Verão 6

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A alegria tonta na minha cabeça fedia a álcool, a risada incontrolável no canto da boca e a incapacidade de manter o equilíbrio era demais.

A minha visão era de puros borrões alegres, não tinham informações adicionais, eu poderia me acostumar a viver um mundo de apenas quatro dimensões.

Foi quando eu senti algo me segurando pelos ombros e minha cabeça colidiu com algo relativamente macio, mas muito duro pra ser um travesseiro...

Pisquei algumas vezes enquanto o perfume invadia os meus sentidos, a mão me mantendo quieto pelos ombros...

Eu não tive tempo pra registrar, um toque delicado fez carinho no meu rosto e eu simplesmente dormi de apagar como luz.

Quando eu acordei, o relógio eletrônico do quarto do hotel marcava umas quatro da manhã, eu só conseguia mexer os meus olhos mesmo, já que o meu corpo estava tão aconchegando que nem ao menos se mexia.

O meu pseudotravesseiro era, na verdade, o peitoral do Suguru, o perfume gostoso misturado com álcool era dele, a mão firme que segurava meus ombros era dele, minha perna direita estava passada por cima de uma de suas pernas, meu joelho se tocando no de Nana que basicamente espelhava minha posição.
A única diferença é que ela suavemente afagava meu rosto de tempos em tempos, de novo, eu estava vivendo em apenas quatro dimensões, sem pensar no externo, no infinito, no vermelho, azul, controle... Tudo fluindo como o músculo do meu coração, funcionando no automático apenas me dando um prazer de aproveitar essa situação.

A única diferença, é que eu acho que o efeito da bebida já foi embora, então essa sensação é só minha.

Mais uma vez, o dedo de Naomi treme suavemente como um carinho na minha bochecha, me fazendo sorrir, o rostinho adormecido e redondinho dela estava amassado contra o peito de Geto, seus cabelos enormes caiam como uma manta disforme sobre o corpo, deixando os contornos dela como uma dissipula da deusa Afrodite, apagada de sono com os lábios ligeiramente abertos... Eu senti vontade de encostar mais nela, tanto quanto eu estava encostando no Geto.

Minha mão jazia esquecida descansando no abdômen do suguru, eu precisei fazer uma pequena pausa pra lidar com esse constrangimento, meus dedos começam a se mover suavemente por sua pele branquinha e suave, pude ouvir ele arfando durante o sono só com isso

Como você é sensível, Suguru.

🍓 - Agora ele nem se manifesta.

Silêncio total

🌪️ - Eu falar o que? Eu tava dormindo não fiz nada errado!

Uuuuh~~ acho que alguém ficou evasivo.

Enfim, minha mão alcança finalmente o pulso da menina, seguro sua mão que é tão menor que a minha que posso facilmente ocultar com os dedos. Dou um beijinho na palma de sua mão enquanto o pé dela se move suavemente, deixando seus dedos para se encontrarem com os meus.

O momento era tão confortável que eu não queria nem pensar na configuração dos meus sentimentos a respeito dessa situação, sentir já é uma coisa difícil pra caramba pra mim... Agora nisso parece três vezes mais.

Acho que três é um número muito sugestivo agora.

Mas eu só consegui dormir de novo, apagando até o sol incomodar meus olhos e o cobertor sendo puxado do meu corpo me fez acordar, Nana estava de pé... A minha visão ainda estava voltando ao foco, mas rapidamente ter olhos tão funcionais se valeu na vida real... Aí meu Deus, como alguém pode ter peitos tão gloriosos?

Eu acordei sendo abençoado?

— Satoru! — A voz dela me acordou de vez — Solta o cobertor, seu cachorro.

Dias de Verão - Gojo/Geto/ LeitoraOnde histórias criam vida. Descubra agora