Dias de Verão - Gojo/Geto/ Leitora

Verão 2

FALTANDO UM MINUTO

A gente conseguiu pegar um carro e acelerar pro aeroporto, mesmo que se a gente pegasse na serpente do Suguru teríamos chego bem mais rápido.

🌪️ — Vai pegar a onde?

💧— Suguru! Você sacou.

— Aumenta esse ar-condicionado, pelo a amor de Deus — Digo para o motorista que nos levava.

Eu estou espremida entre o Geto e o Gojo... Olha, eu sei que eles são meus amigos... Geto e eu nos conhecemos desde crianças, nossos pais não são feiticeiros então a gente até estudou no mesmo colégio, o Satoru é um cara super legal que a gente conheceu no começo do ensino médio e parece que temos uma amizade de anos... Mas...

Ficar entre esses dois me desperta sentimentos inenarráveis!
O Suguru é forte e charmoso, o Satoru é forte e engraçado... Eles me deixam em pânico!

—Nem tá mais tão quente assim, Nana, para de drama — Satoru diz com a cabeça jogada pra trás, seu pomo de Adão se mexendo sutilmente enquanto ele fala.

— Só se for pra você, ainda tá bem calor pra mim — o franjinha diz de forma calma, mas seus dedos suavemente puxam meu queixo, desviando o meu olhar de Satoru e seu pomo de Adão sexy.

— Vocês sugam todo o vento fresco do ar-condicionado! — Dou um tapa na mão de Geto para que o moreno solte meu rosto... Eu fiquei nervosa!

🌪️ - Doeu.

💧- bem feito.

Corremos pelo aeroporto e logo tínhamos embarcado, o voo ia ser bem curto, só de algumas horas.

— Melhor que ônibus — Falei enquanto procurava nossos acentos, queria ter ficado longe dos patetas.

— Essas aqui são as nossas — Suguru aponta para a fileira do meio, era com três acentos... De novo.

— Eu não vou ficar no meio de novo não, vai o Satoru — Falo enquanto ponho minha mochila no bagageiro... Ou ao menos tento.

— Por mim tudo bem — Ouvi o platinado cantarolar atrás de mim.

— Satoru, eu acho bom você ir pra ponta, a Nana senta no meio — A voz do Geto foi um sibilo maldoso que fez a minha nuca se arrepiar.

Enquanto eles discutiam, eu travava uma luta épica junto a minha mochila pra encaixá-la no bagageiro lotado enquanto ficava na ponta dos pés, sentindo todos os pontinhos da minha coluna doerem por se esticar tanto.

De repente, eu tomo um susto, o braço de Satoru passa por cima da minha cabeça e derruba a bagagem excedente de outra pessoa toda no corredor, era um conjunto inteiro de malas de couro, enquanto Geto passa ao meu lado e encaixa minha mochila perfeitamente no bagageiro.

— Quem você pensa que é, seu pirralho insolente? — o velho careca se levanta, quem fala insolente hoje em dia? Enfim, ele tava usando o terno mais brega que eu já vi. — Pode ir colocando minhas coisas de volta!

Nisso ele pega uma mala e joga pra cima, quase esmagando minha mochila no bagageiro.

— O cara que vai te fazer você comer as suas malas se as roupas da minha amiga ficarem minimamente amassadas ali dentro — Ouvi só o sussurro da voz do Satoru, eu não podia ver seu rosto, mas imaginei que era uma cara de poucos amigos.

O velho ficou pálido e sumiu com as malas de vista.

— Vamos, senta aí no meio — Geto apoia a mão na minha cabeça e me guia pro assento.

Nem percebi e já estava sentada entre os dois.

Vi os lábios do Satoru tremendo, segurando a risada, me inclino pro lado dele, eu também segurava a risada.

— Você viu a cara dele? — A voz dele sai muito baixinha, tenho certeza que esse branquelo iria estourar na risada se fosse mais alto

— Eu vi, ele tremeu de medo que nem um bebê chorão — Seguro no braço de Satoru e começamos a rir durante a decolagem.

— Vocês são dois pirralhos — Geto diz de um jeito calmo enquanto nos olhava, era uma frase até comum de sair da boca dele... Mas por algum motivo fez as minhas bochechas arderem e me obrigou a desviar o rosto.

Foi engraçado ver que Satoru fez o mesmo, enquanto seus dedos longos e brancos ainda apertavam a minha mão.
Era incrível como essas duas coisas fizeram a minha barriga borbulhar que nem em uma montanha russa...

Mas pode ser efeito da decolagem né...

Sentada entre os dois foi um momento comum, de novo, entre eles.

Suguru aproveitou o ar condicionado e o conforto da cadeira para tirar um cochilo... Péssima ideia.

Satoru foi o primeiro a perceber que ele estava dormindo, já que eu estava fazendo o teste do "ESCOLHA CINCO GATINHOS E TE MOSTRAREMOS O SEU TIPO DE GAROTO IDEAL" de uma revista que comprei no aeroporto rapidinho, ele estava atoa.

— Vamos cortar o prendendor de cabelo dele — Satoru sussurra abaixado pra mim, ele ia executar esse plano independente da minha aprovação.

— Ele vai ficar bravo com a gente! — Eu sussurrei de volta. Queria fazer isso, mas o Geto bravo não é legal.

— Aah — Satoru me mostra a língua, debochando — ele deve ter vários desses na mochila.

— Tá bom — Concordo e me inclino na direção de Suguru pra facilitar sua brincadeira, segurando suavemente a cabeça do Geto.

Meus dedos tocaram sua pele suave, ele estava mesmo adormecido, pois seu rosto facilmente tombou na direção das minhas mãos.

— Que gracinha — Satoru diz enquanto fazia o elástico de cabelo se partir sem que Suguru sentisse.

A cascata de cabelos negros caiu por cima dos ombros, eu entendo perfeitamente cada uma das garotas que já se confessou pro Geto, ou cada uma das meninas que babavam nele na escola, até uma simples aula de educação física era um evento... E entendo até a primeira namorada do Suguru me odiar.

— Quer um paninho? — ouvi a voz de Satoru perto demais do meu pescoço, quase me fazendo pular e atingir o teto do avião.

— Paninho? Que? — me viro pra ele, um momento constrangedor dos nossos narizes se esbarrando. Piorou quando Satoru não pareceu se envergonhar, só ficar bem pertinho.

— Pra limpar a baba que tava escorrendo enquanto você olhava pro Suguru — Ele estreita seus olhos azuis que carregavam uma imensidão... De idiotice. É claro

— Eu posso babar por você também, querido — Sorrio cínica, tentando tomar as batidas do meu lado de volta ao meu controle.

— Nojenta — Satoru empurra meu rosto e se senta de volta na sua poltrona com um bico do tamanho do avião — Me dá, quero ver isso aqui.

Ele pega minha revista.