ᴄᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ 4 | ᴀᴛʀᴀᴠᴇ́s ᴅᴀ ᴊᴀɴᴇʟᴀ.

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ɴᴏᴀʜ
ᴀᴘᴀʀᴛᴀᴍᴇɴᴛᴏ ᴇᴍ ғᴏʀᴛᴀʟᴇᴢᴀ

Eu continuava em frente a janela esperando mais alguma aparição dela. Um mero homem apaixonado e iludido.

Foi o puro acaso que a vi, acho que eu usei toda a sorte da minha vida pegando aquele apê. Se o proprietário tivesse me avisado não teria dado tão certo como deu.

Olhei o celular e já tinha passado uns 30 minutos que ela não reaparecia.

Fiquei imaginando se aquela janela daria para a sala ou o próprio quarto dela. Não consegui distinguir em que cômodo era aquele que ela estava anteriormente. Peguei meu celular e pesquisei algum app de comida ou algum restaurante que tinha ali perto para pedir algo.

Já havia me conformado que iria dormir no chão hoje. Uma noite não matava ninguém.

Não conseguirei sair desse apartamento sabendo que posso ter uma visão dela novamente. Eu só preciso comer algo, então o essencial era encontrar algum lugar que vendesse comida. Não tinha como morrer de fome, se eu morresse não a veria novamente.

Quando bloqueei o celular depois de pedir um lanche no iFood e voltei a olhar pela janela vi ela abraçando um homem. Uma onda de ciúmes percorreu meu peito. Quase me matando no processo de tanto ódio que senti.

Nem fudendo.

Ah não, nem sobe o meu cadáver iria deixar aquilo acontecer.

Abraçar outro na minha frente? Mesmo não sabendo que eu tinha voltado ou qualquer coisa do tipo.

Uma traição clara!

Jamais deixaria que aquilo acontecesse, sou vingativo demais para aquilo. O que ela tinha de tempo para se divertir com outros caras aconteceu antes deu pisar em Fortaleza. No momento que desembarquei já não admitia coisas daquele tipo.

Sou monogâmico caralho.

Quer dizer, nunca namorei e curto um trisal na cama. Mas não sabia se iria ter coragem de dividi-la com outro homem, ela era o meu ponto franco em vários sentidos. E não saberia como reagiria em uma situação dessas. Acho que até se fosse outra mulher não reagiria bem.

Decidi que precisava tomar medidas drásticas para evitar que esse homem continuasse se aproximasse ainda mais dela. E se eles resolvessem transar? Era capaz de eu ir bater na porta do apartamento dela e tirá-lo puxando pelos cabelos.

Aí era capaz de ser mandado para um manicômio. Precisava pensar em algo menos violento.

Fui até minha mala procurando um moletom, quando percebi que já tinha um do lado de fora, o mesmo que foi descartado quando saí do ar-condicionado e fui para o sol, vesti ele novamente e coloquei o capuz saindo do meu prédio.

Como o meu ficava mais para os fundos. Depois do dela, tinha que ter cuidado para ninguém me vê no meio do meu percurso. Pela arquitetura óbvia dos prédios com certeza eram iguais, prestei atenção em tudo e peguei o elevador. Era uma coincidência tão grande que morávamos igualmente no 3° andar.

Cheguei no térreo e saí do meu prédio. Quando percebi que o caminho estava vazio usei meus anos de atletismo e corri até o dela, era uma questão de desespero e segurança já que não queria ninguém me vendo. Chegando rapidamente lá, peguei o elevador de serviço rezando para não ter ninguém e hoje era mesmo o meu dia de sorte.

Sem pensar muito, quando saí do elevador fui até o meio do corredor e pressionei a botoeira de incêndio. O alarme começou a soar instantaneamente, e eu sabia que isso causaria uma agitação, a água caiu em seguida. Sabia também que estava agindo de forma impulsiva, mas naquele momento, não conseguia pensar em nada além de afastar aquele homem de Júlia.

Heart (LIVRO 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora