74° Capítulo.
POV ELIZABETH.
PRECISO SAIR DESSE LUGAR SUFOCANTE.
—Temos que ir, Star. — Chamo a atenção dela tocando o seu ombro.
—Vai na frente, eu já estou atrás de você.
"Eu não estou me sentindo bem". Penso em dizer isso para ela. Mas ao ver a situação dela com a Dorotéia, me faz não querer atrapalhar os possíveis últimos momentos delas duas.Então saio do local rapidamente.
Quando passei pela porta que dá para o porão, senti meu coração acelerar.Vejo um dos freezer de sorvete, que agora está desligado e me apoio nele.Olhei para cima e vi o ventilador de teto parado.
—Primeiro foi a minha mãe, depois aquela mulher, agora a senhora Dorotéia. — Uma sensação de engasgo me faz parar de falar, juntos dos mil pensamentos em minha cabeça. —Eu não quero perder o meu pai, eu não quero perder ela...
A falta de ar começa, eu olho pro ventilador. Tentando de alguma forma sentir o ar, o vento.Coloco minha mão em cima do coração, as batidas cada vez mais aceleradas. Eu já não penso em mais nada, só em como vou conseguir respirar.Minha visão começa a ficar escura e turva.
Não me aguento em pé, então acabo me deitando de costas pro freezer.Minhas garras começam a crescer e arranhar minha camisa. Tiro minha mão de cima do meu peito, mas mesmo assim escuto meu coração.O som impregna nos meus ouvidos. A batida acelerada com uma respiração ainda mais descompassada.
Uma voz soa pelo ambiente, todos os sons de fora parecem diferentes do normal. A voz chega bem perto de mim e para.Sinto algo pegando em minha mão. Instintivamente, a fecho, o que segurou a minha mão acabou sendo perfurado pelas garras, mas mesmo assim não me soltou. Inicialmente, não vi nada, estava mais concentrada no ventilador no teto. Mas ao passar dos segundos, fui abaixando o rosto e vendo um ruivo forte.Era a Star que estava ali.
—Eu estou aqui, Elizabeth. — O sangue da sua mão escorria para o seu braço. —Eu estou aqui.
Junto do som que foi suavizando, a visão foi ficando mais clara. A respiração que antes estava totalmente fora de controle, agora começa a encontrar um ritmo. Eu sinto as coisas ao redor, sinto meu coração voltar a bater de forma calma com o tempo.
Agora eu só olhava para aquela mulher de cabelos ruivos, que me olhava de volta e sorria. Coloco a outra mão em meu rosto, sinto aquela escuridão de cor eigengrau. Puxo bastante ar e depois solto.
—Obrigada. — Foi o que consegui dizer.
Se a Star disse algo depois disso, eu não sei. Mas sei que ficamos alguns minutos ali.
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Marte avermelhada
FantasiBianca, uma jovem sonhadora e romântica, encontrava-se imersa em um turbilhão de emoções naquela noite de virada de ano. Enquanto as estrelas brilhavam no céu noturno, ela aguardava ansiosamente pelo momento em que poderia revelar seus verdadeiros s...