Capítulo 4.

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Ainda sentada na cama, não acredito que vendi minha virgindade a um cara bonito que roubava meus pensamentos desde o momento que lhe vi, Nikolai Prokhorov, eu já convivi com vários tipos de pessoas, desde sexo, a raça, mas nenhum se compara a Nikolai, e seu jeito imponente de ser. Alto, forte, moreno de olhos escuros como a escuridão, com a tatuagem de uma rosa na mão, e de um lobo nas costas. Nikolai é um homem bonito, de poucas palavras e grosso, o tipo errado de homem que eu gosto.

Confesso que quando ele me perguntou por quanto eu transaria com ele fiquei irritada, eu não sou uma prostituta, sou filha de uma eu sei, sou muitas coisas, mais eu não sou uma prostituta. Vendo muitas coisas mas não meu corpo. Pelo menos é o que eu pensava até aceitar a proposta dele, confesso que foi tanto pelo dinheiro como pelo trazer. Quando em um milhão de anos uma pessoa como eu teria a oportunidade de se deitar com um homem como Nikolai? Eu tenho uma forte queda para o crime. Não é a toa, que é na lei é onde se escondem os melhores criminosos.

Fui resgatada dos meus pensamentos ao ouvir o meu celular tocar.

— Conseguimos. Estamos embarcando agora.

— Certo, estarei fora do quartel por duas semanas. Tenho uns assuntos a tratar.

— Onde?— revirei os olhos, desligado a chamada, odeio quando ele tenta saber demais, Cárter é um homem prestativo e eficiente, o único pecado dele é querer que eu lhe dê satisfações.

Olhei para o relógio que marca, uma da noite, me levantei da cama e fui me banhar, voltando a usar o vestido apertado e maçante. Quando sai do motel , como esperado tinha um carro esperando por mim, ele me deixou na casa da minha mãe. Com as chaves reservas destranquei a porta e caminhei em direção ao quarto. Só não esperava ouvir som de coisas se partido no andar de cima e gritaria.

Nem me preocupo, caminho em direção ao meu quarto para tirar a merda do vestido, e dormir pelada.

Se minha mãe está nervosa desse jeito, é porque meu pai decidiu dar as caras. O reencontro deles, é sempre repleto de gritaria e sexo. Um relacionamento um tanto tóxico. Isso que dá quando sua mãe é a terceira esposa, das não sei quantas esposas que seu pai tem. Mas se ela o aceitou assim, quem sou eu para reclamar?

Em meio a tantos pensamentos acabei caindo no sono. E só despertei pelo barulho na sala, se não fosse por isso, eu dormiria o dia inteiro se possível. Quando acordei eram dez da manhã, fiz minha higiene pessoal, usei calções e uma camisa tropical, amarrei meus cabelos num coque.

— Bom dia.— digo assim que os vejo sentados ao redor da mesa tomando café.

— Bom dia, não te vi chegar. Chegou tarde?— Aiyra.

— Como ouviria se estavam discutindo!— murmuro enquanto como.

— Como tem passado filha, a um bom tempo que não te vejo.— Pablo.

— Se o senhor me procurasse, me encontraria. — jogo na cara e ele nem se importa — Quanto tempo vai ficar aqui?

— Uma semana apenas.

— Dê quem está fugindo agora? Da Cia ou a NASA?

— Lyuba não seja mal criada, está desejando azar para seu pai.— minha mãe me repreende enquanto por outro lado meu pai ri, e eu lhe acompanho.

— A NASA ainda não sabe que eu existo. — diz dando de ombros — Não estou fugindo de ninguém, apenas quero ver minha mulher e minha filha.

— Humhum, sei. Agora, a Cia se chama ninguém!— zombo. É impossível meu pai estar aqui se não estiver envolvido em algum problema, afinal é para isso que suas esposas servem como refúgios. — uma Pena que não vou poder curtir essa sua cara de mentiroso. Terei de partir às 7 da tarde.

— Para onde vai?— Pablo.

— Tratar uns assuntos. — digo vagamente, afinal não confio nele para lhe revelar informações contundentes, eu sei que ele é incapaz de me fazer algum tipo de mal, mas também sei que se nossos interesses entrarem em conflito ele me passará para trás. —  De que lado Geórgia está nessa guerra entre Ucrânia e Rússia.

— De lado nenhum. Geórgia é cadelinha da União Europeia. Se Rússia ganhar, a União Europeia estará em problemas, piores do quando mediam forças na guerra fria. Geórgia irá apoiar Ucrânia pela razão lógica, els também é um rabo de saia da UE. — ele fez uma pausa — em qual problema está tentando se meter pirralha?

Ri, enchendo minha boca de comida.

Pablo Romanov, meu pai é um criminoso muito procurado. Tanto pelo crime de bigamia, como roubo, homicídio, assalto a mão armada. Meu pai não é qualquer cara, ele é o Romanov, ele lidera uma gangue com a qual protagoniza esses crimes. Tendo em conta a riqueza que meu pai acumulou e o dinheiro que minha mãe faz trabalhando para Bratva, eu sequer preciso trabalhar, teria uma vida de princesa se quisesse. Mas correr atrás de problemas está nas veias dessa família.

Como ele está de bom humor decidi continuar o sondado para ver se posso obter, mais informações, é assim como vivemos nessa família. Usando-nos uns aos outros.

— O clã Zakone anda com problemas. Intrigas internas. Acha que eles estão divididos entre servir o Estado ou seus próprios preceitos?

— Garota você está tentando se meter com os Zakone? — sua expressão fica séria.

— Não...

— Fique longe deles. Eles são perigosos, não são algo tão pequeno quanto você pensa. A riqueza que eles acumularam não vem só de roubos a residência, ou homicídio. Eles estão ligados a coisas maiores, tráfico de petróleo e gás. Não entre de cabeça na toca de lobos, eles irão te devorar.

— Chega, vocês dois. O desjejum é para ser um momento pacífico, não para revelar esquemas maquiavélicos. Não se toca mais nesses assuntos nesta mesa.— minha mãe diz brava batendo na mesa.

Quando minha mãe me chamou para esse trabalho eu já estava envolvida num esquema com a Ucrânia. E ironicamente, os assuntos se interligam. Se o assunto é dinheiro é óbvio que eu irei me meter de cabeça.

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