Rio de Janeiro, Brasil
| Por Miranda Diaz.Terminei de medicar a criança que estava acompanhada por sua mãe e sorri, assim que ela mexeu no estetoscópio pendurado em meu pescoço.
— Você gostou?— a pequena concordou com a cabeça, de forma tímida.— Vou colocar em você então.
Retirei o aparelho de mim e coloquei em volta do seu pescoço. Ela sorriu alargamente e a sua mãe agradeceu, vendo a felicidade da sua filha em um pequeno gesto.
— Agora, terá que me prometer que vai se alimentar direitinho e beber bastante água para ficar saudável e assim não ficará dodoí outra vez.
— Ta bom.— a menininha concorda distraída com o estetoscópio.
Me afasto delas para terminar de escrever em seu formulário, constatei a redução da febre alta e reforcei a receita de medicações que ela deveria tomar em casa. Devolvi a receita a mãe da menina e guardei o formulário dela em um fichario.
— Melhoras, pequena.— ela retirou o aparelho do pescoço e me entregou. Se levantou do colo da mãe, me deu um abraço e em imediato eu retribui.
E esse é um dos motivos por eu ter escolhido a profissão que tenho, esse carinho é impagável, vale cada noite que passo sem dormir direito. A garotinha se despediu de mim e saiu da enfermaria com a mãe dela.
Olhei em meu relógio o horário e vi que já estava na hora de medicar o Mancini outra vez, então saí da enfermaria para ir até o seu quarto, mas assim que atravessei o corredor, senti meu celular vibrar em meu bolso. Olhei ao redor para ver se alguém não estava próximo observando e fui para um canto, assim eu poderia pegar o aparelho por baixo do meu scrub.
Assim que peguei o celular, olhei na tela a notificação da mensagem do Henrique. "Já está pronta?" Merda, o jantar. Eu me esqueci completamente, passei a tarde cheia de trabalho e nem prestei atenção nas horas passando. Guardei o celular novamente e caminhei com pressa em direção ao quarto do Mancini.
Os policiais liberaram minha passagem e eu adentrei o espaço, notando ele dormindo em seu leito. Me acalmei para que eu não acabasse acordando ele e me aproximei devagar. A técnica já tinha deixado seus remédios em cima da mesinha, então comecei a prepará-los em cima da bandeja, revisando todos eles por precaução.
— Olá, ragazza.— escutei a voz grave soar.
— Eu te acordei? Desculpa, estou apenas te medicando.— ragazza? — E pode me chamar de Miranda, Mia ou Diaz.
— Ragazza te cai bem.— não interferi mais, apenas ignorei ele e apliquei a medicação em sua veia.
— Soube que será transferido hoje.— ele olha em minha direção, posso sentir seu olhar em mim.— Sinto muito, a cadeia deve ser um lugar horrível.
— Não sinta, desprezo o sentimento de pena.— me afastei do leito e olhei em direção a ele, decidindo não responder a sua fala.
— Bom, espero que fique bem.
— Você é uma ótima enfermeira, seus pais devem ter muito orgulho de você.— ponho as mãos nos bolsos do meu scrub e pressiono meus lábios um no outro.
— Não conheci a minha mãe e o meu pai morreu antes que eu decidisse minha profissão.— falo e o semblante dele não demonstra nenhuma reação. Geralmente me olham com pena ou pedem desculpas mas ele apenas reagiu normalmente.
— Aonde quer que ele esteja, deve estar orgulhoso de você.— eu sorrio fraco, sem mostrar os dentes.
Antes que eu possa respondê-lo, a porta é aberta por um policial. Olho na direção do homem moreno, alto e com uma cara nada legal.
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Lies Of Love
Romance"As mentiras mais cruéis são frequentemente ditas em silêncio." - Quantas vezes ousou mentir? Com as desculpas de que era para o meu bem, achando que estaria me protegendo mas no final, eu deveria ter me protegido de você. Você foi a maior mentira q...