— Cara você literalmente acabou com toda uma missão super importante por essa miséria de grana? — eu quase pulei por cima da mesa pra esganar esse marombado babaca.— Miséria? — O Toji ergue as sobrancelhas
— Geralmente eu pago isso pra cuidadora da minha mãe — faço uma careta, digamos que vigiar uma porta e manter um selo amaldiçoado funcionando é algo bem simples que até a Utahime faz.
A postura dele mudou, o cara relaxou na cadeira e cruzou os braços.
— Não tá precisando de ninguém pra trabalhar com você não, pirralho? — o sorrisinho cínico dele me fez arder de raiva!
Pra ninguém dizer que eu sou cri-cri, esse cara tá me gastando desde o começo da semana, eu tenho que levar esse merda pra todo canto, ele não abre o bico, é impossibilidade torturar ele, sempre tem um comentário sarcástico...
— Uhuul, acho que alguém tá provando do próprio veneno — Nana diz isso quando eu ligo pra ela simplesmente para reclamar.
— Eu te odeio, peste — Digo o que ela normalmente diz pra mim.
— Ah, eu acho que esse tempo com o ex da Nanase sensei esta te fazendo muito bem, Toru — Debochando da minha cara, minha namorada desliga o telefone.
— Rapariga... — Faço beicinho enquanto olho para a tela apagada.
Foi quando eu ouvi uma risada muito estrondosa e desnecessária!
— nossa, você é o que chamam de mais forte ? O jujutsu tá fudido mesmo — ele descansa aquela mão bizarra de gigante na própria cara.
Ignorando o insulto, eu finalmente reparei na aliança, ele usa uma aliança dourada na mão esquerda.
— Nanase sensei falou de mim pra você, Toji ? — adoto um tom mais sério, ela era importante para mim, agora que ela se foi, eu queria saber o que ela pensava de mim.
De repente, ele pareceu bem mais velho.
O Toji que eu vi foi... O meu assassino, um homem que mostrou que eu não invencível para alguém com criatividade, posteriormente, ele se tornou um cativo irritante, um homem velho que se recusa a crescer fazendo piadas de garotão.
Mas, agora, realmente os quarentena anos pareciam ter atingido ele de verdade, o olhar parecia mais cansado e a cicatriz na lateral da boca parecia bem mais enrugada.— Tá falando da Hikari? — Toji suspira, apoiando os braços nas pernas.
No momento, estamos em Buenos Aires, eu vim até aqui resolver uns problemas de maldições e eu não confiei de deixar ele na prisão sabendo que o conselho teve a cara de pau de tentar grampear a minha namorada.
(Pra quem não sabe, o ato de grampear alguém ou linha telefônica é pra basicamente interceptar o que é dito, é uma forma comum de agentes da lei como a política de obter informações, no caso da Nana, os anciãos queriam saber de tudo que ela falava com Satoru).
Assim, estamos em um hotel, muito longe de casa. Nenhum de nós está confortável a bastante tempo e a convivência tá ficando insuportável!
— Se sabe de quem eu tô falando, responde logo, velhote — Cruzo meus braços, mas nem assim consigo ter metade do músculo peitoral dele.
Ele pareceu perceber que eu tava comparando, deu uma leve risada e cruzou os próprios braços pra me humilhar.
— Ela era minha mulher, eu não tenho que te contar nada — Ele joga a cabeça pra trás e suspira.
— Não tem, mas você com certeza vai — Dou um leve sorriso.
— Você é uma peste — ele balança a cabeça — a Hikari vivia tão preocupada com você que eu já achei que ela fosse sua mãe.
Ele apoia os pesados cotovelos na mesa que nos mantém bem distantes, ao mesmo tempo que meu coração acelera... Ela se preocupava mesmo?
— Mas ela era muito nova pra ser mãe de um bicho velho que nem você — ele suspira — mas ela sempre falava de você, da tal da Nara e o franjinha, inclusive esse cara me fazia pensar que eu era menos babaca de ter dado nome de mulher pro meu filho.
Eu levantei as sobrancelhas rapidamente quando ele divagou desse jeito.
— Você tem um filho? — minha pergunta foi bem brusca.
— sim?
— Não é possível — Eu tô pasmo.
— Eu ainda não entendi em que ponto você quer chegar? — o Fushiguro me olha com puro tédio.
— Eu tô andando com você a mais ou menos... Um mês, você nem mencionou isso ou qualquer outra coisa relacionada a uma criança! — ninguém tá entendendo o absurdo dessa situação?
— E o que quê tem? — ele tá me olhando como se eu fosse maluco!
— Com quem tá essa cria? — as vezes tá com a mãe né, por isso que ele não tá tão preocupado.
— A, sei lá. — Ele levanta os ombros e eu sufoco um grito — Num faz drama, o moleque é esperto, ele sobrevive.
Eu acho que vou ter uma parada cardíaca.
— é uma criança sozinha... Por aí — passo as mãos pelo cabelo, procurando meu celular no bolso.
— Ele tem a técnica das sombras do clã Zen'in, ele vai ficar bem — ele revira os olhos e eu só consigo ficar mais preocupado!
— Geto! Suguru! — ele parecia estar dormindo de novo antes de atender, isso é meio fofo — preciso que você faça uma coisa pra mim.
— Precisa da minha ajuda? — isso pareceu acordar ele de repente.
— Sim tem uma criança, ela tá meio em perigo de já não tiver sido capturada — olho feio para o delinquente velho na minha frente.
"Endereço?" Formo com os lábios pro infeliz na minha frente me olhando como se eu fosse um pateta.
— Tudo bem. Tem uma descrição da criança pra mim? — Suguru fala do outro lado da chamada.
— o quê? — Dou um gritinho ao ver a cara do próprio pai tentando lembrar como é a cara do filho! — Puta merda, então... Deve ter o cabelo preto, mas isso não é o importante, ele pode ser usuário das dez sombras...
— Espera... — Eu posso claramente ver o Suguru de cueca parando no meio do quarto e pondo as mãos na cintura enquanto fala ao telefone — O menino que a gente viu no velório?
Eu Puxo de memória e...
— É esse mesmo! — eu não sei se fomos muito burros de só perceber agora ou muito inteligentes.
Pega a linha de raciocínio, esse cara era alguma coisa da Nanase sensei, ele tem um filho (a criança que a gente tá procurando), por coincidência, só tinha uma criança no velório da Nanase e incrivelmente ela usava sombras!
QUE É A PORRA DA ÚNICA ESPECIFICAÇÃO QUE O PAI DA CRIANÇA ME DISSE!
Sherlock demais.
— Qual é o nome dele? — pergunto pro pai, isso ele tem que saber.
— É Megumi — ele diz depois de bocejar.
— Não fode — Ele não deu esse nome pro moleque, po, na escola ele deve estudar com umas cinco Megumi e todas elas usam saia e Maria chiquinha — o nome do moleque é Megumi, mor.
Ato falho, pois ao mesmo tempo que eu vi o Fushiguro arquear as sobrancelhas pra me olhar, eu ouvi o Suguru tropeçando pelo telefone, não se pode nem mais ser carinhoso nesse mundo. Século da putaria demais.
— não brinca que esse é o nome do garoto, Toru? — meu MOR, não gostou do apelido não? Agora só vou chamar de MOR daqui pra frente — tá... Eu vou dar um jeito.
— Tá bom, meu morzinho, toma cuidado, se cuida bem direitinho que eu te amo — eu fiz questão de ser bem constrangedor pro Fushiguro ficar com uma cara bem estranha.
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Dias de Verão - Gojo/Geto/ Leitora
Fanfic[NÃO É TRIÂNGULO AMOROSO] [Trisal] Amiga de Satoru e Suguro, Naomi Nara, se vê em uma situação incomum... Apaixonado-se por dois meninos diferentes ao mesmo tempo e sentindo que, talvez, esses meninos sejam apaixonados ou pelo outro e também por el...