ᴄᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ 7 | ʜᴀʟʟᴏᴡᴇᴇɴ

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ɴᴏᴀʜ
ᴅᴏɪs ᴅɪᴀs ᴅᴇᴘᴏɪs
ᴜᴍ ᴅɪᴀ ᴀɴᴛᴇs ᴅo ʜᴀʟʟᴏᴡᴇᴇɴ
ғᴏʀᴛᴀʟᴇᴢᴀ, ᴄᴇ

Estava a pleno meio-dia em um sol de quase assar uma pessoa viva com um casaco e capuz. Parecia que eu estava andando no meio do deserto do Saara a três dias.

O motivo? A Júlia tinha avisado a uma amiga que sairia meio-dia da faculdade para começar a se arrumar para ir em uma festa.

Ela estava tão empolgada com essa noite que havia até trocado sua folga no trabalho. E eu?

Eu estava sendo assado vivo!

Me perguntava nesse exato momento enquanto a seguia de volta para o condomínio o que eu tinha na minha cabeça.

Porque uma obsessão se passava com o tempo. Bom... Pelo menos eu achava que sim, quando gostava muito de uma coisa em um momento acabava enjoando e isso era o meu normal.

Mas o que eu sentia por aquela desgraçada só aumentava e me fodia ainda mais com o tempo. Não conseguia tirá-la da cabeça e nem deixá-la simplesmente voltar sozinha da faculdade.

Tinha medo.

Muito medo.

É como se depois de tanto tempo tê-la tão perto eu não suportaria vê-la machucada ou qualquer coisa, precisava desesperadamente da confirmação com meus próprios olhos que ela está bem.

Ainda mais depois de ter vivenciado por um momento como era perder alguém que você amava. Aquela merda de suicídio falso do Josh tinha fodido com o resto da minha sanidade mental.

Assim que ela entrou no prédio eu esperei um pouco. Tinha visto mensagens dela falando o quanto estava preocupada com um possível perseguidor, precisava ser mais cuidadoso.

Depois que achei ser aceitável tirei aquela merda de casaco. Eu precisava arranjar um disfarce que não me matasse enquanto usava e de preferência muito rápido.

Estava tão acostumado com o clima da Inglaterra e o do Ceará se passava bem longe de ser frio.

Nesse momento meu celular vibrou e eu sabia que era uma mensagem dela para alguém, tinha deixado todas as minhas próprias notificações desligadas enquanto as dela estavam até com toque.

Era uma mensagem para o grupo das amigas que moravam com ela.

"Queria viver uma devil's night."

Que merda era uma noite do diabo?

Fechei a aba com suas mensagens e fui no Google procurar, é simplesmente uma noite fictícia em que quatro cavaleiros sai aterrorizando a cidade e indo perseguir as mulheres por quem eram apaixonados enquanto estavam mascarados.

Eu já faço isso todo dia por você mulher!

Era só o que me faltava.

Que ódio!

Lá vai eu pegar a minha moto para ir atrás de uma máscara parecida com uma daquelas. Porque a bonita da garota que eu sou apaixonado quer viver uma noite do diabo!

Se fuder.

Eu só me lasco nessa vida.

Seria bem mais fácil ela ter me reconhecido, pulado nos meus braços e vivermos felizes e para sempre. Fim.

Mas não... Eu tô com uma insegurança fudida de quando falar para ela quem sou levar um pé na bunda. Aí prefiro parecer um lunático perseguindo e controlando cada passo dela.

Heart (LIVRO 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora