Homem-Aranha: Caminhando Entre os Mortos

XVII - Eu Te Conheço, Do Fundo Da Minha Alma

O silêncio que se estabeleceu no céu noturno, utilizado como meio de travessia pelos quatro Aranhas foi quebrado pelo sutil toque do comunicador de Ben Reilly. O dispositivo, preso ao ouvido do Aranha escarlate, emitia um som agudo que cortava a quietude como um sinal de vida em meio à calma pós-batalha. Com destreza, Ben atendeu.

Ao ouvir a voz do outro lado da linha, a familiaridade imediatamente se fez presente. Era a voz de Peter, e a tensão que envolvia o herói em sua missão ao lado de Eddie era palpável na transmissão. "Ben, eu e o Eddie conseguimos *muita* coisa, como tá a situação aí?" indagou Peter, sua voz carregada com a expectativa de compartilhar descobertas após a árdua batalha.

Ben, com um tom leve que refletia a serenidade conquistada após o confronto, respondeu, "Tudo certo por aqui! Quer voltar pra Torre Oscorp pra conferirmos o que vocês acharam?" Era uma proposta natural, um convite para consolidar os esforços conjuntos e analisar os resultados da empreitada heróica.

Peter, do outro lado da linha, concordou com a sugestão, uma expressão de alívio ecoando em sua resposta. O clique ao desligar do telefone foi o sinal de um capítulo que se encerrava e outro que se iniciava. A cidade, mais uma vez, confiava em seus defensores para manter a ordem e a justiça. 

O chamado da cidade, após a batalha travada no coração da prefeitura, instigou os heróis a mais uma vez se lançarem nos céus urbanos. Ben Reilly, o Aranha carmesim, liderava a pequena comitiva aracnídea. Seus músculos flexionados e a expressão decidida denotavam a confiança que adquirira ao longo dos anos de experiência e enfrentamento de desafios.

"Vamos ter que nos resolver com seu pai quando chegarmos! Me sigam!" Ben anunciou, seu grito cortando o vento noturno. Seus olhos, penetrantes, direcionaram-se para os dois aracnídeos mais jovens, Miles Morales e Mayday Parker, que o seguia de perto. A advertência, proferida com um tom descontraído, carregava a promessa de uma conversa que estava por vir.

Kaine, com seu humor ácido, não perdeu a oportunidade de provocar os mais jovens. Com um riso irônico, desejou-lhes "Boa sorte!" As palavras, carregadas com a sagacidade característica de Kaine, ecoaram como um eco irônico no ar.

E assim, os quatro heróis lançaram-se de um edifício para o outro, a cidade estendendo-se diante deles como um emaranhado de luzes urbanas. O balançar entre os arranha-céus era uma dança coordenada, uma coreografia ensaiada por anos de prática e habilidade aprimorada. Suas teias, como fios de prata tecidos pela perícia aracnídea, disparavam e se enrolavam nos picos dos edifícios, criando uma sinfonia rítmica de movimento fluido.

A cidade, vista de cima, era uma tapeçaria de luzes intermitentes, uma metrópole pulsante que se estendia até o horizonte. Abaixo, os carros pareciam formar um rio de luzes em movimento, e os sons da cidade subiam até os heróis como uma trilha sonora urbana.

A Torre Oscorp, imponente e majestosa, destacava-se no skyline noturno como um farol de tecnologia avançada. Era em direção a esse ponto de referência que os heróis se dirigiam, o local onde as revelações e descobertas aguardavam. O vento noturno, como um cúmplice silencioso, acariciava os rostos dos heróis enquanto eles avançavam.

A entrada na Torre Oscorp foi marcada por um silêncio solene, interrompido apenas pelo sutil zumbido das luzes que traçavam o caminho através dos corredores imponentes. Os heróis, Reilly, Kaine, Morales e Mayday, avançavam cautelosamente, como sombras dançando entre a penumbra e os feixes de luz.

Os corredores labirínticos da torre pareciam ecoar com os ecos de passos silenciosos, cada um dos heróis agindo com a destreza de predadores urbanos. Suas silhuetas deslizavam pelas paredes, os olhos atentos a qualquer sinal de movimento ou perigo iminente. Cada detalhe, desde as texturas frias das paredes até a reverberação suave de seus próprios passos, contribuía para uma sensação de expectativa tensa.