ᴄᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ 34 | ɴᴏᴀʜ ꜰᴀꜱʜɪᴏɴ ᴡᴇᴇᴋ

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ɴᴏᴀʜ
ꜱᴀ̃ᴏ ᴘᴀᴜʟᴏ

_Não. - Ela foi sucinta.

Bufei, caralho de mulher teimosa da peste.

Coloquei minha mão na cintura e fiquei olhando fixamente para ela com o meu cenho franzido. A expressão no meu rosto entregava toda a minha impaciência.

_Sim. - Decretei enquanto batia o pé repetidas vezes no chão. Coitado dos moradores do andar debaixo, mas estava impaciente com aquele debate desnecessário e sem sentido.

_O que você tem contra as minhas roupas?! - Tudo? Bem melhor vê-la sem nada.

_Não tenho nada contra mas só temos até amanhã e você ainda vai organizar tudo antes de partirmos, na Inglaterra não teremos shopping a sua disposição 24 horas nas montanhas. Quer morrer de frio, querida? Não sei se lembra mas o clima europeu é diferente do brasileiro. - Expliquei calmante.

Nessa manhã houve uma pequena discussão quando eu falei os planos de ir a Inglaterra mais rápido do que ela imaginava.

Depois da nossa conversa na madrugada não demorou nem 4 horas para eu receber uma ligação do Branko dizendo que precisava da minha presença na Inglaterra daqui a três dias. Precisava acompanhar um carregamento de armas que iria desembarcar na Sérvia em poucos dias, temos homens de segurança mas se tratando de um lote tão valioso todo cuidado é pouco.

Já havíamos sido interceptados outras poucas vezes mas sempre é uma chatice sem fim até resolver o problema. E do mesmo modo que o Branko gosta de tudo dando certo eu gosto da minha paz sem ele nos meus ouvidos 24 horas por dia.

Até sem nomeação ou qualquer coisa do tipo é bem óbvio que me tornei seu braço direito nessa merda toda.

A casa na montanha tinha sido comprado por ele uns meses depois que o Josh saiu de lá. Pedi ao meu sogrinho para disponibilizar como nossa hospedagem enquanto estivéssemos no país e com o número do caseiro já tinha feito alguns pedidos que vai fazer a Júlia querer me matar.

Tinha um itinerário em mente de ir a casa do Josh visitá-los e deixá-la passar a tarde lá com a Melinoe enquanto os homens de família conservadora inglesa resolvesse uns problemas, estamos achando que tem alguém nosso passando informações para o Jules.

O mundo ficou prestes a cair em nossas cabeças literalmente da noite para o dia, até umas horas atrás estávamos bem.

Iria tentar levar a Júlia para visitar os meus pais mas não acho que ela irá aceitar essa parte dos meus planos, e como não quero incomodar o Josh em sua residência preferi ter o nosso próprio cantinho, além disso uns dias longe da civilização humana vai ser bom.

Infelizmente, só pretendo passar uns três dias. Mas é inevitável não pensar que ela vai sofrer sem roupas adequadas, estamos no meio do inverno europeu e as temperaturas estão super baixas, com toda certeza a montanha deve estar abarrotada de neve.

Havia pensando em passar esse tempo na cabana que pertence ao meu avô mas tenho medo de o espião ligar a conexão com a minha família. Não posso dar esse vacilo, pensando melhor irei desistir de visitar os meus pais.

_Tudo bem. - Ela falou, pisquei repetidas vezes tentando lembrar do que conversávamos. A mania de divagar do nada nunca me abandona.

Heart (LIVRO 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora