XII - Eddie Brock e Venom

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Na serena vizinhança do Queens, o sol da tarde lançava uma luz dourada sobre as ruas tranquilas. O alinhamento de casas, algumas delas adornadas com detalhes arquitetônicos encantadores, dava à paisagem um toque nostálgico. As árvores de folhas verdes proporcionavam sombras suaves nas calçadas, enquanto o murmúrio distante da cidade se misturava ao ambiente suburbano.

Algumas crianças, com suas mochilas e camisetas coloridas, formavam um grupo animado enquanto procuravam freneticamente por um pequeno gatinho perdido. Os vizinhos, curiosos, observavam de suas varandas e portas, oferecendo palavras de encorajamento e sugestões sobre os melhores lugares para procurar.

Enquanto a agitação tomava conta da rua, Eddie Brock, mais um dos jovens pertencentes ao grupo, permanecia oculto em seu porão. A entrada estreita revelava uma escada de madeira que levava a um espaço semiiluminado. O porão, adornado com antiguidades familiares e caixas empilhadas, exalava um aroma familiar de madeira e história. Uma única lâmpada pendurada fornecia uma luz suave, destacando os contornos das sombras nas paredes.

Eddie, com seus olhos azuis que refletiam uma mistura de curiosidade e cautela, mantinha o gatinho no colo. Seu cabelo loiro caía desalinhado sobre a testa enquanto ele observava as crianças lá fora. Vestindo a camisa preta que contrastava com a paleta suave do porão, ele acariciava suavemente o felino, cujos olhos curiosos refletiam a mesma agitação que permeava a rua.

Do lado de fora, as crianças vasculhavam os arbustos e examinavam cada recanto em busca do amado animal de estimação. Risadas e chamados preenchiam o ar, misturando-se ao suave murmúrio das folhas agitadas pelo vento. O bairro, muitas vezes marcado por sua atmosfera amigável e familiar, agora pulsava com a energia coletiva da busca pela pequena criatura. E enquanto o sol continuava a deslizar em direção ao horizonte, a história se desenrolava, tecendo a tapeçaria da vida cotidiana no coração do Queens.

Com um suspiro silencioso, Eddie Brock decidiu que era hora de se revelar de seu esconderijo no porão. Levantando-se com o gatinho ainda nos braços, ele subiu a escada de madeira que rangia sutilmente sob seu peso. A luz do porão deu lugar à brilhante tarde do Queens, iluminando seu rosto de olhos azuis e cabelos loiros enquanto ele emergia.

As crianças, desanimadas após uma busca intensa, voltaram-se em surpresa ao ver Eddie surgir. Uma mistura de alívio e confusão se espalhou pelo grupo quando ele levantou o gatinho, agora curioso e piscando ao sol. As expressões das crianças rapidamente mudaram de perplexidade para alegria, e um murmúrio de animação se espalhou pela rua.

Liz, a dona do gatinho, uma menina de cabelos cacheados e olhos expressivos, correu em direção a Eddie. Seus olhos se iluminaram quando ela percebeu seu amado animal de estimação nos braços do jovem. A gratidão coloriu seu rosto quando ela se aproximou, e sem pensar duas vezes, envolveu Eddie em um abraço caloroso. Um beijo espontâneo na bochecha dele foi a expressão pura de sua gratidão.

Eddie, surpreso e levemente corado, sorriu timidamente enquanto segurava o gatinho entre eles. O momento fugaz de ternura trouxe uma sensação calorosa ao ar frio da tarde. As crianças ao redor aplaudiram a cena, selando o reencontro. Antes que Eddie pudesse saborear completamente o carinho, a voz do pai ecoou do interior da casa, chamando-o para a janta. Liz agradeceu mais uma vez com um sorriso radiante, e Eddie, ainda sorrindo, acenou para as crianças antes de se despedir da cena.

A noite desceu sobre a casa dos Brock, e a mesa de jantar estava posta, iluminada pela luz suave da luminária central. A sala de jantar, uma extensão da cozinha, exibia sinais claros de desgaste. Paredes descascadas e móveis antigos davam à casa uma atmosfera de negligência. Os sentimentos de uma vida difícil ecoavam nas marcas visíveis do tempo.

O pai, sentado à cabeceira da mesa, esfregou as têmporas cansadas. Seus olhos, marcados por rugas profundas, refletiam a exaustão de um dia difícil. A irmã mais velha de Eddie, Sarah, com seus cabelos escuros e semblante cansado, interrompeu o silêncio.

Homem-Aranha: Caminhando Entre os MortosOnde histórias criam vida. Descubra agora