Encontro indesejado.

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                                                                                4° Capítulo.


Quase 1 da manhã e aqui estamos, eu e Mars soltando as última bombinhas. Ela comprou várias. Não foram tão caras, já que ela pegou as mais baratinhas e fracas. Com certeza esse "dia" vai ficar gravado em minhas memórias, mas devo agradecer a Mars pelas partes boas. Porém, não vou falar isso para ela pessoalmente, se não o ego dela vai inflar ainda mais.


    —Que tal nós irmos para a sua vó? Ela deve ter feito os famosos pratos "Maxine", tudo que aquela mulher faz eu gosto. — Ela diz enquanto tira alguns resquícios de pólvora das unhas.


    —No quesito "pratos", minha vó manda bem mesmo, o problema é que as festanças são feitas lá normalmente, e provavelmente a megera da Yutaka vai estar lá. — Minha expressão muda para repulsa.


    —Também não gosto nada dela, mas eu estou morrendo de fome, a gente passa lá e só pega alguma coisa para comer.


    —Yutaka parece que não gosta de nada, ela deve é me odiar. Desde que eu me entendo por gente, sempre que dava, essa mulher arrumava alguma forma de encher a nossa paciência. — Cruzo meus braços. —Ela pode ter diminuído um pouco com isso, mas de qualquer jeito, você sabe muito bem o que ela fez comigo naquele dia. — Fecho os olhos e massageio as minhas têmporas para me acalmar.


    —Eu sei eu sei, mas não vamos falar com ela. A essas horas ela deve estar bêbada e enchendo o saco de alguém por aí. — Mars junta as mãos tipo como uma reza e balança para frente e para trás. —Vamos lá, vai ser rápido, bem rápido, por favorzinhooooo.


Nem preciso abrir os olhos para saber que ela está fazendo sua famosa cara de súplica. É algo como um cachorro pedindo comida ao seu dono, enquanto ele almoça. Nunca consigo recusar quando ela faz isso. Mas em certo, minha vó manda muita bem nas comidas, e devo admitir que aquela brincadeira toda com as bombinhas meu deu uma fome.


    —Vamos entrar rapidinho, pegar algo para comer, falar com a vó e vazar. — Termino soltando ar, em tom de desistência.


    —AHHHHHH, eu sabia que você me amava, Bibis. Vem cá me dar um beijo. — Ela me dá um abraço quando termina de falar.


    —Sorte sua que eu estou com fome, isso sim. — Digo virando meu rosto para o outro lado e soltando uma risada.


    —Sorte minha que você me ama? Foi isso que eu escutei, acho que foi eim, sim sim. — Ela me puxa para mais perto, se abaixa um pouco e beija minha bochecha.


Eu só consigo rir da situação, não conseguiria esconder nada da Mars e ela também não conseguiria esconder nada de mim.


    —Ai, isso tudo foi bom para esquecer um pouco que o meu querido Dallas viajou.— Mars começa a fazer uma cara emburrada e cruza os braços. —Ele teve que viajar justo no ano novo. Detesto o emprego dele.


Acho uma graça quando ela faz isso, fica parecendo uma criança. Uma criança muito alto por sinal, Jesus. Nunca entendi direto qual era o trabalho do Dallas, algo relacionado a viajar ou algo assim. Mas sempre que mencionam o trabalho de Dallas perto de Mars, ela evita ao máximo falar sobre e fica meio distante.

Marte avermelhadaOnde histórias criam vida. Descubra agora