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"𝑄𝑢𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑜 𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜 𝑑𝑎𝑛ç𝑎, 𝑎 𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑒𝑠𝑞𝑢𝑒𝑐𝑒."

𝑩𝒓𝒊𝒔𝒂 𝑺𝒂𝒏𝒕𝒊𝒂𝒈𝒐

Hoje faz 3 meses que eu tomo remédio para emagrecer.

O meu dinheiro todinho vai para ele e para as injeções, mas eu não consigo parar de usar.

Todo mês eu acabo tendo crises por conta deles. Fico com falta de ar, meu coração acelera, não consigo levantar e muito menos falar.

Hoje parece ser um dia de crises por conta de que, desde o momento em que tomei a pílula e injetei a injeção, sinto meu coração acelerado e o suor escorre de forma exagerada pela minha pele.

Me levantei para ir à cozinha tomar um copo d'água, mas sem sucesso, caí com tudo no chão, fazendo-me gemer de dor ao bater minha cabeça na quina da cama. Me rastejei para cima de minha cama e me sentei com as mãos firmes na parede.

A falta de ar estava começando a aparecer e nada que eu fazia estava melhorando. Na maioria das vezes as crises acabam uns 2 minutos depois, mas essa estava demorando mais do que o normal.

— Bri. — escutei alguém gritar do lado de fora de casa, era Adrian.

Eu não tinha forças para responder e muito menos para chegar na janela. Adrian continuou a gritar do lado de fora por alguns minutos e logo depois tudo ficou quieto novamente.

O barulho das minhas tentativas de respirar era alto e ecoavam pelo quarto. Consegui escutar alguém correndo subindo as escadas e logo depois batendo na porta.

— Brisa, está tudo bem? - gritou tia Samantha tentando entrar no quarto, mas estava trancado.

— Bri, por favor, abre a porta. — disse Adrian, forçando a porta para abrir.

Em alguns instantes, um som alto escoou o quarto e, quando eu consegui olhar para o lado, vi que era a porta que tinha sido arrombada.

Adrian veio correndo na minha direção e me endireitou em seu peitoral. Minha tia saiu correndo do quarto para pegar um copo de água e Adrian estava com as mãos em meu peito vendo se os batimentos iriam voltar ao normal.

— Meu Deus, Bri. — falou Adrian logo que meu coração voltou ao normal e eu finalmente consegui respirar de uma forma boa — Você teve essa crise de repente?

Engoli em seco, não queria contar para ele que eu injeto injeções emagrecedoras e tomo remédio.

— Aconteceu do nada. — menti.

Adrian olhou ao redor do quarto e seus olhos foram atraídos por uma caixa aberta em cima da penteadeira, onde ficam as injeções e os remédios. Se levantou e foi em sua direção. Chegando perto, ele pegou o pote com as pílulas e leu o rótulo.

— Pílulas para emagrecimento, sério? — perguntou me mostrando o pote e balançando a cabeça em forma negativa.

Eu não sabia o que falar, somente dei de ombros e ele voltou a olhar para dentro da caixa, agora encontrando as injeções.

— Brisa, você sabe que você tá se matando aos poucos? - perguntou me olhando com um ar sério - Eu vou jogar tudo isso fora.

— Não, Adrian. — gritei e ele se virou para mim — Isso é caro e é ele que me mantém no padrão certo, não pode jogar fora.

— Eu te dou todo o dinheiro que você gastou e eu não vou deixar você tomar isso para ficar em um padrão. Você já é linda Bri.

— Se eu não tomar, não vou continuar muito tempo na agência, você sabe disso.

No mesmo ritmoOnde histórias criam vida. Descubra agora