A proposta de Vladimir.

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                                                                                      64° Capítulo.


O som de cela batendo me faz despertar.Quando pisquei várias vezes os olhos tentando focar a minha visão, uma silhueta aparece na minha frente.


    —Você está bem, Martins? — A voz de Serguei me trouxe de volta para a realidade.


    —Onde estamos? — Olho em volta.


Parece que estamos naquele tal casebre que disseram antes.Mas como tem esse tipo de construção dentro de uma mina?O casebre tem apenas um cômodo e está vazio de qualquer tipo de móveis. A única janela, que fica ao lado esquerdo da cela, está tampada com algumas madeiras que parece ser tão velhas quanto o resto.


    —Eles no deixaram aqui. — Serguei diz.


Tento mexer meu braços, mas minha tentava é em vão, pois agora eu estou acorrentada. Acredito que sejam as mesmas correntes que colocaram no Serguei, pois me sinto fraca. Olho ao redor e vejo a mulher de antes, agora acordada. Agora há uma pessoa a mais no canto. Parece ser uma pessoa mais velha.


    —Quero te apresentar alguém. — Serguei diz animado.


    —Quem?


Por conta das mãos presas, ele aponta para onde olhar usando o rosto.


    —É o meu pai. — Ele termina de apontar. —Pai, essa é a minha amiga.


O pai de Serguei lembra bastante, de certa forma, a Selene, só que com os traços de alguém mais velho, além dos traços masculinos.


    —Amiga? — O homem diz enquanto me olha.


    —Sim.


    —É um prazer, senhor...? — Não lembro se o Serguei chegou a dizer o seu nome.


    —Dimitri Smirnov Pushkin. — O homem diz de forma séria. —É um prazer te conhecer também.


    —Eu até lhe daria a mão para cumprimentá-lo da forma correta, mas não vai dar certo no momento. — Tento mostrar minhas mãos acorrentadas, mas acho que só consigo mostrar o dedo indicador a ele sem ter que me virar.


    —Serguei nunca falou de você. — Ele encara o filho enquanto diz.


    —É que eu conheci ela pouco depois que o senhor saiu. — Serguei parece meio acanhado agora.


    —Já tem uns meses que se conhecem então. — O que Dimitri diz, deixa eu e Serguei confusos.


    —Tem um tempo sim, pai. Mas não tem tantos meses assim que a gente se conheceu. — Eu confirmo o que Serguei disse.


Marte avermelhadaOnde histórias criam vida. Descubra agora