Capítulo 11

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Palermo, Itália
| Por Miranda Diaz

Atravessei a porta de entrada, podendo ver vários homens armados ali em frente. Desci os degraus da escada e um deles me acompanhou, ficando logo atrás de mim.

- Eu não vou a lugar algum, 'ta legal?- paro de andar e me viro para o homem poste atrás de mim.- Eu só vou tomar um ar ali nos bancos.

Ele não responde nada, apenas fica parado como uma estátua imóvel. Revirei os olhos impaciente e voltei a caminhar, ainda sentindo a presença do homem atrás de mim. Parei de andar novamente, dessa vez mais irritada.

- Qual é, cara? Eu tô falando grego?- não, mas está em português. sua burra, ele é italiano.- Sentar, ali...- fiz sinais em direção ao banco, para que ele pudesse entender.- Entendeu?

Ele permaneceu parado e eu suspirei, andei novamente e dessa vez ele não me seguiu, fiquei aliviada. Estou cheia do jantar, não que eu estivesse com fome mas quando neguei a comida o Mancini e o Dominic me olharam com uma cara tão intimidante que eu não soube dizer não. Aquele momento sozinha com eles na mesa me fez ficar tensa, não trocamos olhares e muitos menos palavras.

Depois do jantar, eu me retirei da mesa e deixei eles sozinhos, então decidi vim respirar um pouco aqui fora no jardim. Preciso ficar sozinha, tenho que pensar e ser bastante produtiva em ideias que possam me tirar daqui. Passei pela fonte de água e me aproximei de um dos bancos que tinham ali, me sentei nele e respirei fundo, podendo sentir o ar fresco.

Outra coisa que o meu pai me ensinou, foi aprender a dar valor as pequenas oportunidades. Tipo respirar esse ar fresco, não que a minha atual situação seja favorável mas só o fato de eu poder estar sentindo esse vento no rosto, já é um bom motivo para refletir um pouco. Inclinei um pouco a minha cabeça para trás e observei as estrelas que estavam tão visíveis, tão lindas e admiráveis.

Eu estava tão distraída com elas que nem percebi quando o ambiente tomou um cheiro diferente, um perfume que por incrível que pareça eu já reconheço e sinceramente, odeio senti-lo.

- Me disseram uma vez que se você fazer um pedido a elas, ele pode se realizar.- ele diz, enquanto se senta ao meu lado no banco.

- Não todas em geral. Há uma específica.- respondo, me afastando um pouco para o seu lado oposto. Endireitei minha cabeça e olhei em direção a ele, sua camisa social está tão despojada em seu corpo que deixa de ser uma peça tão formal. - Ela se chama estrela cadente.

- Não acho que seja muito diferente das outras, todas brilham da mesma forma.- Mancini argumenta, se encostando no banco.

- Mas apenas uma realiza desejos.- rebato, pondo minhas mãos por baixo das minhas coxas por conta do frio.

Ele olha para cima em silêncio, depois retorna a sua posição normal e encara a sua frente. Ele parece pensar em algo para me responder e como ele demora um pouco, continuo.

- Talvez eu esteja abusando um pouco da bondade de vocês mas, o que o Dominic quis dizer com "nós salvamos sua vida?"- as palavras saem da minha boca com cautela, não faço ideia de como ele pode reagir.

- Você teve contato comigo, era a enfermeira que tomava conta de mim e sendo assim, se tornou um alvo também.- eu arqueei minhas sobrancelhas, ainda confusa. Ele olhou em minha direção e completou.- Só precisa saber que estará segura aqui.

- Vocês pretendem me deixar ir?- perguntei, sentindo meu coração se apertar, o medo em minha voz é tão nítido.

- No momento certo, se ainda quiser ir, sim.- sua resposta me deu um pouco de esperança mas o que disse em relação ao contato que eu tive com ele, essa resposta sim não me desce.

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