Verão 9

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— Eu tô cansado de ver a sua cara — Digo depois de bater a porta do meu quarto e dar de cara com Satoru no buraco da nossa parede igual uma assombração daquelas casas de terror de parque.

– Mas eu não — ele sorri, tirando os óculos e pegando um daqueles tapa olhos de dormir.

Suspiro enquanto solto meus cabelos e ligo o ventilador, o clima continuava quente e abafado, me dava vontade de sair da minha própria pele.

— Suguru... Vai contar a verdade pra Nana? — Eu vi a camisa de Satoru sair voando e logo depois sua calça. Me fazendo chegar um pouco mais próximo da janela feita por meio do vandalismo do meu vizinho de quarto arrogante de que nunca vão brigar conosco sobre isso

— Não é verdade nenhuma — Falo meio estressado, tirando minhas roupas, indo abrir a janela depois de uma pequena olhada para Satoru quase nu em seu quarto. Calor, calor, calor.

— Claro, sabotar todos os relacionamentos de uma garotinha são só casualidades — ele ri, com certeza aquele sem vergonha já estava nu a essa altura. Graças a Deus que da distancia da janela que abri só posso ver seus ombros...

Aqueles ombros bem desenvolvidos pra idade, a pele invejável de tão macia devido ao fato de entre os céus e a terra ele ser o mais abençoado... A pele macia, os cabelos sedosos e os cílios longos e vastos eram apenas casualidades para o nível acumulativo de sorte que ele possui.

— Eu não quero que ela se envolva com aquele tipo de gente — Suspiro, prendendo de novo meu cabelo, juntando até mesmo minha franja para distanciar da pele, me sentia grudento de suor.

— Caaalma — ele diz, preguiçosamente, se apoiando no buraco da parede que era do tamanho de uma janela. — Eu já te ajudei nisso... E não me arrependo.

Ele ri, descaradamente enquanto parece um idiota com os olhos cobertos, eu sei que ele mesmo assim pode ver e sentir as coisas melhor do que eu. Não tem nem graça.

É, eu sei muito bem como Satoru Gojo já ajudou nas minhas missões as escondidas para assustar cada possível namorado da Nana, desde o fundamental eu fazia isso sozinho, intimidava aqueles garotos toscos... Eles não iram fazer bem pra ela, a minha amizade e de garotas legais eram o suficiente... Era só isso que eu pensava.

Eu nunca deixei alguém do mesmo sexo que eu se aproximar tanto da Nana, mas o Satoru parecia uma exceção em todas as minhas convicções até o momento... Ele eu deixava, não tinha ciúmes mortais quando ele ao lado de Nana ou outros comportamentos que, em retrospecto, se fossem realizados por qualquer outro homem, eu teria dado um jeito que a terra engoliria esse cara até desaparecer e nem os próprios pais terem mais notícias dele.

— Suguru! Suguuuruuuu — quando me dou conta, Satoru estava pendurado no buraco da parede, estalando os dedos diversas vezes na minha cara... Eu viajei nos meus pensamentos com ele aqui.

— O que foi? — Perguntei piscando algumas vezes, olhando para o albino, finalmente o enxergando de verdade.

— Tá calor demais, eu vou tomar um banho e vou zarpar lá pro jardim — Ele avisa, sumindo da nossa janela.

Ouvi a porta dele abrir e fechar, eu fiquei por alguns instantes, pensando que suportaria o calor, mas o suor escorrendo pelas minhas costas fez questão de lembrar que, dessa vez e apenas dessa, Satoru estava certo.

Peguei uma toalha, roupas e segui para o banheiro compartilhado, onde eu ouvi uma comoção... Que parecia mais uma briguinha.

— Eu quero primeiro! — Ouvi a voz de Nana, minha amiga de infância dentro do banheiro masculino.

Corri sorrateiramente para ver melhor a situação.

— Mas esse banheiro é masculino, gata, eu tenho prioridade — Satoru mostra a língua e Nana devolve a careta.

Quanta maturidade...

Mas eu me diverti vendo eles brigarem pelo direito de usar o chuveiro por bons minutos. Aparentemente, o chuveiro das garotas não está funcionando direito e só vão arrumar amanhã.

— Vocês vão calar a boca quando? — Perguntei quando finalmente decidi revelar a minha posição.

— Que susto! — Satoru ri, Nana só ficou nas pontas dos pés com o susto rápido que proporcionei.

— A Nana não quer me deixar tomar banho, Suguru! — Satoru cruza os braços na frente do peito desnudo.

— É só você me esperar tomar banho antes! — Ela bate o pé no chão de ladrilhos brancos e azuis genéricos do banheiro.

Ignoro a turma do maternal e começo a contar os boxes disponíveis para banho.

— O que tá fazendo? — Satoru me segue, Nana logo atrás dele.

— Eu acho que dá pra todos tomarem banho né... Tem seis boxes e nós somos três — Falo calmamente, a resolução era óbvia pra mim.

— Eu não vou ficar pelada no mesmo ambiente que vocês, eca — Ela faz uma careta.

Satoru pareceu ofendido e eu quis rir.

— Ninguém vai ficar pelado — Digo calmo, a fim de apaziguar os ânimos que a briguinha deles alterou.

— Não? — SÉRIO QUE ISSO FRUSTRA ELE TANTO ASSIM? (Respira, Suguru... Respira)

— Não, ficamos com as roupas de baixo, assim ninguém se incomoda. Tá bom assim? — olho para os dois, esperando suas respostas.

Os nossos olhares se cruzam por um instante desconfortável até concordarmos.

Se o momento de nós encarar foi tenso, imagina o de tirar a roupa... Ficando só com as roupas íntimas...

Eu percebi antes de irmos para os boxes, que todos vestiamos roupas de baixo brancas... Roupas brancas assim quando molham ficam...

Transparentes.

Eu me enfiei na água gelada... Esperava que fosse um banho tranquilo e demorado, estava muito calor pra querer sair do chuveiro,  mas nunca se pode ter paz vivendo sob o mesmo teto que Satoru Gojo.

Uma nuvem de espuma e água me atinge com a violência de uma ofensiva de caça.

—Mas que merda... — lavo meu rosto para meus olhos não arderem.

Saio do boxe, bem a tempo de ver mais uma das bombas de Sabão de Gojo voando, dessa vez atingindo Naomi, a Nara ficou bem brava. Ela abriu o boxe numa porrada só.

— Eu vou te matar! — Ela corre aos escorregões pelo chão molhado, eu vou atrás o mais rápido possível para evitar um homicídio.

A situação ficou ainda pior quando eu alcancei ela já dentro do boxe de Satoru, escorregando os três para o mesmo pequeno cubículo, onde a água refrescante caia no meio...

Os corpos deles saltavam aos olhos, eu podia ver perfeitamente os contornos dos corpos dos dois, e pelos olhares... Eles me viam da mesma forma.

Nana estava com os cabelos molhados e rebeldes, seu rosto delicado está totalmente úmido, meu olhar descendo pelo seu sutiã podia ver perfeitamente o contorno de seus seios, me permitindo ver exatamente o contorno de seus mamilos que estavam bem evidentes no sutiã, a calcinha pequena demais só piorava a minha situação.

Pelo menos, eu podia dar a desculpa de que ela era uma mulher, uma mulher bonita e que me excitava... O problema é que...

Assim que meus olhos recaem em Gojo, eu sinto o mesmo, me perdendo nas gotas de água no abdômen ridiculamente definido dele, até chegar ao ponto de sentir minha boca salivar ao ver como o pau dele estava marcado e perfeitamente desenhado na cueca transparente.

— Por que a gente tá se encarando assim, gente? — Gojo parecia até meio confuso, seu rosto corado não parecia discordar dos meus pensamentos.

Esses momentos muito constrangedores só acontecem quando estamos juntos!

Dias de Verão - Gojo/Geto/ LeitoraOnde histórias criam vida. Descubra agora