2070, nos bairros perdidos das partes mais baixas e esquecidas de Hong Kong. O trio de bandidos pouco ortodoxos e distintos, Cho, Hughie e Malik, cada um com seus problemas e razões para estarem juntos, planejam um serviço que pode ser extremamente...
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2070
Sexta-feira.
Malik saiu de carro quando a noite estava andando à pés quentes, eram quase meia-noite, o dia inteiro, ele ficou apenas limpando a bagunça que ele e Hughie fizeram, levou o dia inteiro de muito trabalho e cheiro horrível de sangue e carne destroçada. Não foi com o carro de Hughie, ele não ia deixar carregar aqueles corpos em seu porta-malas, então eles roubaram um fusca cinza de um estacionamento antigo, disse que estava lá há duas semanas e havia marcado para roubar cedo ou tarde, já que o local foi abandonado e em todas as dez vezes que passou por lá, o Fusca estava lá.
O único problema nesse plano, é que bandidos não levarem o fusca inteiro, significava que alguma coisa tinha sumido, nesse caso, roubaram as janelas laterais, os espelhinhos, o enfeite de capô e os para-lamas laterais. O carro estava andando bem, mas obviamente, em uma cidade onde 90% dos carros são elétricos, não haviam muitos postos de gasolina. Então ele precisava dirigir com calma para não usar tudo, já que o painel devia estar quebrado ou coisa do tipo, pois já estava no meio do caminho para o rio e o carro continuava andando sem trancos, sendo que supostamente estava sem gasolina, ele nem sabia a que velocidade estava, devia ser 40 ou 60, não havia como saber.
E assim, ele seguiu à dirigir. Com a cabeça completamente cansada e estressada, ele passava a mão na testa, e ela estava quente, estava molhada, e seu cabelo parecia que entraria em eletricidade estática. Respirava fogo, e soprava fumaça. A detetive era um denominador comum de sua fonte de estresse. Quem diabos era ela? O que diabos ela estava fazendo ali?
Era coincidência demais em sua opinião ele atirar numa pessoa, num dos bairros menos movimentados e abandonados daquela região, onde a polícia quase nunca interfere, e de repente, por puro acaso, uma detetive britânica bater em sua porta... nem uma detetive de Hong Kong mesmo, mas uma britânica, bater em sua porta, e o prender após ver um sequestro, sem mandado, sem ordem de busca e sem acompanhamento do departamento de polícia local.
Descobriu que era britânica enquanto pilhava seu corpo, Cho ficou com a arma dela, Hughie com os coturnos pretos dela, e Malik ficou com algo mais valioso, seu distintivo. O nome dela era "Harriett Luger Lee", o distintivo estava marcado como operadora autônoma internacional, mas foi emitido pelo fórum da Inglaterra, ou seja, ela era uma detetive da Inglaterra.
Mas o que realmente encucou sua cabeça, foi o fato de que... mesmo estando morta há mais de dez horas, ela ainda estava muito quente, e era possível ouvir suas veias e seus pulmões ainda funcionando. Ele ficou pessoalmente impressionado na hipótese dela estar viva impressionante, ele sabia que num mundo tomado por Demônios, algo do tipo era possível, mas ainda era impressionante. Ela teve sua mão decepada e sua barriga foi destroçada à tiros, impressionante.
