Nem Fodendo!

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- Sana disse que deveríamos chegar por volta das seis, e já são quase oito - Dahyun diz impaciente. Aguardava as amigas para irem à festa particular na casa da namorada, mas as meninas não iriam sair da casa de Dahyun até comer o tão desejado bolo da Senhora Kim.

-Fala pra Chaeyoung parar de comer e a gente vai - Tzuyu disse com a boca suja de chocolate.

-Para com essa hipocrisia Chou, tu está comendo tanto quanto eu - Chaeyoung disse de boca cheia de bolo.

A discussão da mais nova custou para acabar, e só deu fim após a ligação de Sana para a namorada.
Dahyun teve que tirar a bandeja com bolo da mesa onde se encontravam para que Tzuyu e Chaeyoung parassem de comer e empurrar as mesmas para a porta. Ainda teve que voltar para pegar a mochila das duas, pois elas esqueceram de levar.

A casa de Minatozaki era um pouco distante, vivia em um condomínio em um bairro mais nobre, era alguns bons minutos de caminhada. E assim seguiram as três amigas, sendo iluminadas pela lua.

Era sábado, a cidade estava movimentada, a feira noturna famosa estava lotada, provavelmente algum conhecido estaria por lá, mas não conseguiria descobrir se a cogitação estaria correta.

Tzuyu gostava de observar as pessoas, pensar em como elas deveriam ser, com o que trabalhavam e toda sua trajetória de vida. Seria como um pré-julgamento inofensivo.
Por exemplo, no caminho que seguiam, trombaram com um cara, provavelmente um musicista frustrado. Ele teclava a mesa enquanto bebia com uma feição angustiada.

Provavelmente trabalhava na empresa da família e não era feliz. A gravata frouxa, o blazer sob a cadeira e mangas arregaçadas mostrando a clave de fá tatuada em teu braço esquerdo. Pobre moço.

Tzuyu tinha medo de um dia acabar assim.

Medo de não saber o que é a felicidade vivida, e chegar ao fim do dia frustrada. Ela queria ser feliz.

Mas... o que, de fato, era a felicidade?

Não, Chou não era triste, era uma pessoa normal. Mas sentia falta das felicidades jovens que sempre viu e sempre é exposto e que ela nunca viveu por simples medo de se arriscar. Sempre viveu no básico, sem muitas emoções. Entretanto, isso será o suficiente para sempre?

-Dahyun, sua namorada mora muito longe - Foi tirada de seus devaneios pelas árduas reclamações de Chaeyoung.

-Pelo amor, Chaeng, estamos andando só a 24 minutos. E o condomínio é virando a esquina ali - Dahyun diz - É bem legal o condomínio dela

-E você já conheceu todos os cantos né, danada - Tzuyu diz, se sentiu como Chaeyoung

-Tzuyu!!! Espero que você não queira dizer o que eu estou achando que quer. - Kim diz com uma falsa exaltação - Mas respondendo censuradamente, sim, quando venho aqui nós costumamos fugir e andar pelo condomínio, é lindo e vazio durante a madrugada.

-E se aparecer um maníaco e matar vocês duas? Não pararam pra pensar nisso? - Chaeyoung participa.

-Bem, é difícil. A segurança do condomínio é impecável e no horário que costumamos ir as pessoas já estão dormindo, e não andando. É bem vazio

-E vocês aproveitam isso.

-Claro Chae, aproveitamos muito. Acho que cada lugar está marcado por - Tzuyu interrompeu

-Opa, opa. Não precisamos saber, né? E ali, sua namorada está nos esperando.

Sana de fato aguardava as meninas na portaria do grande condomínio onde morava. Com um sorriso no rosto que fazia Dahyun sorrir junto, tudo estava bem naquele sorriso.

COOLD - mitzuOnde histórias criam vida. Descubra agora