Capítulo 35.

47 3 0
                                    

— Sua esposa não vai ficar chateada se souber que você trouxe alguém para sua casa?— pergunta assim que adentramos a residência.

— Se preocupe consigo mesmo Lyuba.— ela parou de andar me encarou.

— O que você quer de mim? Niko se você pudesse entrar na minha mente, você saberia que se dependesse de mim, eu não voltaria para aqui. Você tem todo o direito de me odiar, querer me matar, não me querer em sua vida. Juro, eu entendo. Se eu fosse você, também não ia me querer na minha vida. Se eu pudesse voltar atrás, naquele dia que você disse quanto eu iria querer para me deitar consigo. Eu teria simplismente saído do carro, e impedido que a conversa se prolongue.

Essa com certeza essa não é mulher que eu conheci. A Lyuba que eu conheci, nunca me pediria desculpas, ou me mostraria seus sentimentos. Ela sempre foi fechada e cautelosa, nunca me deixou muito perto, nem me deixava muito longe. Apenas na superfície de suas emoções.

— Seu ombro está sangrando. — aponto para a mancha de sangue em seu bolsão.

— Tenho que trocar o curativo.

— Me siga.

Nos primeiros meses, quando ela foi embora. Minha mente estava um caos, que até para ganhar uma simples ereção era um problema. Eu podia ficar erecto, no momento da excitação e tals, mas durante o acto sexual, eu simplesmente brochava. Essa mulher foi com minha paz quando decidiu partir.

Fui buscar o kit de primeiros socorros e deixei no comodo. Sem se importar com minha presença, ela tirou seu bolsão. Mostrando a faixa, em seu ombro e outra em seu abdômen. Acho que já começo a entender porque ela não quer que as crianças estejam consigo.

— Você está péssima.

— Eu sei.— ela começa a tirar as faixas do seu ombro, com uma expressão de dor no rosto. Apenas a observo ela trocando as ataduras, sem lhe oferecer qualquer ajuda.

— Quem fez isso com você? Ou melhor, em que missão está envolvida dessa vez?

— Caçar a pessoa que me fez isso. Essa é a missão. Eu não sei quem está por detrás disso.

Estalo a a língua pegando o kit e devolvendo para as gavetas do banheiro.

— Durma. Amanhã a gente conversa. — digo me retirando.

Sinto dor de cabeça, estou confuso. Não sei o que fazer com ela. Fui para minha adega, pegar uma garrafa de vinho. Levei uma taça na louça e me sentei no sofá deixando apenas a luz de presença.

Nikolai, o que você está fazendo, tendo sua mente dominada por uma mulher. Nikolai, você está enlouquecendo? Quer se perder novamente? Foi um vexame para mim, deixar aquela mulher sobreviver, colocou em causa a minha imparcialidade. Logo eu, que sempre fui independente, imparcial nas minhas decisões. Sou um homem persistente, focado e obstinado, jamais desistente pois já estava destinado a não ser conivente. Sou um combatente, vitorioso, inesperado jamais desesperado.

Lyuba, eu não irei deixar você brincar com os meus sentimentos. Deixei a garrafa de lado, voltando para o meu quarto, determinado a dar um basta, nesta situação, quero que ela se ajoelhe, que se humilhe, que implore meu perdão, quero destruir toda sua sanidade. Até que não sobre nada.

Abri a porta bruscamente, mas fui pego de surpresa, ao lhe encontrar sentada na cama com as mãos sobre o rosto, soluçando.

Ah não. Essa mulher ama estragar os meus planos.

Fiquei encostado no batendo da porta a observando chorar, seu choro é de partir a alma. Seus gritos são surdos, mas ainda assim sinto o gosto amargo de suas emoções. Depois de algum tempo fechei a porta com força desnecessária, chamando sua atenção. Ela me olhou surpresa, e tentou limpar suas lágrimas para que eu não visse.

— Espero que essas lágrimas sejam por mim.— falei me aproximando dela. — Eu tinha uns planos bem fodidos para ti, eu ia te rebentar de dentro para fora. Mas seja lá quem for, fez isso antes de mim. Você tá um caco. Vem cá.— puxei-a para que se encostasse em mim. — Essa sua carinha de anjo me tira do sério. Mal consigo sentir raiva como se deve.

Está é a primeira vez que a tenho em meus braços, tão frágil, indefesa. Como se fosse uma boneca de vidro. Essa sensação é nova. Me cria nostalgia, faz acender algo dentro de mim. Como se eu pudesse a manter neste estado para sempre.

— Dependa mais de mim, e tudo ficará bem.

{•••}

Dormimos abraçados, acordamos praticamente á mesma hora. A governanta está pondo o café da manhã, enquanto eu estava mexendo no netbook. Conseguimos um novo aliado, um aliado que vale por de dez. Essa organização tem dado de falar, desde o declínio do ex presidente russo.

Andrey é quem está me representando. Daqui a alguns dias haverá uma cerimônia, chá de revelação. Ridículo. Mas enfim, pelo bem desse pacto, vamos suportar coisas parvas.

— Alô. — minha atenção são do netbook, quando Lyuba atende o celular na cozinha — Conseguiu? Podemos nos encontrar? Está bem, entendo.

Ela desliga o celular.

— Com que estava falando? E com quem vai se encontrar? — fecho o ecrã a encarando.

— Um conhecido. Ele tem informações para mim.

— É mesmo? Vamos juntos, a esse encontro.

— Não. Melhor não, é uma péssima ideia.

— Porquê eu iria acreditar nisso?— ela estalou a língua, dando a volta ao balcão.

— Você não tem que acreditar. — deu de ombros.

— Amor, eu acho que você não entendeu em que situações você se encontra.— fiquei de frente para ela. — Dessa casa você não sai, sem minha permissão.

— Cárcere privada.— exasperou.

Dei de ombros.

— Quantas vezes eu disse que iria te sequestrar? Você deve começar a levar a sério as coisas que eu te digo. Daqui você não sai.

— Me diz, qual é o sentido disso. Sua esposa está grávida, e você tem a coragem de levar uma mulher para sua casa. E vai me manter em cárcere privado. Cara, imagina como ela vai se sentir.

— O amor que sinto por vocês é diferente.

— Não quero seu amor.

— Você não tem que querer. Você é minha Lyuba. A única que me cativou. Seu trono como minha principal ninguém vai usurpar, do mesmo jeito que você é a única na qual me dei o luxo de comprar uma aliança personalidade. É do mesmo jeito que o trono que você deixou para trás, é do mesmo que eu mantive o mesmo intocado. Aquele lugar é seu por direito.

— Poligamia? Hum. Não curto. — disse irritada.

— Prontos, mas você quis assim. Eu ia te pedir em casamento naquela noite. Você seria a única mulher na minha vida. Mas andaste a fazer coisas da sua cabeça. Acta com as consequências agora.

— Não quero Nikolai, não irei sofrer essa humilhação.

— Você já está. — fiz uma pausa — Se se comportar, talvez eu te deixe sair de casa. Você que sabe. E aliás, a sua aliança está no comodo-modo. É só usar.

Promíscua- Máfia Onde histórias criam vida. Descubra agora