Capítulo 38

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Ruim, não é ser esposa de Niko, ruim, é ser sua amante. Sua segunda opção, sua segunda esposa, seu capricho, seu ego. Isso sim é ruim. Eu nunca na vida irei competir com a mulher que lhe deu um filho, o que ele está tentando fazer? Me abalar? Me destruir por dentro? Sim. É óbvio que sim. Quantas vezes ele disse que o faria?

Se passaram três dias desde que assinei a maldita certidão de casamento, e nesse tempo ele não esteve na casa. Eu não podia sair, sequer para o jardim. Ficando trancada esperando que ele regressasse, provavelmente da casa da sua esposa. E isso me comia por dentro.

No meio ao tédio, eu apreciei a jóia, banhada a ouro, no interior da aliança está escrito o nosso nome. Do lado de fora, apenas as siglas, é uma jóia simples, mas com detalhes complexos, leve apesar de me pesar o coração. É lindo.

Como não tenho nada a fazer, passo maior parte do tempo dormindo ou tendo pesadelos. Sonho coisas desconexas, mas que abalam completamente meu psicólogo. Eu durmo, mas não descanso. Meu cérebro continua trabalhando, uma e outra vez. Como se fosse impossível de parar. Se ao menos eu tivesse os meus cigarros comigo. Niko só tem vinho, álcool do qual não sou fã. Mas depois de uma hora, me recuperando do pesadelo, eu consigo relaxar e deixar de lado meu vício.

— Vamos sair se prepare. — ele apareceu no batendo na porta sem mais explicações de seguida se retirou.

Suspirei indo ao banheiro me lavar, usar uma das roupas de grife que ele fez questão de comprar para mim. Quer dizer, não estou vivendo minha vida, não estou fazendo o que gosto, não estou com quem gosto, não posso ser eu. Eu sou apenas um brinquedo de Nikolai Prokhorov que ele usa quando bem entender.

Assim que terminei o encontrei na sala.

— Está linda. Mas se sorrisse estaria ainda melhor. — o encarei sem moral de discutir com ele.

O segui em direção ao carro. Onde o motorista já nos aguardava. O carro passou por ruas muito bem conhecidas por mim, e me levou ao lugar onde as coisas desandaram para mim.

Antes de abrir a porta para que eu pudesse sair, ele me encarou seriamente.

— Não tente fugir Lyuba, sério, não tente. — disse com as mãos nos bolsos me olhando por cima do ombro — Eu posso ser muito mau. Você sabe disso.

— Não precisa me recordar Nikolai, não precisa me recordar mesmo que vai usar os meus filhos contra mim. Estou ciente disso. Farei o que você quiser. — disse magoada, antes de me levantar e fechar a porta do carro. Ele estendeu sua mão para mim, quis rejeitar sua mão. Mas não acho que seja uma boa ideia o irritar, na casa do seu pai.

Caminhamos pelo imenso jardim e antes que chegássemos a casa. Ouvi vozes de criança, do lado esquerdo da casa. Ele não me impediu de ir ver, pelo contrário me seguiu calmamente.

Essa é a cena mais bonita que eu já vi desde que Cloud morreu. Dei um pequeno sorriso. Lunet e Katya estão jogando a bola com as crianças. Eles gargalham e se divertem. Lunet faz uma finta, passando a bola por cima do ombro de Alex, quando a bola volta para os seus comandos e Mike tenta a tomar ele passa a bola, no meio das suas pernas, passando os dois para trás. Quando Katya tenta o atacar, ele finge que vai chutar a bola para esquerda, depois a leva para o meio fazendo Katya tropeçar dos próprios pés e antes que caísse ele a abraçou. Os fazendo rir.

— Isso não vale. Você é bom demais!!— Katya disse batendo em seu peito.

— Também acho. Você devia jogar só com um pé.— Mike reclama.

— Um pé? Como eu iria fazer isso garoto?— Lunet questiona iniciando uma discussão amigável.

— Não sente falta deles? — Nikolai fala chamando minha atenção — Não quer voltar a morar, com eles como se fossem uma família?

Cruzo os braços em torno de meu ventre, enquanto mordo os lábios e tento fazer voltar às lágrimas olhando para o céu.

— Eu posso proteger você e essas crianças. Ninguém vai tocar em vocês.

— Mas...quem vai me proteger de você?

— Ninguém. No céu, na terra e no inferno. Não há ninguém que te proteja de mim.— encheu os ares — No jantar de hoje, irei contar aos nossos pais que nos casamos. Coloque ânimo nessa cara e talvez as crianças venham viver connosco ainda hoje.

— MAEEE— me virei em direção a voz de Mike. Ele correu em minha direção vindo me abraçar.

— Que Saudades bebê. — beijei seus cabelos.

— Lyuba!— Katya veio saltitante também vindo me abraçar — meu Deus. Ainda bem que você está bem. Não acreditei quando Lunet disse que Nikolai estava cuidando de si, longo ele que parece tão mau. Bom as aparências enganam.

— Às vezes não.— sussurro para mim mesmo.

— Oi. Cunhada.—  Lunet da um pequeno sorriso se retirando.

— Que estranho. Ele nunca me tratou bem.

— Com um pouco de pressão as pessoas mudam.— Katya solta no ar.

O único que não vem me cumprimentar é Alex, ele sequer olha para mim. Ele toma o mesmo rumo que Luneta se perdendo entre os corredores.

— Ele me odeia.— digo.

— Não. Ele não te odeia mãe. Ele só está confuso.

— Eu não o culpo Mike. Ele tem razão em me odiar.

— Lyuba para , cara você não é a culpada de tudo que acontece no mundo sabia? A propósito você está magra, tem se alimentado direito?

— Tenho sim.— revirei os olhos.

Caminhamos em direção a sala enquanto conversávamos. Minha mãe ficou bastante feliz em me ver, já que quando me despedi deixei bem claro que não sabia quando ou se realmente iria voltar. Estávamos conversando numa boa, até a mulher de Nikolai aparecer acompanhada de Andrey, que me cumprimentou e de seguida sumiu com Nikolai.

— Oi tudo bem? Eu sou a Anacleta.

— Oi... Lyuba. — falei me sentindo desconfortável e sem conseguir tirar o olho de sua barriga achatada.

— Às crianças falam muito de você, Katya também. Já estava morrendo de curiosidade.— ela parece ser simpática e não parece ser má gente. — Boas coisas, não se preocupe. Você não tem cara de quem gosta muito de falar!

— Ela é assim mesmo. — Katya né defende — como se o espírito de uma velha tivesse a possuído.

Riram.

Elas parecem se dar bem...

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