III - As Coisas São o Que São

51 2 0
                                    

Mayday balançava habilmente pelos arranha-céus, retornando para casa no início da tarde após uma manhã intensa de combates. Seu traje, outrora imaculado, exibia agora as marcas da batalha travada, com arranhões e rasgos que testemunhavam a ferocidade do confronto contra o Shocker. Cada desgaste contava um pedaço de sua bravura, e Mayday sentia cada desconforto como um lembrete físico de seu comprometimento com a proteção da cidade.

Ao pousar suavemente no terraço de seu apartamento, um suspiro escapou de seus lábios. O sol, ainda não atingindo o auge no céu, lançava uma luz suave sobre Nova York. Mayday, com um olhar introspectivo, admirou o horizonte urbano que se estendia diante dela, uma tapeçaria de concreto e aço que ela se comprometia a proteger. Seus pensamentos, no entanto, logo se voltaram para o interior, para a reconfortante sensação de voltar para casa após a batalha.

Os arranhões em seu traje eram como cicatrizes de uma guerra que ela travava em nome da justiça. Em um momento de silêncio, Mayday refletiu sobre a dualidade de sua vida como heroína e cidadã comum. Uma tênue linha separava esses dois mundos, e ela sabia que equilibrar essas responsabilidades não era tarefa fácil. No entanto, sua determinação não vacilava. "Às vezes, é difícil, mas vale a pena," murmurou para si mesma.

Adentrando seu apartamento, Mayday sentiu as dores residuais da batalha ecoarem por seu corpo. Seu quarto, embalaoa pela luz suave do sol, proporcionava um refúgio temporário. Seu olhar vagueou pelo espaço, mas seus pensamentos foram rapidamente capturados por uma figura emoldurada em sua mente: Miles. A lembrança do jovem, corajoso e amável, aqueceu seu coração. "Ele é incrível," pensou, com um sorriso suave nos lábios. "Corajoso, especial e..." Uma pausa reflexiva interrompeu seus pensamentos, "...algo mais." Mayday sentiu uma pontada de timidez misturada com uma doce antecipação enquanto recordava os momentos compartilhados com Miles durante a batalha.

A tarde se estendia diante dela como uma página em branco, cheia de possibilidades. No entanto, mesmo com os desafios que a esperavam, Mayday não podia deixar de sorrir. "Ele vale a pena," ela sussurrou para si mesma, uma declaração silenciosa de sua gratidão pela parceria e amizade que florescia entre eles.

O quarto de Mayday estava mergulhado na penumbra da tarde, um refúgio tranquilo após a agitada manhã. O ambiente era aconchegante, mas a mente de Mayday estava ocupada com as lembranças da última batalha. Seu corpo, marcado pelos ferimentos, testemunhava a desgastante luta com o Shocker. A porta se abriu suavemente, revelando a figura familiar e preocupada de Mary Jane, sua mãe. A surpresa e a apreensão se misturaram em seu rosto ao observar os machucados da filha. "May, meu Deus, o que aconteceu!? Você devia estar na escola!" A exclamação de Mary Jane ecoou pelo quarto, carregada de preocupação.

Mayday ergueu seus olhos cansados para encontrar o olhar preocupado de sua mãe. Um sorriso suave se formou em seus lábios. "Só uma manhã agitada, mãe. Combater o crime, você sabe como é." Ela tentou minimizar, mas a expressão cansada contava uma história mais intensa.

Entretanto, Mary Jane não se deixou convencer tão facilmente. "Combater o crime não significa faltar aula e voltar para casa parecendo que passou por um tornado. Vou pegar a sacola de curativos do seu pai. Espere aqui." Mary Jane partiu rapidamente em direção ao banheiro, retornando com um kit de primeiros socorros e uma sacola repleta de produtos médicos em mãos.

Enquanto MJ começava a cuidar dos ferimentos da filha, cada curativo aplicado era um gesto de carinho e preocupação. "Eu eu sei que você gosta da vida dupla, puxou o seu pai, mas não pensei que fosse tão... físico. Você tem que ser mais cuidadosa, querida." Mary Jane tratava cada ferimento com delicadeza, evitando causar mais dor à filha.

Mayday riu suavemente, tentando aliviar a tensão. "Mãe, eu sei o que estou fazendo. E, olha, estou bem. Vale a pena." Ela olhou para Mary Jane com gratidão, uma conexão especial entre mãe e filha.

Homem-Aranha: Caminhando Entre os MortosOnde histórias criam vida. Descubra agora