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//perdão pela demora kkkkkkkk amo vcs!!!!!//

Você afastou o celular da orelha quase que de automático, uma careta tomando conta de seu rosto ao o que Nobara gritava — o que deveria ser o grito mais fino de sua vida — a plenos pulmões do outro lado da linha; você respirou fundo e esperou ela se acalmar antes de colar o aparelho novamente a sua orelha.

(Nome), você está oficialmente transando casualmente!

Ela gritou novamente, você sentiu suas bochechas ficarem gradativamente vermelhas, o som dos carros e vozes do outro lado da linha, simplesmente não conseguia acreditar que aquela mulher era tão cara de pau ao ponto de gritar aquelas coisas no meio de uma multidão de pessoas.

— Ele que deu a ideia, mas bem, acho que só vamos nos ver quando eu precisar de fato, eu não pagando por isso por mim está ótimo.

Pelo amor de deus, você fala como se fosse uma pobretona, ganha tanto dinheiro que poderia contratar todos os garotos de programa que quisesse.

— Estou economizando.

Para o que? Vai comprar um país? (Nome), você está juntando dinheiro sem parar a quatro anos, deve ter mais dinheiro acumulado do que a Mei Mei nesse momento.

Você revirou os olhos de maneira cansada, esparramou mais ainda o corpo contra o acolchoado macio da cama enorme demais pará você sozinha no quarto levemente gelado pelas temperaturas baixas do lado de fora do prédio.

— Quero viajar.

Disse de uma vez, sua voz tremendo de leve, Nobara ficou em silêncio por alguns segundos do outro lado da linha.

O que?

Ela indagou de maneira confusa, você suspirou de maneira pesada.

— Estou planejando isso à algum tempo, quando eu conseguir sair desse apartamento quero largar meu emprego e viajar pelo mundo todo, por isso junto tanto dinheiro.

Disse com a voz baixa, quase um sussurro, um de seus maiores sonhos era se encontrar com Toji pessoalmente e jogar a carta de demissão na cara dele, aquele maldito que não sabia fazer nada além de lhe cobrar diariamente pelos manuscritos, tinha a plena certeza de que ele deveria ser um velho baixo, calvo e ranzinza que vivia com os dedos sujos de doritos.

Nobara continuou em silêncio por alguns segundos, quase como se quisesse encontrar as palavras certas.

E você acha que não consegue fazer isso agora?

— Ainda não, não estou pronta para sair de casa.

Tudo bem, sabe que não precisa se forçar a nada, né?

— Sim.

Te amo, sempre estou aqui por você, qualquer coisa só me chamar.

   — Também te amo, No, qualquer coisa só me chamar também.

   Disse por fim antes de encerrar a ligação.

•••

— Eu nem imaginava que você ainda morava aqui depois de tudo o que aconteceu.

Gojo disse com a voz suave sentado de frente para você na sua sala de jantar enquanto bebericava uma xícara quente de chá verde, alguns biscoitos postos a mesa pequena, desde o dia em que ele lhe comprou os remédios vez ou outra se encontravam para conversar em sua casa, era bom para você ter uma companhia nova de vez em quando. Respirou de maneira calma segurando à própria xícara em mãos sentindo a porcelana quente fazendo com que sua derme ficasse levemente morna, seus olhos correram até Gojo.

— Nem eu sei bem o que aconteceu, sabe? Depois do velório do Nanami eu voltei para cá, me deitei e daquele dia em diante eu não consegui sair mais, não importa o que eu faça, eu não consigo deixar esse apartamento por conta própria — murmurou com a voz baixa, engoliu em seco —, se dependesse de mim eu já estaria longe daqui a muitos anos, são muitas memórias.

— Talvez seja por isso que você não sai.

Gojo disse de uma vez enquanto colocava a xícara sobre a mesa, os olhos extremamente azuis dele presos aos seus, você entreabriu os lábios, franziu o cenho de maneira confusa.

— O... que?

— Acho que você não quer aceitar que ele foi embora, (Nome), querendo ou não deixar a casa que pertencia a vocês significaria que ele não teria para onde voltar caso um dia ele voltasse.

Você piscou de maneira confusa, negou com a cabeça devagar.

— Mas eu sei que ele não vai voltar mais, eu sei que ele morreu, Gojo, eu não estou tão louca assim.

   — Bem de qualquer modo você não é minha paciente para eu ficar te diagnosticando — ele disse por entre um riso baixo, abaixou os olhos azuis para a xícara parcialmente vazia —, mas eu acho que você deveria pensar sobre isso, tente entender o motivo pelo qual você não consegue sair.

   Gojo balbuciou, você ficou em silêncio, concordou com a cabeça devagar sem saber muito bem o que dizer, não demorou muito para que ele se levantasse dizendo ter que voltar para o hospital universitário, você apenas assentiu e o guiou até a porta, ele lhe abraçou uma última vez antes de deixar o apartamento para trás por fim.

•••

   Geto tinha a vida tão corrida que as vezes até ele acabava se perdendo na própria rotina.

   O homem grande de cabelos escuros e longos que naquele momento estavam amarrados em um coque teve a plena certeza daquilo enquanto corria em direção ao hospital universitário arrumando o jaleco em seu corpo, Geto não tinha a mínima noção de quanto tempo havia perdido com aquela cliente que não importava o que ele fizesse não conseguia fazer com que ela chegasse ao ápice, depois de longos minutos — que mais pareceram horas — conseguiu fazer com que ela gozasse; ele nunca havia corrido tão rápido para casa para se banhar, pegar o uniforme do trabalho e arrumar o cabelo minimamente.

   Um suspiro aliviado escapou dos lábios do homem quando ele finalmente chegou na ala dos funcionários e jogou o corpo contra a cadeira macia ao lado de Gojo que parecia concentrado demais enquanto lia um prontuário em mãos.

   — Paciente novo?

   Indagou com a voz baixa enquanto abria à própria pasta tirando os prontuários de seus pacientes de lá, Geto estava no último ano da pós graduação em psiquiatria e estava completamente fora de seus planos o dinheiro que tinha que investir em sua formação fora a ajuda de custo que dava aos seus avós.

   Os olhos azuis de Gojo correram até ele, o homem parecia cansado demais, quase como se não dormisse direito a dias, ele respirou fundo e guardou o documento.

   — Pedi para a Shoko o prontuário da (Nome), ela era psicóloga dela até o ano passado, queria ter uma ideia de como está o quadro dela.

   Geto piscou de maneira confusa enquanto fitava Gojo de maneira intrigada, ele entreabriu os lábios devagar.

   — Posso dar uma olhada? Talvez eu tenha uma perspectiva diferente da sua.

𝐎𝐍𝐄 𝐎𝐅 𝐓𝐇𝐄 𝐆𝐈𝐑𝐋𝐒 ; Geto SuguruOnde histórias criam vida. Descubra agora