XXIV - Senti Sua Falta, Tio Ben

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As lágrimas fluíam livremente agora, um testemunho vívido de sua dor e gratidão, enquanto Peter se entregava ao calor reconfortante do abraço de Ben. Por um breve momento, o tempo pareceu suspenso, e Peter se permitiu afundar na sensação de paz e amor que emanava da presença de seu tio. Era um momento de reencontro e despedida, um momento de lembranças compartilhadas e promessas renovadas. E no meio desse abraço, Peter soube que, mesmo após a despedida, o amor de Ben continuaria a guiá-lo em sua jornada, dando-lhe força para enfrentar os desafios que estavam por vir.

"Está tudo bem, filho." A voz suave de Ben ecoou no espaço branco, envolvendo Peter em uma aura de conforto e compreensão. O jovem herói se encontrou perdido em uma mistura de alívio e desespero, uma onda de emoções conflitantes que ameaçavam dominar sua mente atormentada. No entanto, a presença reconfortante de seu tio trouxe uma sensação de segurança, como se um farol de esperança brilhasse em meio à escuridão.

No entanto, apesar do conforto momentâneo, Peter ainda se sentia desamparado, perdido em um mar de culpa e arrependimento. "Eu não consegui, tio Ben..." Sua voz vacilou, carregada de pesar e autocrítica. "A Mayday, meus amigos... é tudo culpa minha."

Ben olhou para seu sobrinho com ternura, compreendendo a agonia que o consumia. "Lembre do que eu disse," ele murmurou suavemente, sua voz ecoando com sabedoria e compaixão. "Não deixe um erro comandar o resto da sua vida."

As palavras de Ben penetraram fundo na alma de Peter, como um raio de luz perfurando as sombras da autocondenação. Ele sabia que seu tio estava certo; não podia permitir que seus erros passados o definissem. Erguendo o olhar para encontrar os olhos amorosos de Ben, Peter assentiu com determinação, uma faísca de esperança acendendo dentro dele. Deixando o abraço reconfortante de seu tio, Peter concordou. 

Parker olhou para seu tio com uma mistura de ansiedade e esperança, os olhos cheios de um desapontamento feroz. "Eu ainda tenho alguma chance de salvá-los?" Sua voz tremia com a urgência da situação, sua mente girando com possibilidades e desespero.

Ben encontrou o olhar de seu sobrinho, seu olhar pesado de significado e sabedoria acumulada ao longo dos anos. "Sabe quando você está prestes a morrer, e sua vida passa diante de seus olhos? É isso que está acontecendo agora." Sua voz era calma, mas carregada de gravidade, como se estivesse compartilhando um segredo sombrio.

As palavras de Ben ecoaram na mente de Peter, fazendo-o sentir como se estivesse em um redemoinho de memórias e emoções. Ele viu flashes de sua vida passando diante de seus olhos, momentos de alegria, dor, triunfo e derrota. Cada lembrança era como uma faca afiada, cortando seu coração com a intensidade do que estava em jogo.

"Então... eu vou morrer? É o fim?" A voz de Peter tremeu com a pergunta, sua garganta apertada com o medo do desconhecido.

Ben olhou para ele com uma expressão suave, mas firme. "Não, Peter, você ainda tem muito o que viver", disse ele, suas palavras carregadas de esperança e confiança. "Mas, hoje, o Homem-Aranha morreu."

As palavras ecoaram no espaço branco, deixando um silêncio pesado no ar. Peter sentiu um nó se formar em sua garganta, uma sensação de perda e resignação tomando conta dele. Ele sabia que algo dentro de si estava mudando irrevogavelmente, que o herói que ele uma vez foi estava chegando ao fim. 

"Como assim?" indagou Peter, seu rosto refletindo confusão e curiosidade ao mesmo tempo. Seus olhos se fixaram em Ben, aguardando uma explicação para as palavras enigmáticas de seu tio.

Ben encontrou o olhar de Peter com uma expressão serena, mas cheia de significado. "Venha comigo, filho", convidou, abrindo espaço à sua frente. Peter sentiu um calafrio percorrer sua espinha ao ver a determinação nos olhos de Ben, um presságio silencioso de que algo extraordinário estava prestes a acontecer.

Homem-Aranha: Caminhando Entre os MortosOnde histórias criam vida. Descubra agora