𝒫𝑒𝑑𝑟𝑜 𝑒𝑟𝑎 𝑡𝑢𝑑𝑜 𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑡𝑖𝑛ℎ𝑎

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Uma mentira
dita mil vezes
se torna verdade

As paredes lisas e brancas, a decoração monocromática, os corredores silenciosos e permeados pelo aroma de limpeza, a temperatura gelada e inóspita… todos esses elementos característicos de um hospital era o que mantinha Pedro distante de seus domínios, no entanto, desta vez, sua estadia em um local como este havia sido inevitável.

— Bom dia. — cumprimentou com um rápido lampejo de sociabilidade, enquanto seus pés se moviam com precisão pelo piso perigosamente escorregadio.

A mocinha da recepção até mesmo já sabia que este era o horário em que ele sempre chegava. Ela já havia se acostumado com seu rosto e apenas acenava de volta com a cabeça, permitindo com que ele fosse direto para o quarto.

Fazia, pelo menos, um mês desde que Pablo Gavira, ou Gavi — como seus conhecidos costumam chamá-lo — estava internado no hospital privado de São Lourenço e, não havia um dia sequer que Pedro deixou de visitá-lo, até que finalmente recebeu a ligação do doutor, dizendo que o removeriam do coma e que ele estaria apto para voltar para casa.

— Gavi! — gritou ao abrir a porta de maneira abrupta, recebendo seu olhar assustado e meigo de volta. — Estou aqui!

Pedro correu até o leito, não se importando com a presença do enfermeiro que também o fitava com espanto, enquanto removia o soro do braço pálido, um pouco arroxeado, do mais novo.

— Senhor González… — o homem tentou avisá-lo, mas a altivez e o narcisismo do outro eram insuperáveis.

— O médico disse que finalmente você poderá voltar para casa comigo! — contou empolgado, levando os dedos até o rostinho confuso de seu garoto, acariciando suas bochechas geladas. — Vou levar você para casa e cozinhar algo delicioso para você comer… porque, sabe, eu tive que despedir a Mariana. — entortou a boca ao contar. — Infelizmente ela estava tendo problemas para se portar de maneira decente no trabalho, então… tive que despedi-la. — franziu o cenho, fingindo sentir empatia. — Ficamos sem cozinheira, mas eu posso cozinhar para gente! Não s…

— Desculpe, mas… — Gavi o interrompeu, fazendo com que Pedro parasse de falar imediatamente e focasse sua atenção no que ele diria depois de um mês em total silêncio. — quem é você?

Pedro levantou o rosto e arregalou os olhos, procurando imediatamente o rosto do enfermeiro, que o fitava como se dissesse: "Eu tentei avisar você."

Aquilo só poderia ser uma brincadeira. Afinal, por que ele estava lhe fazendo aquela pergunta? Por que ele o fitava como se realmente estivesse diante de um estranho?

— E-espera… — gaguejou ao afastar as mãos do rosto dele, tremendo ao dar alguns passos para trás. — O-o q…

— Senhor González, o doutor Dias pretende explicar tudo para o senhor. — o enfermeiro interveio de maneira calma, finalmente recebendo a atenção dele e conseguindo se fazer ouvido. — Existe uma série de detalhes sobre a recuperação do Gavi que o senhor precisa entender.

𝐀𝐦𝐧𝐞𝐬𝐢𝐚 ⤷ᵍᵃᵈʳⁱOnde histórias criam vida. Descubra agora