II - Choque Financeiro

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A manhã ensolarada derramava seus raios sobre o apartamento de Peter, que, ao voltar para casa, procurava apressadamente sua esquecida mochila de professor. Os passos ecoavam pelo espaço, e a tensão da vida cotidiana pairava no ar até que uma voz suave quebrou o silêncio. "Procurando por isso, Peter?" disse uma linda mulher, segurando a mochila com um sorriso gentil. A garota é Mary Jane Watson, com seu cabelo ruivo caindo graciosamente pelos ombros, parecia uma pintura viva de elegância casual. Seu olhar expressava não apenas beleza, mas também uma compreensão tácita dos desafios que a vida de Peter como Homem-Aranha trazia.

Peter, surpreendido, virou-se para encontrar os verdes e cativantes olhos de Mary Jane, sua esposa e confidente. "Ah, MJ, você salvou meu dia. Como eu poderia esquecer?" Ele se aproxima da linda mulher e envergonhado aceitou a mochila com gratidão, enquanto o ambiente ganhava uma atmosfera leve e descontraída. "Café da tarde com o Curt e o Otto, lembra? Não podemos nos atrasar," lembrou ela, dando um toque romântico à sua voz.

Os dois começaram a se preparar para sair, compartilhando um diálogo animado enquanto se moviam pela sala. "Você acha que o Dr. Connors vai nos contar mais sobre sua pesquisa de tornar moléculas instáveis um tipo de tecido?" indagou Peter, prestes a sair. Mary Jane, com um brilho nos olhos, respondeu, "Espero. Sempre é interessante ouvir o que eles têm a dizer, você adora uma conversa científica, e é bom te ver feliz, tigrão."

O casal, com sua dinâmica envolvente, se despediu. À medida que se afastavam, o sentimento de histórias compartilhadas e momentos românticos permeava o ar daquela casa, como se a cidade de Nova York fosse o palco de uma narrativa em constante evolução. Peter veste sua máscara e encara a janela, de frente para o sol, ele respira suavemente, e murmura para si mesmo "Ah... eu amo essa cidade." O herói atira sua teia em um prédio vizinho, e lança-se de volta aos céus de Nova York.

Enquanto Peter se deslocava velozmente entre os arranha-céus de Manhattan, seus pensamentos continuavam a girar em torno da peculiaridade dos estudantes da faculdade. "Insuportáveis", ele murmurou consigo mesmo, tentando lembrar se também fora assim quando frequentava a Empire State University e tanto estudava quanto estagiava no laboratório do renomado Doutor Curt Connors. A nostalgia se misturava com o frenesi do balançar pelas teias, uma experiência que sempre o levava a refletir sobre sua própria jornada acadêmica e heroica.

A paisagem urbana se desdobrava rapidamente sob seus pés enquanto ele se aproximava da faculdade. Estudantes passavam pelas ruas abaixo dele, alheios à complexidade de sua vida dupla. "Puxa... eles não sabem o que é lidar com um dia como o meu, tão jovens..." Pensou, sentindo a pressão das responsabilidades tanto como professor quanto como Homem-Aranha.

Ao pousar no prédio da faculdade, uma onda de lembranças o envolveu. Corredores familiares, rostos que lembravam outros tempos. Em meio à agitação presente logo a um teto de distância dele, Peter vê pelas janelas os movimentos dos estudantes em direção às salas, e percebeu que os dilemas dos estudantes não mudaram tanto desde os seus dias na faculdade. Uma pitada de empatia aflorou enquanto ele se encaminhava para a sala do zelador no telhado, um lugar que se tornou uma sala de troca entre os dois mundos que ele equilibrava.

No telhado, o vento sussurrava segredos da cidade enquanto Peter se despojava do traje do Homem-Aranha. A rotina meticulosa de trocar o uniforme por roupas mais formais era quase ritualística, marcando a transição de herói para professor. O silêncio do local oferecia um breve respiro, uma pausa antes de mergulhar nas aulas e responsabilidades do dia.

Com um último olhar para a vastidão de Nova York, Peter suspirou e se dirigiu para as escadas, pronto para enfrentar o dia agitado que o aguardava na faculdade. A dualidade entre ser o Homem-Aranha e o professor Parker era uma dança intrincada, mas ele dominava cada passo com uma mistura de graça e coragem.

Homem-Aranha: Caminhando Entre os MortosOnde histórias criam vida. Descubra agora