ᴄᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ 33 | ᴛᴇᴍᴘᴏ

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ɴᴏᴀʜ
ᴀʟɢᴜᴍ ᴛᴇᴍᴘᴏ ᴀᴛʀᴀ́ꜱ, ᴄᴏɴᴠᴇʀꜱᴀ ᴄᴏᴍ ʙʀᴀɴᴋᴏ
ᴇᴀꜱᴛɪɴɢᴛᴏɴ, ɪɴɢʟᴀᴛᴇʀʀᴀ

"Respirei fundo, mais que merda.

Traguei o cigarro que nem lembrava mais de ter em mãos e esse foi o único motivo de não ter enloquecido enquanto andávamos até a praça da cidade em silêncio.

Gostaria que o Branko me contasse logo tudo o que tinha para dizer sobre a Júlia mas estávamos começando a chamar atenção na rua. Convenhamos que um cara alto, forte, bonito e gostoso -eu-, e um careca carrancudo chamava atenção.

Também tenho que admitir que o Branko tem o seu charme, ele é barbudo e tem mulher com gosto para tudo nessa vida.

Enfim, chegamos na praça. Ainda me lembrava do banco em que eu e a Júlia sentamos muitos anos atrás, a praça tinha passado por reforma nesse meio tempo mas a estrutura é a mesma. uma pinturinha e jardinagem que mexeram, acho que para mantê-la ainda como uma praça.

Não sei o motivo mas provavelmente o campo de margaridas que passamos próximos me fez lembrar que na noite passada sonhei com campos de morango.

Sentamos de forma despreocupados em um banco mas meu cérebro estava agitado, a ansiedade corria em minhas veias me deixando inquieto. A sensação em meu corpo se assemelhava a euforia, mas é a porra da ansiedade mesmo.

_Não sei como iniciar essa conversa. - Ele quebrou o silêncio chato entre nós.

_Do começo? - Tentei ajudar, vai que ele tivesse mais velho que aparentava e esquecido como se conversa direito.

_Eu sou o pai da Júlia. - Como é porra?

O meu queixo caiu de tamanha descrença, pulei do banco e acho que a minha bituca do cigarro foi parar longe, droga. Eu apontava entre ele e para atrás como se ela estivesse ali escutando a nossa conversa.

_Que merda de brincadeira é essa!? - Praticamente gritei com ele, mas tive que me conter quando uma senhora passou e nos olhou intrigada.

_Sente-se, Noah.

_Não mesmo! Tu vem do quinto dos infernos da Sérvia para brincar comigo? E a história dela virando uma Stripper é brincadeira também? - Passei as mãos pelo meu rosto, que porra eu tava bem. Não tão bem, mas vivo? ? Meu coração precisava começar a se controlar.

_Noah! Não é a porra de uma brincadeira.

_Ah claro, você super é o pai da minha garota, aham sei. Nem se parece com ela! - Revirei os olhos, estava mais calmo mas ainda puto. Detestava brincadeira de mau gosto e principalmente vindo dele, não podia dar um murro no seu rosto para parar com aquela sacanagem.

Heart (LIVRO 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora