Capítulo 14

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Palermo, Itália.
| Por Miranda Diaz.

— E ai ele falou um monte de merda para mim, eu não quero ver aquele desgraçado nem pintado de ouro na minha frente.— despejei minhas palavras, enquanto a Paola escuta atentamente como uma terapeuta e sinceramente, ela está sendo ultimamente.— Me desculpa. Estou aqui te enchendo com os meus problemas.

— Não, minha flor, está tudo bem. Sempre que quiser conversar, eu estarei aqui.— ela sorrir amigavelmente.

— Obrigada, estou me sentindo muito sozinha e você está sendo a única pessoa que tenho para conversar e passar o tempo.

— Eu fico feliz em poder ajudá-la.— ela volta a sua atividade, mexendo nas panelas que estavam no fogão.— E quanto ao Senhor Mancini, não há muito o que fazer. Esse é o jeito dele, diferente do Senhor Moretti que é muito mais gentil. Eu sei o que são e praticamente vi os dois crescerem, além da Anna, mas nada disso diz sobre a forma como devem tratar as pessoas.

— Sim, a senhora tem toda a razão.— suspiro, bebendo mais um pouco do meu suco de morango.— Aliás, obrigada por lembrar que morango é o meu suco favorito.

— Por nada, eu sou bem atenta aos detalhes.— ela enxuga suas mãos em um pano de prato.

Sorri sem mostrar os dentes e então, observei a Paola terminar de cozinhar, ela é bem ágil na cozinha e sem contar que a sua comida é muito deliciosa. Me prometeu que um dia faria um prato brasileiro para que eu pudesse matar um pouco da saudade que eu sentia.

Terminei de beber o meu suco e como resultado, acabei o meu café da manhã. Desci do banquinho que tinha próximo ao balcão de mármore e com o copo em mãos para colocá-lo na pia, me virei em direção oposta a que eu estava. Me arrependi no segundo seguinte, pois quase me esbarrei com o diabo. Eu nem preciso de uma passagem para o inferno, aqui eu já tenho um spoiler grátis.

— Senhor Mancini, bom dia.— escutei a voz da Paola soar.

— Bom dia, Paola. Quero um café sem açúcar, por favor.— ele passa direto por mim.

Noto seu terno azul marinho pendurado em seu antebraço, o colete e a calça da mesma cor acompanha a camisa branca. Me virei novamente em direção a Paola e ela me olha preocupada, sem saber qual seria a minha reação. Eu fiz cara de nojo e ela riu silenciosamente.

— Bom dia.— a voz de uma mulher soa e eu cogitei que seria a Anna, mas ao olhar em direção a entrada da cozinha, avistei uma loira.

— Senhorita Caterina, bom dia. Que bom revê-la, vai tomar café por aqui?— Paola cumprimenta a moça, enquanto eu ainda observo-a de cima a baixo.

— Sim, o de sempre.— ela é curta em suas palavras, enquanto põe seu óculos escuro no topo de sua cabeça.

A loira alta, corpo bem esculpido e com o cabelo na altura dos ombros, se aproxima do Mancini e afasta a cadeira ao seu lado, pronta para se sentar. Com delicadeza, ela se acomoda e põe sua bolsa em cima da cadeira ao lado. Ela é o sinônimo de elegância e com toda a certeza tem um motivo para isso.

Desviei minha atenção dela, que inclusive nem se deu o trabalho de me olhar. Minha visão foi direcionada a Paola, a mesma expressou um semblante de quem já estava acostumada com aquilo. Claro, apenas esnobes sendo esnobes.

— Eu vou com você, ok?— a loira dirige suas palavras ao Mancini.

— Vá em seu carro, não tem um?— ele rebate, com seu olhar fixado ao aparelho digital em suas mãos.

— O motorista do meu pai que me trouxe ontem a noite.— ela informa.

Ele não diz mais nada, apenas continua focado no que esta fazendo, ignorando quem está ao seu redor.

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⏰ Última atualização: Mar 13, 2024 ⏰

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