ᴄᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ 8 | ᴢᴇʀᴏ ᴅɪᴀs ᴇᴍ ᴘᴀᴢ.

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ɴᴏᴀʜ
6 ᴅɪᴀs ᴅᴇᴘᴏɪs
ғᴏʀᴛᴀʟᴇᴢᴀ, ᴄᴇ

Mais um dia, sob o olhar sanguinário do meu porteiro. Como eu saio logo em seguida da Júlia e acompanho cada passo até a faculdade ele deve está achando que sou um psicopata ou qualquer merda do tipo. Tá errado? Não, mas não é para tanto.

Só sou um homem zeloso e preocupado com o que é meu e não sabe que é meu ainda.

Acabei bocejando com um pouco de sono, havia passado mais uma noite em claro estudando que nem um condenado português. Vi algumas melhoras com o tempo, mas como não tinha ninguém para praticar ficava difícil.

Poderia arranjar algum amigo, eu era muito bom nisso, porém, não saberia como. Estava bem caseiro ultimamente, antes da festa pré halloween fazia meses que não ia em nenhum em Eastington. Certo que minha cidade natal não é nenhum centro das melhores festas, mas os moradores adolescentes sabem bem como se divertir.

Mas a única diversão que eu queria tinha nome, sobrenome e um sorriso lindo.

Eu tava com tanta saudades da minha mulher porra.

No caso saudade do que a gente não viveu.

Eu estava em abstinência total! Um beijo! Um mísero beijo e já foi o suficiente para quase me enlouquecer.

No dia seguinte da festa eu a vi e deixei o capuz abaixado esperando ela falar comigo. Mas a minha garota fingiu demência! E quando me aproximei quase correu para dentro do prédio, acabei me sentindo um lixo depois do ocorrido.

Que ódio dela.

Mentira, eu amava ela. Porém, que ódio de ser tratado como um qualquer. Ela morreria se tivesse me dito um oi, hello ou hola? Não, e teria deixado meu dia maravilhoso.

Ao contrário disso, passei os dias seguintes martirizando e achando que sou um idiota. Essa é uma boa definição na minha atual situação.

Vi ela entrar na faculdade e dei meia volta.

Estava bem desanimado nesses últimos três dias. Havia inclusive olhado passagens para a Inglaterra, sentia saudades dos meus pais. E principalmente do Josh, queria ligar e falar com ele mas tinha consciência que tinha suas próprias preocupações e não queria atrapalhar nada.

Entrei no apartamento e a primeira coisa que fiz foi tirar a merda do moletom. Amava vestir um, mas ultimamente havia se tornado meu martírio por conta do calor.

Sentia ser fritado mais um pouco a cada dia que passava enquanto eu usava aquilo.

Procurei no meio das minhas coisas a bolinha de tênis, na última vez que havia brincado com ela aconteceu a morte fictícia do filho da puta, literalmente, do meu melhor amigo.

Deitei na cama e comecei a jogar para cima, não sei quando ou como aquilo se transformou no meu jeito de extravasar a solidão que sentia.

Passei anos rodeado de mulheres e amigos e mesmo assim... A bebedeira me deixava alegre momentaneamente e o prazer também. Mas eu queria mais, queria ser feliz.

Só isso.

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15:05

Heart (LIVRO 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora