I - Ininterrupto

212 13 11
                                    

A imensidão da cidade de Nova York, com suas luzes cintilantes como estrelas urbanas, se estendia abaixo do Homem-Aranha, cuja figura estava envolta na icônica indumentária rubro-azul. A dança pelos arranha-céus de Midtown em Manhattan era uma sinfonia visual, onde cada oscilação representava um movimento de dança, uma coreografia única e fluida com a gravidade. As teias se estendiam como traços de um artista noturno, pintando um quadro no céu amanhecido da metrópole.

O vento zunia em seus ouvidos, um acompanhamento melódico para a noite agitada. O silêncio não existia; era substituído pelo constante ruído da cidade que nunca dorme, uma sinfonia urbana que servia como trilha sonora para a jornada noturna do herói. Cada balanço entre os gigantes de aço e vidro era uma expressão de habilidade acrobática, uma coreografia aérea digna de um espetáculo da Brodway.

Num instante de pausa poética, um zumbido agudo penetrou a serenidade da noite. "911 - relatos de um roubo de carro próximo à Times Square. Todas as unidades próximas solicitadas." A voz do Departamento de Polícia ressoou no comunicador, introduzindo uma nota de urgência na sinfonia noturna. A adrenalina se misturou à dança do Homem-Aranha, uma responsabilidade que ecoava como um contraponto tenso na melodia da noite.

E assim, na vastidão do cenário urbano, o Homem-Aranha direciona sua jornada em direção a Times Square, entre as luzes que piscavam como faróis em um oceano de prédios. Seu corpo ágil desafiava a gravidade em cada acrobacia pelos céus de Midtown, e as teias que lançava deixavam rastros luminosos como pinceladas noturnas. Cada edifício era um parceiro de dança, um ponto de apoio para os movimentos graciosos do herói mascarado. A cidade pulsava com a necessidade de seu defensor. A adrenalina agora impulsionava não apenas a dança aérea, mas também a missão iminente que aguardava o Homem-Aranha nas ruas movimentadas.

Num gesto fluido, Peter Parker, o Homem-Aranha, retirou o pequeno telefone do bolso, uma extensão de sua agilidade tanto quanto sua teia. Cada toque nas teclas era um movimento preciso, uma coreografia digital que revelava a destreza de um herói multitarefa. Ele discou rapidamente o número de Miles Morales, seu amigo e aliado na missão aracnídea, enquanto continuava seu balé nos céus noturnos.

"Fala Miles! Que horas começam as aulas de você e da Mayday hoje?" A pergunta de Peter flutuava no ar, uma tentativa de manter uma conversa leve em meio à tensão crescente da noite. A humanidade de Peter se expressava, mesmo sob a máscara, uma prova de que, por trás do herói, estava um homem comum

"Estamos duas horinhas antes de sair, Peter. Por quê?" A resposta de Miles, cheia de juventude e curiosidade, ressoou do outro lado da linha, destacando a dualidade entre experiência e frescor que caracterizava essa dupla.

"Tenho uma proposta para você. Roubo de carro próximo à Times Square. Você tá dentro de um 'Rolê-Aranha' antes do café?" A proposta de Peter ecoava entusiasmo, uma chamada para os desafios que aguardavam. A expectativa na voz de Parker era quase palpável.

"Sempre, cara! Estou pronto quando você estiver!" A prontidão na resposta de Miles ressoou como uma sinfonia de determinação.

"Já estou a caminho, encontro você lá!" Peter responde. O entusiasmo da dupla era a confirmação de que, mesmo nas horas mais inesperadas, aquela irmandade aracnídea permanecia forte, uma harmonia que transcendia os limites da cidade que protegiam.

Os edifícios ao redor testemunhavam a comunhão virtual entre os heróis, como sentinelas silenciosas em meio à selva de concreto. A conversa, repleta de camaradagem, ecoava nos cantos urbanos, uma melodia compartilhada pelos vigilantes que juraram proteger Nova York. O vento, mensageiro entre os arranha-céus, carregava consigo a energia vibrante daquela troca, uma troca que transcendera as barreiras físicas.

Homem-Aranha: Caminhando Entre os MortosOnde histórias criam vida. Descubra agora