Capítulo 5

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Rio de Janeiro, Brasil.
| Por Miranda Diaz.

O uber se aproxima do hospital, meus olhos acompanham a quantidade de pessoas em frente a unidade. Eles se arregalam, percebendo que tinha impressas e repórteres na porta, enquanto seguranças tentavam afastá-los.

— Mas que merda é essa?— me pergunto, sem fazer a mínima ideia do que estava acontecendo.

— Não sabe da notícia?— o uber me olha através do retrovisor, então eu o olho de volta.— Alessandro Mancini está ai dentro, sobreviveu ao tiro e acordou dizendo que iria dar um depoimento a todo o Brasil.

Puta que pariu.

Ele para o carro, eu desço rapidamente do veículo mas retorno assim que lembrei de pagar. Peço desculpas a ele e lhe entrego o dinheiro da corrida, volto a caminhar em direção ao hospital. Assim que me aproximo da multidão, repórteres apontam microfones em minha direção.

Antes que me façam perguntas, seguranças me rodeiam e com certa dificuldade, me colocam para dentro do hospital. Me direcionei ao vestiário, onde eu iria me trocar e assim que troquei a minha roupa casual pelo meu scrub, pus uma touca em minha cabeça e ajeitei minha franja para dentro dela, mas fios ficaram soltos em minha testa, me fazendo ter raiva do meu próprio cabelo.

Iria deixar a minha raiva para depois, saí do vestiário e cruzei o corredor, a procura do doutor Gabriel. Em passos largos, vou depressa até a sala dele e assim que paro em frente a porta, bato a espera de uma resposta. Escutei a voz do Gabriel me mandando entrar e então, eu adentrei a sala.

— Que confusão é essa lá fora?— caminhei de um lado para o outro, eufórica.

O doutor me olha, deixa a prancheta que estava em suas mãos em cima da mesa e dedica sua atenção a mim.

— O Mancini, está exigindo falar com a imprensa.— uma grande interrogação se forma em minha cabeça e ele parece adivinhar isso, já que prossegue com sua fala.— Não sabemos a intenção dele. Estão decidindo qual das emissoras entrará para entrevistá-lo.

— Esse cara é louco, está armando alguma coisa. Ele não iria dar uma entrevista a televisão atoa, ele é procurado por todos os lugares no mundo.— digo, parando de andar pois temia ficar tonta.

— Acha que tem alguma relação com alguma suposta fuga?— ele pergunta e eu balanço a cabeça negativamente.

— Ele não seria burro. Quero dizer, talvez tenha relação mas esse hospital está cercado. Ele não tem a mínima chance de escapar.

Não é? Quanto mais ele demostra estar relaxado diante disso tudo, mais me quiestiono sobre do que ele pode ser capaz.

— Vamos até o quarto dele, o diretor está lá.— Gabriel me chama e eu balanço a cabeça, confirmando.

Saímos de sua sala e enquanto caminhávamos através dos corredores, escutei ele me fazer uma pergunta, uma que eu realmente estava evitando.

— Eu te atrapalhei em algo ao te ligar? Me desculpa, eu realmente não sabia o que fazer sem o seu apoio. Você é a única que soube da ameaça.

Suspiro, porque acabei de me recordar das palavras de Henrique, ainda estão esmagando o meu coração, se é que tenho um ainda. Nosso término foi a oito meses e eu não sabia que ainda doía tanto e que meu peito arde ao lembrar dos momentos que tivemos. Eu amei ele, amei muito.

Talvez, eu ainda continue o amando, mas isso será ignorado e eu vou continuar seguindo minha vida. Sem recaídas, sem ex, sem confusões, apenas foque em você, Miranda.

— Não, não foi nada. Eu só estava me preparando para tomar um banho.— sorri sem mostrar os dentes, enfiei minhas mãos no bolso do scrub e continuei andando com ele.

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