Capítulo 13

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Palermo, Itália
| Por Miranda Diaz.

Saindo da galeria, com a Anna e o Matteo, depois de ter apresentado eles dois, combinamos de parar em um café que segundo a Anna, era o melhor de toda a Itália. Nem um pouco exagerada. Disfarçadamente, os dois pés no saco nos seguiam e nós caminhávamos tranquilamente até o suposto café.

Não demorou muito até alcançarmos, era bem pertinho da galeria e assim que atravessamos a porta que foi empurrada pelo Matteo, um sino tocou anunciando a nossa entrada. Nós escolhemos uma mesa mais isolada das pessoas que estavam ali e nos sentamos, prontos para fazermos os nossos pedidos.

— Então, quer dizer que você é italiano, morava em Londres e foi para o Brasil realizar o seu sonho? E, consequentemente, deixou a mulher da sua vida para trás.— Anna resumiu o pouco que o Matteo nos contou durante o caminho e ele com um sorriso fraco no rosto, concordou com a cabeça.

— Bom, era o sonho dele em jogo.— dei de ombros.

— Era a mulher da vida dele em jogo.— a mulher indignada ao meu lado rebate.

— Eu sei, tudo o que estava em jogo e não foi uma escolha somente minha. Ela também quis isso e apenas seguimos com nossos caminhos.— é perceptível que isso afeta ele de alguma forma, mesmo dizendo que foi o melhor a se fazer.

Antes que pudéssemos falar mais alguma coisa, a garçonete se aproximou de nós e eu fiz a mesma escolha que a Anna, um caffè macchiato e o Matteo pediu um cappuccino. A garçonete anotou tudo e com um sorriso no rosto, se retirou para onde estava.

— Vocês falaram pouco sobre vocês. Sei apenas que se chamam Anna e Mia, quero saber mais.— eu olhei na direção da Anna e ela com apenas um olhar, me disse "fica de boca fechada."— E sem contar que o seu sotaque carioca é bastante perceptível, Mia.

— Bom...— retornei minha atenção ao homem a nossa frente.— Não há muito o que saber, nós somos primas e eu vim do Brasil tirar férias. É uma boa época e eu sou apaixonada por esse país, aproveitei o fato de ter uma prima morando aqui.

— Ah, compreendi.— não dava pra saber se ele acreditou na desculpa, ele não expressou nenhuma reação que lhe condenasse.

— Sim, eu adoro quando a Mia vem para cá.— a Anna força um sorriso, nem um pouco convincente.

Piso no pé dela embaixo da mesa e ela solta um gritinho, por conta da dor. Matteo fica confuso mas não diz nada, apenas olha para trás e em seguida olha em nossa direção novamente.

— É impressão minha ou aquele cara está nos seguindo desde a galeria?— ele perguntou, obviamente se referindo ao Caio, que está sentado em uma mesa distante de nós.

— Ele deve estar apenas tomando um café, não acho que seja algo incomum já que aqui é bastante reconhecido.— a mulher sentada ao meu lado explica.

— Não sei, não.— ele parece desconfiado, mas também não insiste no assunto.

17:34 pm.

Retirei os saltos dos meus pés ao entrarmos na mansão e se despedindo com um beijinho no ar, a Anna caminhou em uma direção oposta a escada. Creio que o quarto dela não fica por aqui ou apenas vai resolver algo em outro cômodo, talvez no escritório do Dominic.

Subi as escadas com os saltos em mãos e desejando um banho para relaxar, a minha saída com a Anna não tinha sido tão ruim e o Matteo nos fez uma ótima companhia. Tomamos o café, conversamos sobre artes e coisas aleatórias, mas nunca sobre algo que revelasse quem realmente éramos.

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