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Comentem. 50 comentários ( sem flodar e de interseções ao decorrer do capítulo) e solto o próximo.

                        𝗩𝗶𝗰𝘁𝗼𝗿 𝗔𝘂𝗴𝘂𝘀𝘁𝗼

Golpe baixo usar o luto pra tê-la por perto, eu sei. Mas eu realmente quero ela aqui comigo, por algum motivo Bárbara faz com que eu me sinta acolhido. Gosto do seu carinho.

Tínhamos acabado de comer e arrumado a cozinha.

Estou me sentindo vazio, uma sensação muita estranha no peito. Não gosto disso. Eu sei que tudo que meu pai fazia para mim era muito errado e que me machucou muito tanto fisicamente quanto mentalmente, porém ele ainda era o meu pai...

——— Eu preciso tomar banho. ——— Bárbara coloca as mãos nos bolsos traseiros da sua calça e tomba a cabeça pro lado.

——— Tudo bem, pode ir, vou separar uma roupa pra você e levar uma toalha. ——— falo e ela confirma com a cabeça, indo até o banheiro e fechando a porta.

Subo pro segundo andar e entro no quarto onde tinha algumas roupas minhas e toalhas.

Separei um blusa minha para Babi vestir e peguei uma toalha, desci e abri a porta do banheiro. Bárbara não havia percebido minha presença, ela estava de costas, lavando o cabelo.

Deixei as coisas em cima da mesa e comecei a observá-la com atenção, de baixo pra cima.

Sem querer esbarrei na porta, fazendo ela bater na parede e fazer um barulho. Babi se virou e olhou para mim com os olhos arregalados, quando ela me viu, relaxou.

——— Que susto, Victor! ——— ela reparou meu olhar em seu corpo e virou de costas novamente, o que continuou me beneficiando, já que eu tinha a visão da sua bunda. ——— Obrigada por ter trago as coisas, pode sair.

——— Sabe, eu acho que estou precisando de um banho...

——— Você já tomou banho! ——— Bárbara me olhou por cima do ombro.

——— Suei...

——— Está frio, como você suou? ——— ela estreitou os olhos e eu dei de ombros e me apoiei no batente da porta.

——— Não vai me deixar tomar banho com você?

——— Sei muito bem esse "banho" que você quer tomar, espertinho.

——— Um consolo para minha tristeza. ——— levo a mão até o peito e faço um beicinho.

——— Se consola com a sua mão! ——— ela pisca e sorri.

——— Enquanto te observo toda pelada e com o corpo molhado? Então tá...——— faço menção de enfiar a mão na calça.

——— Que nojo. Você perdeu o senso do ridículo, seu tarado? ——— ela pega um frasco de shampoo vazio e joga na minha direção, porém desvio. ——— Rala daqui.

Dei risada e sai do banheiro. Amo tirar a paciência dela.

Retornei para a sala e me sentei. Ela ainda demorou um tempão dentro do banheiro. Eu não sabia que uma pessoa tão pequena, precisava de tanto tempo para tomar banho.  Ela consegue lavar o corpo em segundos.

Quando Bárbara saiu, estava com um toalha enrolada na cabeça, minha blusa branca em seu corpo e um pente na mão.

Era três e pouco da manhã, eu estava só com um pouco de sono e uma ressaca gigante.

Também estou com vontade de beber, de cheirar e fumar mas sei que com Bárbara aqui vai ser impossível, só o cigarro mesmo.

Babi tira seus chinelos e se senta.

——— Essa televisão funciona?——— ela aponta para a TV e eu confirmo com a cabeça. ——— Vamos ver alguma coisa?

——— Tá bom. ——— me levanto e pego o controle em cima da estante, depois volto para o sofá cama.

Enquanto escolhíamos algo para ver, Bárbara penteou seu cabelo e entendeu a toalha.

Apagamos a luz e apenas a TV iluminava a sala. Babi se deitou de costas para mim e se cobriu.

O filme começo e eu não prestava atenção. Na minha cabeça, nesse momento, com a Bárbara aqui, depois de ter me ajudado, tinha apenas as palavras de Arthur.

"Ela parece ser o tipo de menina que gosta de atitudes carinhosas, que se importa com os mínimos detalhe"

Não consigo ser assim, tenho um bloqueio enorme que não me deixa ser carinhoso com ninguém.

Mas se eu quiser que Bárbara não me odeie, eu tenho que tentar.

——— Bárbara. ——— crio coragem e a chamo. ——— Vem cá.

Ela me olha, confusa. ——— Eu não! Pra que?

——— Para de interrogar e vem logo, Bárbara! ——— a puxo pelo braço e abraço sua cintura.

——— O que você está fazendo? ——— ela estreita os olhos e me encara desconfiada.

——— Bárbara, por favor?! Deita aqui no meu peito, estou tentando...——— ela me julga mais um pouco com o olhar mas deita a cabeça em meu peito, passando o braço por cima da minha barriga.

——— Você é esquisito. ——— Babi diz e eu abro um sorriso. ——— E pode parar de me chamar de Barbara?

——— É o seu nome. ——— falo confuso e ela olha para cima, pra poder me olhar.

——— Mas não é assim que você me chama...

——— Hum okay, Bee. ——— falei e ela mordeu um sorriso e voltou a olhar para a televisão.

Enquanto assistíamos o filme, Bárbara dormiu. O que eu achei um audácia, já que foi ela que escolheu esse filminho de menina e me obrigou a ver, aí agora ela dorme e me deixa aqui assistindo Meninas Malvadas?

Quando o filme acabou, peguei o controle e desliguei a televisão, deixando a sala totalmente no escuro.

Me aconcheguei para dormir e Bárbara se mexeu, resmungando.

——— Fica quieto! ——— ela praticamente sussurrou, mas sussurrou de uma forma autoritária.

Até parece que inverteu as coisas.

Paro quieto e ela abraça meu pescoço e aconchega sem rosto ali na curva. Enfio minha mão por baixo da blusa e começo a acariciar suas costas

——— Estou quieto, Bee.

——— Ótimo, então continua assim.

Nossa. Bárbara com sono fica uma ferinha'.

Deixo um beijo em seu testa e ela levanta o rosto, deixando um selinho em meus lábios.

Demore bastante para dormir, minha cabeça estava a milhão. Nunca havia me sentido tão confuso assim, em relação a tudo.

Minha mãe está me ligando desde o dia do enterro do meu pai e eu não retorno nenhuma ligação. Eu estava muito agitado e conversar com a minha mãe me estressa as vezes.

Mas mesmo que Arthur e Carol provavelmente tenha avisado pra ela que me encontraram e que estou bem, ainda devo ligar apenas para ela ouvir minha voz e ter certeza disso. Vou deixar isso pra amanhã.

Durante a madrugada, pensando ainda mais nas coisas, lágrimas involuntárias começaram a sair de meus olhos, as limpei rapidamente.

Eu não queria chorar e acordar a Bárbara, ela parece cansada e quero deixar ela dormir até o horário que quiser.

Sei que quando eu dormir, os pássaros já cantavam do lado de fora da cabana e a sala já estava começando a se iluminar com a luz do sol.

O moreno tá estranho...👀

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