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   Não sabia ao certo quantas horas haviam passado mas abriu os olhos de modo confuso, sentia sua cabeça doer, se sentou com cuidado sobre a cama, tudo estava escuro, olhou para o lado na direção do relógio digital em sua escrivaninha que marcavam exatamente duas horas da madrugada, o som alto de chuva do lado de fora do apartamento, parecia querer derrubar o prédio, a ventania forte fazendo com que suas janelas do lado de fora tremessem, deslizou o corpo devagar para fora da cama, ligou a luz do quarto e abaixou o olhar para o próprio corpo, a camisa branca de algodão do homem continuava sobre si, cobrindo até metade de suas coxas, prensou os lábios envergonhada, não conseguiria mais olhar na cara daquele homem depois de ter chorado nas preliminares.

Suspirou pesadamente praticamente arrastando os pés na direção da sala de estar, travou na metade do caminho ao ver a luz da televisão batendo nas paredes escuras, andou devagar quase que na ponta dos pés, engoliu em seco ao ver sentado no sofá o mesmo homem de antes, jurava que ele havia ido embora, já estava de madrugada, se aproximou dele devagar de maneira cautelosa, ele virou o rosto para o lado devagar levando os olhos escuros e cansados na sua direção, um sorriso fraco cresceu em seus lábios.

   — Oh, você acordou — ele sussurrou, retirou o celular do bolso o desbloqueando rapidamente —, você capotou mais cedo e eu não quis te acordar mas eu tive que ficar aqui, chegou uma notificação de alerta de tufão, não quis arriscar e pegar o metrô.

   Ele disse por fim, você arregalou os olhos suavemente levando os olhos até a televisão vendo ali uma das jornalistas mostrando uma imagem das áreas que poderiam ser afetadas pelo tufão, engoliu em seco sentindo suas pernas tremerem devagar.

   — Vou pegar um futon para você.

   Murmurou com a voz baixa enquanto andava até o armário presente na sala, ele soltou um riso soprado.

   — Não prefere que eu durma do seu lado?

   Você arregalou os olhos levando a atenção até ele sentindo suas bochechas ficarem gradativamente mais quentes, tinha a plena certeza de que estava igual um tomate naquele exato momento.

   — O que? Mas... Digo, a gente não tem nada sério, tipo...

   Sua fala foi cortada pelo riso alto do homem que apenas negou com a cabeça devagar, conseguia ver ele cobrir a boca para que conseguisse parar de rir.

— Eu estou brincando, princesa, não durmo na cama de quem eu não tenho sentimentos — ele murmurou, esfregou o rosto com as mãos, volteou o olhar escuro em sua direção —, a propósito eu me chamo Geto Suguru.

   Você respirou fundo ainda sentindo suas bochechas quentes, um sorriso fraco surgiu em seus lábios enquanto segurava o futon em mãos o deixando dobrado no chão, se sentou ao lado do homem, ficou em silêncio por alguns segundos antes de sussurrar.

   — Pode me chamar de (Nome).

Ficaram daquele modo por alguns segundos, apenas o som dos jornalistas se fazendo presente na sala extremamente silenciosa, conseguiu escutar Geto respirar fundo, quase como se ele estivesse se preparando para quebrar aquele silêncio constrangedor.

— Por que você chorou aquela hora?

Você engoliu em seco, encolheu os ombros, seus olhos ainda fixos no noticiário.

   — Lembrei de uma pessoa, não consegui segurar, desculpa.

   — Não precisa se desculpar, está tudo bem, só fiquei preocupado.

   — Vou pagar as horas que você ficou aqui até o horário que for embora, não se preocupe.

   — Não precisa pagar, você não controla o clima.

𝐎𝐍𝐄 𝐎𝐅 𝐓𝐇𝐄 𝐆𝐈𝐑𝐋𝐒 ; Geto SuguruOnde histórias criam vida. Descubra agora