Golpe baixo

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- TZUUU! Vem almoçar - da cozinha o senhor Chou chamava a filha.

Tzuyu se encontrava em seu quarto lendo um exemplar da Agatha Christie, e se surpreendeu com o quão intrigada e presa ficou às palavras da autora. Juntamente com os investigadores tentava solucionar as mortes ocorridas.

Suicídio ou assassinato?

Queria mandar mensagem para Mina e entender o que ela pensava a respeito, extravasar quando algo interessante acontecia, ou simplesmente conversar com a mais velha. Mas já era sábado e não havia tido sinal da japonesa desde a madrugada em que passaram juntas.

Será que fiz algo de errado? - Pensava Tzuyu enquanto descia a escada de sua casa, pulando sempre um degrau.

E se ela não gostou dos nossos beijos e momentos? - Tzuyu corou, sempre que pensava nos beijos trocados com Mina, se sentia flutuante e envergonhada. Foi uma sensação nova, nunca experimentada.

Tzuyu não era inexperiente, já havia ficado e tido relações com outras pessoas, mas ninguém conseguiu tirar do eixo, ninguém conseguiu arrancar suspiros apenas por pensamentos e lembranças, ninguém teve tanto a atenção de Tzuyu quanto Mina.
Tzuyu queria dar toda sua atenção à Myoui, mas infelizmente, ela não iria mandar a mensagem.

Não que fosse orgulho, muito menos ego. Mas Mina não passou o número para Tzuyu - mesmo que a mais nova já tivesse o número por conta de uma mensagem de Mina apressando Tzuyu quando foram ver o pôr do sol. - Desculpinha? Talvez.

Talvez Tzuyu só não quisesse lidar com a realidade, e estava incerta a respeito de tudo. Melhor não saber e sentir de longe, do que saber de algo que não desejava.

- O que você tanto pensa, Filha? Dá pra ver a fumaça saindo das suas orelhas - A mãe de Tzuyu perguntou, tirando-a do mundinho perdido e vasto que era sua própria mente.

- Acho que em alguém que ela está apaixonadinha - Chou Sichang disse enquanto cortava mais um pedaço de carne, enquanto Tzuyu olhava com uma cara de espanto e tímida - Desceu com as bochechas todas vermelhas, tava pensando em beijar quem, Tzuyu? - Implicou com o semblante fechado, falsamente bravo.

Não... era IMPOSSÍVEL seus pais saberem de algo, como poderiam imaginar?
Tzuyu ainda estava imovel e em silêncio, torcia para que a comida em sua boca descesse sem maiores problemas, como um engasgo.

- Será que é aquela menina da sorveteria? - Yenling foi certeira.

Droga.

Engasgou.

Tzuyu começou a tossir fortemente, estava ficando completamente vermelha e não era um rubor envergonhado. Estava sem ar!! Sua mãe se levantou, ergueu os braços da filha enquanto Sicheng dava tapas nas costas para a menina desengasgar.

Tzuyu tossia e tossia, e o ar já lhe fazia presente.

- Nossa a menina chegou causando então, Yenling. Mal falamos dela e Tzuyu já se engasgou - Com um ar engraçado os pais da mais nova Chou conversavam e riam

- Que constrangedor... - Tzuyu se manifestou pela primeira vez após a sua vida amorosa ter virado assunto - Mina é apenas minha amiga, uma pessoa muito legal que está me mostrando um jeito novo de aproveitar as coisas simples. - disse simplória, nunca olhando para seus pais. Estava envergonhada e não queria continuar falando sobre Mina ou qualquer outra coisa que lembre a japonesa.

Deu por fim, ruborizando fracamente. Seus pais perceberam que aquele assunto tinha sido encerrado e não queriam forçar a Tzuyu, não a queriam desconfortável. Então, seu pai apenas segurou sua mão por cima da mesa e Yenling expôs:

COOLD - mitzuOnde histórias criam vida. Descubra agora