04 - CHUPA MEU BASTÃO DE BASEBALL

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Sexta-feira.

Um dos prédios mais usados do bairro de Kowloon estava à dois pés para o outro lado, à direita, mas aquele, era uma sobra da sobra de um antigo prédio de reformas trabalhistas que foi dissolvido e transformado numa rede de lares, ainda há alguns conteineres no térreo, usados antigamente de dormitório dos trabalhadores sem lares, hoje, esconderijos para mendigos.

Estava no quinquagésimo andar, entrou por uma passagem secreta ao qual ninguém sabe onde fica por ser desconhecida por todos. Um leve pleonasmo pensado para explicar o porquê de não dizer por onde especificamente ele entrou para estar lá dentro, pleonasmo.
Hughie não sentia muito frio em seu corpo, dizem que já passou por tanto gelo na vida que já não o sente mais, mas isso são apenas boatos com pouco fundamento.

Andava pelos corredores amarelados ajeitando as calças pretas e abaixando a camiseta havaiana para manter a postura. Percebeu tarde demais que não estava armado, deve ter esquecido no carro. Mas isso elevou um pouco seu nível de atenção, sua paranoia foi redirecionada. Respirava por sua narina ainda um pouco danificada de seu confronto com os filipinos terça-feira.

A porta de sua casa estava aberta, lavou os olhos com os dedos e cuspiu no chão, perto de seu sapato de luxo preto surrupiado. Respirou e bateu na porta, ficando ao lado do olho mágico da porta. Ninguém lhe respondeu, encostou a orelha na porta, e não sentiu a presença de ninguém.
Respirou fundo novamente e abriu a porta de seu apartamento. Não encontrou ninguém por ali, então resolveu ser rápido, tudo que ali havia era uma cama, uma TV, um banheiro, e uma cozinha simples, não havia nem geladeira.

Perto da cama havia um bastão de alumínio, não era seu, então se focou em pegar o que precisava e ir embora. O esconderijo do dinheiro ficava dentro da caixa de luz, era falsa, a verdadeira caixa de luz estava sob a TV. A abriu, e retirou uma mochila preta grossa de trilha não muito grande, mas dentro haviam vários dinheiros, algumas balas e carregadores destacáveis, e celulares pré pagos ainda na embalagem.

Foi mais fácil do que parecia, aproveitou também para verificar se seu diário de números foi invadido, estava na gaveta da mesa de cabeceira ao lado da cama, perto do bastão de alumínio. O abriu, e não estava lá dentro, foi assim que descobriram a lanchonete do pai de Cho? Se fosse assim, então eles estavam o esperando lá dentro já haviam umas horas. Teve sorte de ter saído cobrar (matar) um dos caras que fechou com ele num esquema de criptomoedas falsas. E mais sorte ainda de não ter se esbarrado com os filipinos naquele bairro.

Voushhh!

A descarga do banheiro estava desregulada, soltou água demais, mas isso era detalhe.
Hughie mexeu em seu cabelo e se virou para ver quem ali estava. Potencialmente, um dos subalternos de Marlboro ou um dos subalternos das tríades filipinas que estava devendo, ou potencialmente os dois.

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