Capítulo 26.

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— E sobre ficar com um homem mais novo?— eu e Cloud somos como guardas noturnos, passamos a madrugada jogando conversa fora. E só quando...e só quando o sol começa a raiar é que nós despedimos para tentar pegar uma duas horas de sono e inicia nosso dia.

Psicologicamente falando, nós estamos ferrando o nosso bem estar mental. Ficar sem dormir, aumenta estresse, dá problemas cardíacos e diminui a imunidade. O corpo precisa descansar para recuperar as energias. Mas diga isso para mim e Cloud, e espere deitado ou mesmo na tuba que sigamos essa recomendação. Por um lado é mau e por outro é bom, a nossa conversa é como terapia. Eu acredito que se continuarmos assim por mais algum tempo, daqui a nada não teremos mais medo da noite, medo de saber que perdemos um ente querido. Teremos superado esse trauma.

Olhei para ele e sorri achando graça do que ela está dizendo.

— Nos passamos maior parte do tempo juntos. Não querendo dar ouvidos daquela falsa freira – Katya é a falsa freira, fala de Cristo mas s comporta como o capeta – nós nos damos bem. Temos filhos, se você quiser podem passar para casa principal. Sem pagar a renda. Eu e Alex passamos maior parte do tempo no seu minúsculo quarto. Vivemos praticamente aí, nem falo por Alex que agora só dorme convosco. Não querendo ser redundante, Porquê isso não pode dar certo?

Olhei para ele completamente surpresa e de seguida comecei a rir.

— Cloud, que forma tosca é esse de me pedir em namoro?

Ele ri junto.

— Qualé Lyu desencana, você sabe que tenho razão.

Acho que a intenção do que ele disse era para que fosse fofo, mais eu acho muito engraçado. Tipo sei lá, não no deboche, mas é engraçado.

— Sendo sincera. Curto homens mais velhos — ele começou a fazer só de vaia, como se fosse uma plateia — Segundo, eu te amo tá, mas não de forma romântica. É mais parentesco, me amarro no jeito que você me olha, ou na proximidade que temos mas cair na cama consigo...

— Vai dizer que é uma péssima ideia?

— Não!— gargalhei, me levantando — pode ser uma boa experiência. Mas cá entre nós, não vou dormir com meu irmãozinho. O único que eu assumi.

— Seu irmãozinho? — questionou num tom ofendido — Como assim o único que você assumiu?

— Meu pai é polígamo, tenho várias madrastas que não conheço e nem faço questão de conhecer e vários, tipo vários irmãos mesmo. E nunca tive interesse de conhecer, sequer um.— mostro o dedo.

— Isso é loucura...— ele ia comentar mais uma coisa, mas ouvimos só de alguém mexendo no portão.— Esperando alguém?

— Eu? — ri — eu é quem devia te perguntar isso.

— Vamo lá ver, que tá tentando nos roubar.— zombou.

Caminhos em direção do portão. E através dos ventiladores da parede, vi dois carros pretos, homens armados ao redor vestidos de pretos. Uns tentando destrancar a porta. Meu sorriso murchou, mas Cloud não havia visto o que eu vi. E com razão, ele está preocupado com a porta, não em ver através dela.

— Não abra. — sussurrei segurando seu ombro.

— O que está acontecendo?— sussurrou de volta notando minha seriedade.

— Homens armados. Eles não vem conversar.— o chamei para dentro de casa. Passei as mãos pelo rosto — Vou buscar as minhas armas.

— O que?

— Eu não sei quem são esses homens, mas de uma coisa eu sei. Ninguém tenta arrombar a sua casa às duas da madrugada para conversar. Ninguém. Acorda Katya, e pegue as crianças. Agora.

Enquanto ele ia fazer isso. Fui para garagem, abri o porta-malas tirei três armas, uma para o caso de Cloud saber atirar. Quando voltei para o casa principal as crianças estavam sonolentas, e Katya me olhando com apreensão.

— Não levem nada. Apenas entrem no carro.

— Não irei te deixar.— Cloud disse convicto.

— Eu não sei conduzir — Katya.

— Fique no carro com as crianças até eu ou Cloud sairmos, caso não, não saia, nem pie. — O tempo era tão curto que nem deu para coordenar. Os homens estavam conseguindo arrombar a porta, esperei Katya sair com as crianças para eu entregar a arma a Cloud.— Apenas mire e atire.

— Meu pai me ensinou a atirar.

— Ótimo. Fique aqui. Me dê cobertura. — Ele ficou no batente da porta e eu na varanda. Coloquei silenciador na arma, e comecei a mirar para os ventiladores conseguindo atingir alguns poucos homens, antes de Cloud me puxar para dentro e eles derrubarem a porta.

— São muitos. Um exército talvez!!!

As minhas balas não seriam pares para eles, via isso a medida que as deles perfuravam a parede. Fizemos barricadas com os móveis, mesmo assim eles não desistiram de empurrar a porta.

— Vamos sair daqui. Não iremos ganhar.— Disse batendo no pulso de Cloud.

— Vamos. — caminhamos em direção a porta do lado da cozinha que da acesso a garagem. Quando íamos abrir a porta, um tiro atinge a parede a nossa frente — Estás bem?

— Estou. Vamos sair daqui.— Saímos da casa. Abro a porta do carro, para podermos sair, mas não sinto a presença de Cloud, e noto que ele esta no batendo d porta.— Vamos.— ele abana a cabeça negativamente, e noto o sangramento em seu abdômen — Vamos, por favor.— ele nega.— Não faz isso comigo, eu te peço. Eu não vou aguentar perder mais uma pessoa na minha vida, vamos Cloud.

Cloud e um cara que tem aquela cara seria, não ri a toa, mas quando entre amigos e um cara muito social, com opiniões fortes, um homem que a primeira vista, parece viver no mundo das nuvens. Mas a medida que tú vás o conhecendo, percebes que ele é o próprio céu.

— Eu irei ganha tempo para vocês. Cuide do meu filho, como se fosse o seu, é a única coisa que te peço. — as lágrimas começaram a verter dos meus olhos, pois a história estava se repetindo, eu estava vendo Nelson nele, o pai de Alex.— Eu te amei do mesmo jeito que você me amou. Nunca irei me arrepender deste sacrifício. Diga aos garotos para não serem polígonos, isso é estranho.— fez brincadeira, mas eu não ri.

— Virei te buscar. — ele deu um meio sorriso, voltando a entrar na casa, e trancando a porta a sua trás. Logo de seguida ouve tiros, fiquei cinco segundos imóvel.  Antes de abrir o portão e dirigir o carro a máxima velocidade.

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