VIII - Cada Vez Mais Mysterioso

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O sol iluminava o céu, pintando-o com uma paleta de tons suaves e dourados. Jersey ganhava vida com a luz do dia, contrastando com a tensão que pairava sobre a cidade. O Homem-Aranha, contra o cenário diurno, continuava sua jornada pelos céus.

Os edifícios, banhados pela luz matinal, destacavam suas formas arquitetônicas, e as pessoas começavam a movimentar-se nas ruas, alheias à batalha que se desenrolava nas alturas. O Homem-Aranha rasgava arranha-céus com agilidade, seu traje vermelho e azul reluzindo sob os raios do sol nascente.

Ben Reilly, seguia o rastro do Aranha. A atmosfera de urgência persistia. A brisa da manhã balançava os edifícios, enquanto Parker voava pelos céus, acompanhado de perto por Ben. O sol, agora mais alto no horizonte, projetava longas sombras pelas ruas de Jersey. A tensão era evidente na conversa entre os dois Aranhas.

"Hey, Pete! O que vamos fazer quando chegar lá?" exclamou Ben, com sua voz ecoando pelos prédios.

Peter, com a expressão determinada e os olhos focados, respondeu com firmeza: "Acabar com a raça dele!"

A troca rápida de palavras refletia a seriedade da situação. As emoções à flor da pele, misturadas à atmosfera do dia, criavam uma cena intensa e carregada de expectativas. A cidade abaixo testemunhava a determinação dos dois heróis, prontos para enfrentar o próximo desafio e desvendar os mistérios que pairavam sobre eles.

À medida que o Homem-Aranha e o Aranha Escarlate se aproximavam do local marcado, uma tempestade de emoções fervia sob a pele de Peter. Seus movimentos pelo céu de Jersey eram impulsionados por uma fúria contida, uma mistura ardente de desespero, dor e uma sede avassaladora de justiça. A máscara que ele usava, normalmente um símbolo de heroísmo, agora era um reflexo de sua determinação endurecida pela tortura psicológica.

Cada batida do coração de Peter ressoava com as imagens das vítimas de Quentin. Ele podia sentir seu senso de justiça como uma faca cravada em seu peito, a manipulação psicológica que infligia feridas mais profundas do que qualquer golpe físico. A máscara que ocultava seu rosto não conseguia esconder a ira que flamejava em seus olhos. A licitude que perseguia estava agora envolta em uma nuvem de vingança, uma determinação de fazer Beck pagar por cada vida perdida e por cada tormento infligido.

Os prédios passavam rapidamente abaixo, mas a mente de Peter estava mergulhada em um turbilhão de lembranças dolorosas. O ressoar das palavras nas cartas ecoava em seus ouvidos, e o rosto de cada vítima parecia projetar-se nas sombras do crepúsculo. A máscara do Homem-Aranha não conseguia esconder a intensidade do que ele sentia, um misto de tristeza, raiva e um desejo ardente por justiça.

A linha do horizonte se desenhava à frente, indicando a proximidade do local marcado. No coração de Peter, a chama da irritação queimava com uma intensidade cada vez maior. O destino estava prestes a reunir herói e vilão, e as consequências dessa batalha emocionalmente carregada estavam por se desenrolar nos próximos momentos.

O teatro, agora invadido brutalmente pela janela, testemunhava a presença incansável do Homem-Aranha, revelando sua majestade decadente. Cadeiras de veludo rasgadas e desbotadas formavam fileiras que se estendiam até o palco, testemunhas silenciosas de tempos passados de esplendor e aplausos. A iluminação, outrora deslumbrante, agora emitia um brilho trêmulo e fraco, lançando sombras distorcidas pelas paredes desgastadas.

O palco, uma vez o centro das atenções e performances brilhantes, agora estava coberto por uma fina camada de poeira e desolação. Os restos de cenários antigos, agora desprovidos de vida e cor, permaneciam como testemunhas silentes do tempo implacável que havia transformado o local em um esqueleto da sua antiga glória.

A atmosfera no teatro era pesada, impregnada com o eco de risos e aplausos que haviam preenchido seus corredores em noites passadas. Agora, os sons eram diferentes, dominados pelo passo apressado e decidido do Homem-Aranha, ecoando por entre as cadeiras vazias. Cada passo de Peter Parker ressoava como um tambor, uma batida constante de determinação que reverberava nas paredes envelhecidas.

Homem-Aranha: Caminhando Entre os MortosOnde histórias criam vida. Descubra agora