Hoje não fui trabalhar, tirei o dia para fazer a faxina na casa. E tentar não pensar no passado. Porquê, eu estou seguindo em frente, estou aproveitando um dia de cada vez, mudei de número e não mantenho contacto con ninguém do meu passado. Mas o passado não são de mim. A todo estante fico lembrando do passado, das mortes. Do pontapé que a vida me deu.
Eu sei que sou levava as coisas na esportiva, e agora me arrependo de tanta negligência, teria tido uma vida mulher se tivesse escutado minha mãe, indo a faculdade. Teria uma vida comum e pacata.
— Crianças saíam do sol.
Mike coloca as mãos no rosto, para limpar o suor.
— Alex disse que está sentido frio. Por isso estamos a brincar aqui.
— Frio?
Eu sei que estamos num país de natureza frio, mas hoje é um daqueles dias bem ensolarados, não se justifica ele estar sentindo frio. Me aproximei deles.
— Está sentindo frio?— ele abana a cabeça confirmando, sua expressão e cansada e sonolenta. Coloquei minhas mãos em sua testa. Ele está com febre.— Mas tem que sair do calor, senão irão ficar doentes. Vamos.— ele não fez questão de movimentar, tentei o tocar, ele bateu em minha mão.
— Não me toque.
— Mas você não pode ficar no sol. Você já está com febre.
— Você não manda em mim.
— Eu sei. Mas por respeito ao seu pai não posso te deixar aqui. Mike vá para dentro.— ele não se moveu— Mikaelson.— ele se levantou num pulo.
— Alex vamos.
— Sua mãe não manda em mim. Não é minha mãe.
Cara. Eu não gosto de crianças não criadas. Assim porque não sou sua mãe, não posso tentar o livrar da febre. Que criança birrenta.
O carreguei a força, ele começou a expernar, bater nas minhas costas e chorar.
— Você não é minha mãe. Você não manda em mim.— não sei porque essa criança me odeia assim tanto. Será que é por ter crescido com homens? Não. Ele se dá bem com Katya. Será que sente o fedor dos meus pecados?
— Eu não sou sua mãe, mas se continuar sendo mal criado, vou te dar umas na bunda.
— Meu pai nunca bateu em mim. VOCÊ NÃO TEM ESSE DIREITO.— chorou.
Isso que dá quando a criança cresce sem presença materna, ou fica muito mimado ou é folgado.
— Sou não bato em você porque está arrependo em febre. Mas eu não aturo isso, crianças não podem levantar a voz com os mais velhos.
O deixei sobre a cama, e fui para a cozinha, pegar um copo de água e paracetamol para reduzir sua febre. Voltei para o quarto e Mike estava tentando o acalmar.
— Não deixe mamãe brava, você não vai querer a ver zangada.
— Ela é sua mãe. Não minha. Não é dá minha conta se ela fica brava.
Entrei no quarto interrompendo a conversa deles. Me aproximei de Alex estendendo o copo para ele que ele sacudiu para o chão e estilhaçou. Mike o olhou com os olhos esbugalhados, pois né ele nunca ousou agir dessa forma comigo. Alex parou de soluçar, e de repente ficamos num completo silêncio. Ninguém dizia nada.
Estou chateada, quero lhe dar uns tabefes, mas argh, ele está com febre. Me voltei aos estilhaços de vidros e comecei a catar, um por um. Depois fui o lixo fora. Peguei um copo plástico, coloquei o medicamento sobre o prato, levei tudo de volta para o quarto e deixei sobre o comodo. Não falei nada, não o obriguei a medicar, só deixei o medicamento e sai.
Depois voltei para cozinha, para preparar o almoço. A medida que ia escolhendo os ingredientes a raiva ia passando, lavei, cortei e coloquei tudo no fogo. Quando estava indo para o sofá, passei pela porta do quarto onde pude escutar.
— Porquê eu não posso ter uma mãe Mike?— Alex perguntou sonolento e triste.
— Eu não sei...acho que todo mundo merece uma mãe e um pai.
— Você não sente vontade de ter um pai?— Alex pergunta revoltado.
— Eu já tive. Só não recordo muito dele. Sei que já tive uma mãe, que não é está — meu coração apertou — e um pai. E também sei que morrerão.
— Morrerão? O que é isso?
— A morte? É quando alguém deixa de fazer parte do mundo dos vivos. E sua alma vai para outro mundo, como nós animes.
— Isso não te dói? Saber que seus pais morrerão? Minha mãe também morreu, vovô me contou. E isso me machuca, porque eu queria que ela estivesse cuidando de mim junto do papai. Queria uma família completa.
— Machucava tanto, que tive de viver no hospital por um tempo. Meu coração doía muito.— Alex faz uma expressão de surpresa — mas passou a doer mais quando minha nova mãe não vinha me visitar no hospital. Eu a amo muito. Seria fixe ter um pai. Mas minha mãe me basta.
— Não consigo me conformar.— Mike riu.
— Óbvio. Você é um bebê chorão. Posso pedir a minha mãe para que seja também a sua.
Não fiquei para ouvir a resposta de Alex, fui me sentar no sofá, fazendo tempo para os alimentos cozerem. Depois de algum tempo, fui espreitar o quarto e eles estavam dormindo, o copo de água vazio e o medicamento sumido. Sorri.
Crianças.
Pelos menos tem mais sentimento que eu.
E são maus sinceras consigo mesmas que eu.
Sai para tirar a roupa que havia lavado, do varal. Quando Boris chegou do trabalho.
— Lyuba, como está?
— Bem e o senhor?
— Cansado. Aqui só quero me deitar.
— O senhor devia se aposentar. — ele revira os olhos me fazendo rir.
— Meu sonho é fez um século trabalhando.
— Loucura. Quantos anos o senhor tem, se me permite.
— 79 anos.
— Está novinho em folha. Com certeza vai fechar o século. — rimos.
— E o Alexei?— Boris é o único que chama o neto sem abreviar o nome, e a sonoridade que ele usa, deixa o nome vibrante.
— Estava passando mal de febre, dei medicamento para ele, agora está dormindo. Posso o trazer depois que ele acordar.
— Então vou aproveitar o silêncio da casa para recobrar as energias.
Depois de algum tempo o almoço já estava pronto, mas eles ainda dormiam. Não quis os acordar. Deixei-os descansar. Por volta das seis da tarde é que comecei a ouvir barulho no quarto, e de seguida Mike saiu do mesmo com cara de fome.
— Fo-me.
— Homem de poucas palavras, gostei.— ele riu. Alex estava a sua trás, se escondendo de mim.— Vão lavar as mãos, enquanto vos sirvo.— quando o mais novo ia passar, segurei sua mão e coloquei minha mão em sua testa.— está baixando.— disse para mim mesma.— Ainda sente dor de cabeça? Ou frio?
— Um pouco.
— Mas uma medicação que passa .— os liberei para irei lavar as mãos. Servi-os, coloquei a comida sobre o carpete já que não temos uma mesa. E não é seguro que eles comam no sofá.
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Promíscua- Máfia
RandomSua mãe é uma prostituta e seu pai é um criminoso. Lyuba cresceu mais com sua mãe de que recebeu muito amor e carinho em consideração ao seu pai que é um criminoso com várias esposas. E apesar de ter crescido numa família peculiar, Lyuba se sobressa...