Seria essa uma decisão imprudente?

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                                                                               66° Capítulo.


POV CASSANDRA.


    —Enquanto não chegamos, me explica isso direito. — Estou indo com o Maxwell até o Vlad. —Tem certeza que ele a mordeu com a intenção de transformar?


    —Eu entrei no quarto momentos após ter acontecido. Ela mal conseguia se manter em pé. E se restavam dúvidas, ele ainda mandou que eu a levasse até o quarto de sangue real.


    —Eu conheço a nossa cultura, conheço ele há anos, vivo no castelo tem tempo, tenho conhecimento sobre o ritual e etc. — Digo furiosa. —Mas mesmo com tudo isso, ele não me acha digna de passar pelo ritual. Aí aparece uma qualquer e ele decide transformá-la em questão de horas desde o primeiro encontro. Que maravilha.


    —Vladimir foi muito inconsequente agora. — Maxwell diz enquanto abre as portas do castelo. —Amélia nunca permitiria alguém como ela virar da realeza.


    —Falando nisso, quem é ela? O que é ela? Vladimir pode ter sido inconsequente, mas não seria burro ao ponto de transformar uma humana. — Encaro o Maxwell.


Ele sabe mais sobre os prisioneiros do que eu. Além da comida, as vezes arranja umas informações sobre o outro lado.


    —Ela parece ser da mesma raça que aquele velhinho. — Maxwell para de andar. —Acho que o nome é Number, ou algo assim.


    —Number? Já ouviu falar dessa raça antes? Porque eu nunca ouvi falar sobre. — Ele dá de ombros como resposta. —Não importa, já que para o ritual ser permitido, é preciso ter autorização de Amélia ou de alguém do conselho.


Estamos no corredor do quarto do Vlad. Antes de chegarmos à porta, ela se abre e Vlad sai de dentro.


    —Se vieram aqui fala sobre a garota, é melhor darem meia volta, já está feito. — Ele ajeita a roupa. Isso me deixa com raiva e ao mesmo tempo babando.


    —Ela não está lá tem nem um dia, podemos tirá-la de lá. — Digo enquanto me aproximo.


    —Para depois a matarmos? Acho que não.


    —Vlad, somos seus amigos há anos. — Maxwell chega perto dele. —Escute o que estamos dizendo, só dessa vez. — Ele coloca a mão no ombro do Vlad.


    —Sim, só queremos o melhor para o nosso futuro rei. Ela não é adequada para você. — Digo enquanto chego mais perto.


Ele parece pensar em algo.


    —Ela é diferente, fala o que pensa na minha cara. Não me vê apenas como um futuro rei.


    —Mas Vlad, ela nem deve gostar de você. Pense em todas as coisas que aconteceram até agora. Você pode estar dando poder para alguém que pode se voltar contra nós. — Fico boquiaberta com o que Maxwell diz. Pensar não é o forte dele, mas o que ele disse faz muito sentido.


Vlad abaixa a cabeça, será que deu certo o que o Maxwell disse?Pelo menos era o que eu pensava, o que eu queria que tivesse acontecido.


Percebi que tinha dado errado quando, subitamente, Vlad nós ergueu pelos pescoços.Seu olhar, aqueles olhos vermelhos penetrantes, pareciam invadir minha alma e me dominar.Eu teria continuado a encará-los por mais tempo se não fosse pela falta de ar.


    —Escutem bem. — Ele diz, ajustando as mãos em nossos pescoços. —Vocês não vão atrapalhar a transformação da senhorita Martins, e não vão mexer nos prisioneiros. — A voz dele mudou, igual aos seus olhos. —Quando ela acordar, vai estar com muita sede, então deixem-na se saciar por completo. — Sua presas ficarem bem aparentes. —Entenderam?


Tento dizer que sim, mas não consigo.


    —ENTENDERAM? — A sua voz rugiu, fazendo o ambiente estremecer.


Acenei como pude com a cabeça e Maxwell também. Só depois disso, eles nos soltou.


    —Agora que estamos entendidos, podem ir embora. — Ele diz, virando-se e entrando em quarto.


O som da porta batendo me trouxe de volta para a realidade. Eu admito que gosto desse jeito prepotente dele, amo o jeito como ela comanda.Mas dessa vez, não me senti tão bem.Ver que ele está assim por causa de outra garota...


    —Ei, Cassandra. — Maxwell da leves tapas no meu rosto, e isso me faz voltar a si. —Está bem? — Ele parece bem preocupado.


    —Tudo certo, só precisava respirar um pouco. — Me levanto com a sua ajuda.


    —De todas os momentos possíveis, justo agora a rainha Amélia teve que ir para a reunião dos lordes.


    —Você iria contar para ela sobre o que está acontecendo? — Fui sincera com a pergunta.


    —Você viu o que ele fez. Sentiu, na verdade. — Maxwell toca no próprio pescoço.


    —Ela vai morrer, de qualquer jeito. — Digo enquanto saio. —Agora é com ele.


    —Por que acha isso? — A pergunta de Maxwell faz eu virar subitamente para ele.


    —Por quê? Já conversamos sobre isso, ela não é digna. — Volto a minha atenção para frente. —E o sangue real vai entrar em conflito com o sangue da raça dela.


Maxwell emitiu um som de compreensão logo atrás de mim.Eu quis ajudar Vladimir, mas agora ele que se vire com as consequências que virão.

Marte avermelhadaOnde histórias criam vida. Descubra agora