Verão 12

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Pais são um assunto difícil pra mim, como alguém super forte, lindo e incrível... Eu tenho que ter problemas em alguma área né.

E porquê estamos falando disso nesse começo de capítulo quando no anterior a gente terminou tão bem?

É que dias depois, vai ter um feriado prolongado, vamos ter quatro dias bem atoa e os pais do Geto e da Nana querem eles em casa pra comemorar a data que eu sinceramente não me importo em qual era...

- Vocês vão mesmo? - Estava sentado na cama do Suguru depois de pular a nossa janela-buraco.

Nana estava esperando ele apoiada na janela enquanto o franjinha arrumava a mochila na maior calma, ele parecia escolher tudo nos mínimos detalhes.

- Sim, eu não vejo a minha mãe a seis meses, Toru - Nana diz se jogando na cama ao meu lado.

Por incrível que pareça, o fato de a gente se pegar não deixou nossa relação estranha, eu me sentia até mais leve depois de entender o que eu queria com esses dois.

- Não é sempre que a gente pode ir até a nosso vilarejo, Satoru - Suguru põe um cachecol na mochila.

- Hum... - Nana da um tapa totalmente inesperado na minha coxa, que faz um barulho estrondoso.

- Aí sua corna, cabeçuda - Me viro pra ela que já estava rindo da minha cara.

- Eu estava pensando assim... Por que não levar o Toru com a gente para conhecer os nossos pais? - Eu não estava prestando a atenção nisso nesse momento, minha coxa parecia estar pegando fogo! disse segurando minha mão de um jeito desajeitado que esmagava meus dedos em sua mão muito mais menor que a minha.

🍓 - nossa, aprende a escrever aí.

🌪️- a concordância foi dar um passeio.

Passeio pau na sua cara.

- Não acho ruim, ele ficar sozinho aqui seria um problema - coxa ardendo coxa ardendo.

- Isso aí você vai com a gente - Nana olha pra minha cara e... Magicamente a dor passou

- Que? Eu vou pra onde? - Pisco algumas vezes enquanto os dois palermas riem

🌪️Eu nem sabia que ele conhecia a palavra palerma

🍓Idem.

- Vamos lá, enquanto o Suguru arruma a mala dele pela quinta vez - Nana me puxa pelo buraco da parede e eu só deixo.

- É frio lá? - Perguntei enquanto pegava minha mochila.

- Um pouquinho - Nana sorri pegando as minhas roupas de frio mais pesadas

- Usamos roupas de inverno no verão, tire suas conclusões - Geto enfia mais um cachecol na mochila.

Acho que ele se deu por satisfeito ou está pronto pra sobreviver a um freezer.

Nana arruma minha mala sobre a cuidadosa curadoria de Suguru que diz se eu consigo sobreviver ou não usando cada peça que a menina levanta.

- Então... Falando nisso, como é a relação dos pais de vocês? - Perguntei meio sem jeito... Pais são um assunto estranho pra mim.

- A minha é bem normal - Nana levanta um gorro pra mostrar a Suguru.

- É só ridículo, pega o abafador de orelhas - Suguru diz com calma sobre o gorro, me ofendendo um pouco no processo - meus pais gostam de mim, eu gosto deles... Relação comum.

- O que raios é uma relação comum, gente? - Eu não tenho esse tipo de experiência!

- Hum... - Nana levanta uma camisa preta de mangas longas - é difícil de definir, mas é uma relação de diálogo, eles te ajudam a crescer, te amam... Essas coisas, e as vezes a gente briga.

- Da pra usar essa pra dormir -Suguru prende os cabelos, o verão já estava bem menos castigado, significa que está quase acabando - é bem parecido com aqueles filmes americanos ruins que você assiste.

- Tipo a Disney? - Tombo minha cabeça para o lado - com todos mortos?

Eles me olham meio assustados por um instante, depois se olham e começam a conversar telepaticamente através de olhares!

Eu odeio que eles sejam amigos de infância e possam fazer isso, me excluindo!

- Prontinho, fiz sua mala, agora me agradece - Nana sorri, jogando a mochila em mim.

Eu não entendi o diálogo visual dos dois, preciso de prática pra começar nessa relação, mas Nana voltou a sorrir pra mim e se aproximou, os cabelos longos emoldurando seu corpo, fazendo ela parecer uma sereia vinda diretamente dos meus sonhos.

- Acho que já sei como - largo a mochila e agarro ela pela cintura, juntando meus lábios aos seus, sentindo a pele macia tocar na minha, o calor úmido dos lábios passando... Eu me sentia vivo.

Sentia coisas com eles, me sentia igual... Era diferente de qualquer outro momento na minha vida.

- Entendi... Estão me excluindo, eu vou embora - Suguru comenta, nos fazendo parar pra rir.

Já que ele simplesmente não parece ter movido um dedinho pra sair do buraco na janela.

- Vem cá, vem gatou - me aproximo, ainda com meu braço envolvendo a cintura de Nana.

- Tão lindinho com ciúmes - Nana segura o queixo de Suguru e dá um selinho em seus lábios, fazendo meu corpo se aquecer enquanto assiste.

- Minha vez - tomo o lugar dela, roubando o resto de ar do moreno em um beijo que parecia deixar o meu sistema nervoso em curto-circuito.

- chega, se não a gente nem sai daqui hoje - Nana apanha sua mochila rosa, obviamente tinha sido um presente da Nanase sensei, ela nunca compraria alguma coisa de marca cara desse jeito.

🍓 Ainda me chama de pobre, esse porra.

- Vamos nessa - Eu fiquei realmente animado pra conhecer pais de verdade e são os pais desses dois...

Enquanto eles caminham na minha frente, contando sobre lugares que queriam me mostrar, que queriam que eu visse a escola onde estudaram a vida toda, eu só conseguia sentir o meu coração preenchido por algo... Algo bom, os sorrisos deles faziam meu corpo ficar aquecido... Eu sentia que não tava sozinho.

- Deixa que eu pago o trem - Sorrio pra eles que estavam pegando coisas nos bolsos.

Dias de Verão - Gojo/Geto/ LeitoraOnde histórias criam vida. Descubra agora