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"𝐷𝑎𝑛ç𝑎𝑟 é 𝑑𝑒𝑖𝑥𝑎𝑟 𝑎 𝑎𝑙𝑚𝑎 𝑙𝑖𝑣𝑟𝑒 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑞𝑢𝑒 𝑒𝑠𝑐𝑟𝑒𝑣𝑎 𝑝𝑜𝑒𝑠𝑖𝑎 𝑐𝑜𝑚 𝑜 𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜."

𝑩𝒓𝒊𝒔𝒂 𝑺𝒂𝒏𝒕𝒊𝒂𝒈𝒐

Minha cabeça estava pesada e eu não conseguia abrir meus olhos, só consegui sentir a língua molhada de Babaloo passando em meu braço. Estiquei as mãos para frente e peguei seu pelo, que parecia bem maior do que da última vez que o vi.

- Caramba, Babaloo, você cresceu. - falei levantando a minha cabeça e abrindo meus olhos devagar. 

Ao olhar para o lado, vi que não era a Babaloo e sim um Golden Retriever enorme que estava deitado do meu lado na cama.

Gritei desesperadamente com susto e consegui ouvir alguém subindo as escadas com pressa. Será que bebi tanto assim ao ponto de trazer um cachorro para casa?

- O que aconteceu? - a porta foi aberta por Adrian, que riu ao ver a situação.

- Por que você está aqui? - perguntei assustada, sem saber se eu olhava para o cachorro ou para Adrian.

- Calma, Brisa, eu vou te explicar. - falou, chegando perto da cama e passando a mão no pelo do cachorro.

Ao abrir melhor os meus olhos, vi que o quarto em que eu estava não era o meu, ele era todo cinza e havia uma televisão 3 vezes maior que a minha em um painel branco. Do lado da cama tem uma mesinha branca com uma garrafa preta térmica e algumas cartelas de remédio. A porta do banheiro estava aberta, me possibilitando ver a banheira no canto e algumas roupas jogadas no chão.

- Primeiramente, esse é o Simba, meu cachorro. - falou Adrian, passando a mão no cachorro, que deitou de barriga para cima ao sentir o toque. - E agora eu vou te explicar o porquê de você estar na minha casa e na minha cama.

Arregalei os olhos na possibilidade de eu ter dormido junto de Adrian, eu não podia ter feito isso bêbada.

- Eu dormi com você? - perguntei eufórica e ele riu balançando a cabeça negativamente.

- Ontem, quando eu te levei para casa, você não tinha nenhuma chave e tudo estava trancado. Por sorte, sua tia te ligou bem na hora em que eu estava pensando em uma solução. Atendi e ela disse que estava na casa de amigas e que iria dormir lá, pois, perguntei se podia trazer você aqui para casa e que no outro dia te levaria cedo de volta, ela concordou e eu vim para casa com você dormindo e coloquei você na minha cama, já que as dos quartos de hóspedes estavam sem lençol e fronha. - falou e eu estava tentando digerir tudo - Deixei um remédio junto de água aqui do lado para caso você acordasse com dor.

- Muito obrigada, Adrian, por um momento eu pensei que você tivesse levado a sério o fato de me sequestrar. - falei e ele riu, dando um beijo na ponta de meu nariz. 

Me assustei com o gesto, mas aí eu me lembrei de tudo que havia acontecido ontem à noite. Eu com certeza tiraria a bebida do meu campo de visão por um bom tempo, não quero passar por mais perrengues como esse.

Me sentei na cama arrumando meu cabelo e tomei o remédio que Adrian havia deixado ao lado. Olhei para o lado e Adrian estava brincando com o Simba no chão, ele estava jogando a bolinha e Simba ia correndo pegar.

Hoje, eu vou até um clube para fazer uma apresentação de balé para crianças carentes de um orfanato. Eu não estava nem um pouco animada por conta da dor de cabeça e do cansaço que eu estava sentindo, mas eu faço de tudo por essas crianças.

- Vamos levantar, o café já está pronto. - Adrian diz fazendo sinal para a porta e eu assenti, me levantando com um pouco de dificuldade. 

Eu estava usando uma camisola preta longa e no chão estava um chinelo de brilhos, o que me assustou bastante, pois eu não tinha nenhuma camisola na minha bolsa e, pelo o que eu me lembre, eu estava usando um vestido. Me olhei no espelho do banheiro de Adrian e joguei um pouco de água em meu rosto, só precisava de um empurrão para começar o dia.

No mesmo ritmoOnde histórias criam vida. Descubra agora