvolve após um ou mais ataques de pânico.

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Você praticamente rastejou o corpo para fora da cama naquela manhã, seus olhos doíam, os sentia levemente embaçados, bufou baixinho enquanto colocava os óculos sobre o rosto, sentia que o seu grau havia aumentado gradativamente nos últimos quatro anos, mas não era como se um oftalmologista pudesse brotar no chão da sua sala em um piscar de olhos.

Seu apartamento era relativamente grande para uma mulher que passava seus dias sozinha, aquilo era bom para que se exercitasse ao menos um pouco quando andava de um lado para o outro para buscar água ou comida; deslizou os pés cobertos por meias de ursinho pelo chão amadeirado enquanto tentava se aproximar do seu estúdio pela quinta vez naquela semana, estava procrastinando a semanas a entrega do novo manuscrito, seu telefone tocou de maneira aguda no bolso do moletom grande demais que usava, você fechou os olhos com força antes de respirar fundo segurando o aparelho por entre os dedos o levando até sua orelha.

— Oi?

Disse de maneira receosa, escutou um suspiro pesado do outro lado da linha.

(Nome), me diga que você está nesse exato momento deixando o manuscrito na caixa de correio.

A voz grossa do homem se fez presente, você engoliu em seco sem saber muito bem o que dizer, encolheu os ombros mesmo que soubesse que ele não podia te ver.

— Sim?

Sussurrou receosa, o homem urrou do outro lado.

(Nome), eu vou assassinar você! Eu preciso desse manuscrito impresso até a semana que vem, os leitores estão esperando a eras, você quer ficar para trás no mundo dos mangas? Logo ninguém mais lembrar da sua novel!

Ele disse elevando o tom de voz cada vez mais, você sabia que se ele pudesse já teria atravessado o celular para lhe espancar, prensou os lábios, sua cabeça latejava, não sabia muito bem o que fazer, quase como se estivesse perdida em si mesma.

— Me desculpa, Toji, prometo que te entrego até o fim dessa semana.

Murmurou com a voz fraca, sua garganta arranhava.

Acho bom, (Nome), eu te caço até no inferno se precisar desse manuscrito, trabalhe bem.

O homem disse que antes de desligar o telefonema, você bufou irritadiça afastando o celular do ouvido, nunca havia se encontrado com Toji pessoalmente mas sabia que no dia que aquilo acontecesse jogaria o primeiro tijolo que encontrasse nele, com força, depois jogaria outro para ter certeza de que havia feito o trabalho bem sucedido.

Arrastou o corpo de maneira preguiçosa até a sala de estar jogando o corpo sobre o sofá macio e cinza claro, esticou as pernas e puxou o celular até a altura dos olhos, abriu o aplicativo de mensagens e começou a digitar para a única pessoa com quem conversava nos últimos quatro anos com exceção de Toji.

|você
"Não aguento mais o meu editor".

Não demorou muito para que a resposta chegasse, um sorriso fraco cresceu em seus lábios.

|Nobara
"O que ele fez agora? Ainda acho que a gente devia contratar um agiota no nome dele e ficar com o dinheiro pra gente".

|você
"Acho sua ideia válida".
"Não consegui entregar o manuscrito do manga ainda, tenho uma semana pra entregar e simplesmente não vem inspiração nenhuma".

|Nobara
"Talvez se você saísse de casa um pouco tivesse um pouco de inspiração, ficar olhando para as mesmas paredes a anos não deve ajudar muito".

Você leu e releu a mensagem diversas vezes para ter a plena certeza de que estava lendo aquilo mesmo, sentia um nó se formando em sua garganta, quase como se fosse difícil de respirar, engoliu em seco antes de deslizar os dedos sobre o teclado do celular.

|você
"Negativo".
"Você sabe que não é tão fácil assim só sair".
"Se fosse simples desse jeito eu já teria saído a muito tempo, tô me sentindo muito sozinha".

|Nobara
"Acho que esse seu bloqueio emocional é falta de sexo, vai transar, (Nome), pelo amor faz quanto tempo que não faz nada com alguém?

Sentia suas bochechas quentes como o inferno enquanto fitava as mensagens que a mulher havia acabado por enviar, mas sabia que ela estava certa, faziam exatos quatros anos que não tocava em alguém além dela mesma, talvez já estivesse enjoando de si mesma, ficou olhando atônita o celular por alguns segundos até que uma nova mensagem de Nobara chegou.

Um link.

|Nobara
"Pode usar esse site se estiver precisando de companhia, eu já usei algumas vezes e nunca me decepcionei".

Você não conseguiu conter a risada alta que escapou de seus lábios arranhando sua garganta, Nobara devia estar maluca se achava que você iria pagar alguém para passar algumas horas com você e no pior dos casos nem ajudá-la a chegar ao ápice.

Não não não. Você não estava tão desesperada assim.

Ou era o que achava.

𝐎𝐍𝐄 𝐎𝐅 𝐓𝐇𝐄 𝐆𝐈𝐑𝐋𝐒 ; Geto SuguruOnde histórias criam vida. Descubra agora