「 」 Chapter four - Insensitive

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    Entro em casa com um sorriso marcante no rosto, Hyunjin ingenuamente me deixa assim, tenho vontade de colocar meu rosto em um travesseiro e gritar de felicidade

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    Entro em casa com um sorriso marcante no rosto, Hyunjin ingenuamente me deixa assim, tenho vontade de colocar meu rosto em um travesseiro e gritar de felicidade. Ao mesmo tempo que fico feliz por certa proximidade com o Hyunjin ou o que quer que seja essa relação que temos, me sinto receosa. Realmente, Hwang é um cara legal, bonito, se preocupa com os outros - e esses "outros" felizmente me inclui- além de ser bastante atraente, entretanto, acho que tudo está indo rápido, não devia ter me aberto tanto, me sinto mal, mesmo que com a consciência leve de ter desabafado.

Não quero que o sentimento de culpa me invada novamente, preciso distrair minha cabeça, preciso de contato com o mundo lá fora. Não sou de sair, muito menos de me socializar com as pessoas ao meu redor, não gosto de festas, de aniversários- muito menos se for o meu-, detesto ser o centro das atenções, me sinto agoniada em saber que pessoas fora do meu círculo de conhecidos fala de mim, seja bom, seja ruim. Talvez faça parte da minha pessoa, nunca tentei mudar e não pretendo, é como me sentir vulnerável, meu sistema de defesa a qualquer tipo de conversa funciona muito bem, eu o treinei para isso.

     Observo minha casa, ainda faz eco. Não há muitas coisas nas paredes ou no chão, na sala tem apenas o básico. Junto ao útil ao agradável, preciso sair e comprar algumas coisas, me sentir bem com meu apartamento. A comida que comprei desde que me mudei ainda está em boa quantidade, posso gastar esse pouco que tenho. Me arrumo um pouco, estou animada para ver meu pequeno e confortável local arrumado e bonito. Prendo o cabelo e deixo apenas duas mechas para frente, coloco um cropped de manga grande para sair e pego o dinheiro que tenho.

Entro no elevador, pela primeira vez me vejo sozinha nesse lugar em específico, aproveito para colocar meus brincos rapidamente, as portas enfim se abrem no primeiro andar, um carro está saindo pelo grande portão, pela silhueta que eu via atrás do vidro, Lee Minho, me sinto perseguida a encontrá-lo. Logo que o porteiro do prédio me vê deixa o portão aberto para que eu saia. O dei um mero "boa tarde", ele parece simpático.

As ruas de Daegu não estavam tão movimentadas, Seul era movimento em todos os lugares e em qualquer horário, o grande número de pessoas me incomodava, em Daegu parece melhor e percebo isso enquanto olho para a cidade admirada.

     Paro em certas lojas, compro quadros, porta retratos, alguns travesseiros a mais, um dia agradável no geral. Há muitas bolsas em minha mão, mas percebo que é para meu bem estar em casa, em três dias, esse foi o mais tranquilo, me sinto leve como uma pena.

Olho para cada na rua antes de atravessá-la, me certifico que é seguro, porém meus olhos não parecem ter visto um grande carro preto na minha frente. Não tenho reação, sem saber o que fazer me agacho no chão com as mãos na cabeça, nervosa, meus nervos estão à flor da pele, não consigo respirar normalmente, meu peito sobe e desce por minha respiração forte, minha visão distorcida e meus sentidos param por um certo tempo, apenas ouço o freio brusco do carro a minha frente e o grito estressado do motorista, humilhação é o que sinto.

— Senhor amado! Você está bem?— O motorista fala estendendo sua mão a mim. Meus sentidos voltam, sinceramente, preferia que não tivessem voltado totalmente, principalmente a visão. Minho está na minha frente, percebo que não sou a única a sentir decepção sobre a cena que ocorre— Não é possível...

Lee afasta sua mão e a coloca no rosto, me estresso com o ocorrido, estou nervosa, não posso me controlar- Por acaso é cego! Custa prestar atenção no pedestre?

— A errada aqui é você, Seo Miyeon! Como acha que iria se proteger de um atropelamento se agachando no meio da rua?— Ele diz se exaltando junto a mim— Devia ter olhado para os dois lados direito!

Minho volta a esticar o braço, meus nervos acalmam, talvez pelo ato de bondade- ou por ter jogado minha raiva nele-, sendo sincera, odeio a ideia de aceitar sua ajuda, entretanto logo me levanto pegando minha coisa antes no chão, arrumo minha roupa um pouco suja e amassada, olho para o loiro, preciso fazer o mínimo assim como ele fez para mim.

— Não precisava me ajudar, mas obrigado mesmo assim— Digo andando até a calçada. Resmungo um pouco pela pequena dor que sinto na perna após a queda desesperada, penso na possibilidade de uma carona, mas prefiro não comentar, convenhamos, era Lee Minho.

— Valeu então— Minho arqueia as sobrancelhas e entra no carro.

— Espera...— Olho para o carro em movimento surpresa. Resmungos belos palavrões. Odeio Lee Minho, sua insensibilidade e seu egoísmo e egocentrismo, não o aguento, e todo dia tenho mais certeza disso, um segundo que passo ao seu lado, são cinco anos a menos de vida.

(...)

A porta menor do prédio abre para mim, agradeço o porteiro novamente, resmungo ainda com um pouco de dor e sinto meu rosto esfriando enquanto chego perto da minha casa. Aperto o botão do elevador o esperando, olho para os lados vendo o maldito carro preto e Minho saindo do mesmo, torço cada vez mais para que aquela porta abra e feche rapidamente, não vou suportar mais um minutos perto daquele desgraçado. Mas o elevador- infelizmente- é o pior meio de transporte para quem quer ficar sozinho, logo vejo o loiro alto de cara fechada ao meu lado, faço questão de o questionar o motivo de sua insensibilidade.

— Aí! Qual foi a sua agora pouco na rua? Não custava nada ter trago uma quase atropelada para casa— Digo cutucando o homem.

— Se fosse para te levar para algum lugar, te levaria para UTI ou um hospício, sua maluca, me deixa em paz, não te devo satisfação.

— Claro que deve! Eu posso te processar, tá bem?

Em situações como essa, preciso ser o mais madura possível, Minho é impossível, definitivamente não simpatiza comigo, apenas não sei o porquê. Desde nosso primeiro encontro Lee foi um extremo grosseiro, talvez estivesse em um mal dia, mas não justificaria, pois até o momento me trata mal cada dia mais.

— Olha aqui— Minho se virou para mim nos deixando cara a cara— Era o mínimo te ajudar depois de um quase atropelamento, mas você disse que não precisava ajudar, e eu não estava afim de sentir sua presença no meu futuro carro.

— Futuro carro?— Perguntei franzindo a testa e logo as porta se abriram

— Minha falta de habilitação não te vem ao caso— Minho diz como se fosse a coisa mais normal do mundo, me revolto completamente depois disso, ele estava cometendo um crime, qual foi?

Apenas consigo falar– lê-se gritar– um "COMO?", fico em choque, a cada dia esse garoto me surpreende.

— Não te vem ao caso! Eu tenho habilitação, porém apenas para moto. Mês que vem minha habilitação para carro sai, só para você saber.

A porta do elevador se abre novamente no local destinado, o quinto andar. Cada um de nós vai para nossa casa, ainda me vejo perturbada, mas eu tinha o que fazer. Arrumei minha casa com as decorações novas, abro meu computador no sofá entrando nos e-mails, mais uma mensagem chegou para mim durante minha quase morte na rua. Faço questão de abrir quando vejo que se trata da MY SIDE Coffe, uma empresa que ganhou fama nos últimos anos e vem gerando um lucro absurdo, meus olhos começam a lacrimejar, sinto uma vontade imensa de chorar ao ver que gostaram do meu perfil e que veriam a possibilidade de me contratar.

Leio com atenção, um sorriso enorme no rosto e os olhos marejados. Um broto de esperança para uma vida melhor surge e isso me deixa feliz. Respondo que irei comparecer à entrevista no próximo dia, finalmente vejo uma boa notícia. Sinto vontade de dormir após o intenso e longo dia, tomo meu banho com calma sabendo que as possibilidades de bons dias a partir deste eram grandes, assim que me deito posso escutar a porta de Hwang batendo no andar de baixo, deve ter chego agora. Fecho meu olho e me aconchego nos novos travesseiros pensando nas oportunidades que a vida pode me dar.

𝐋𝐈𝐅𝐄 𝐈𝐒 𝐆𝐎𝐈𝐍𝐆 𝐎𝐍 |𝗟𝗲𝗲 𝗠𝗶𝗻𝗵𝗼Onde histórias criam vida. Descubra agora